segunda-feira, 27 de abril de 2020

REGINA, QUE DE RAINHA NADA TINHA


Irônica, ou carinhosamente.
pode-se escolher como:
chamaram-na Regina.
Mas como? vestida desse jeito
sem ao menos um adorno de ouro,
ao contrario um simples andrajo
qual a de outra pobre a mais qualquer?

As unhas que foram pintadas vermelhinhas,
estavam emolduradas do negro da sujeira
a qual ela nenhuma restrição fazia.

Não brilhava na ribalta sob luzes multicoloridas,
mas está prostrada no asfalto,
sob o calor causticante do sol
em um dia distante,
numa praça importante
da bela, Belo Horizonte,
foi lá que a encontrei.

Dorme profundamente, indica-o a placidez
de sua face muito jovem
que a contemplação dos que passam
mesmo que parem e a música soe alto
não conseguem despertar.
O policial já não se toca
e aos que o advertem:
“há uma pessoa dormindo ali”.
Respondeu: alguém já me advertiu antes.
vim ver quem é, já sabendo
que se tratava dela: É Regina!

Uma visão pobre daquela outra que brilha
Nos palcos, nas telas das Tvs.
Nunca receberá a efusão de um abraço,
não conhecerá aplausos,
amada, só pelo amor de Deus.
Perturbará alguns e outros quem sabe...
que pena!



Todos viram, ninguém se apiedou, quanto mais
                                               cuidou. Que falta nos fazem os Samaritanos...

sexta-feira, 24 de abril de 2020

CARECE DE EMENDA? FOI RASGADA



Fico abismada quando entro nas redes sociais que frequento e deparo com uma infinidade de notícias das mais “estapafúrdias” que podem ser dadas. Na maioria, são verdadeiro desfazer da verdade, inversão de costumes e valores, a outra face de uma detalha, destacada pelo desprendimento de uma moeda, em cuja segunda, se esculpiu, em relação a todos e a tudo o desamor a ética que em pouco tempo não se saberá mais onde foi parar.

E ai vem a “curtição”, o “compartilhamento” a disseminação do joio no meio do trigo. As pessoas estão desorientadas, atemorizadas, decepcionadas com a hibernação em que se deixaram estar por longo tempo, durante transcurso de vidas tendo muitas, somado mais de um centenário recebem de volta o  que plantou e não dispõem do que mal plantou.

Protestos, indignação, tudo mesclado do que é e do que não é correto, pelo desconhecimento, das expressões repetidas só por terem sido ouvidas. Chega às raias do incompreensível. Gente que “adora” a colocação que acaba de ler, acatando-a totalmente, embora há pouco tempo tenha adotado um posicionamento diferente, ontem ou em qualquer outro momento pretérito em outros termos, ou o fará amanhã, mediante a sucessão gradativa de disparo de canhões que atiram para todos os lados. Igualmente, sem preocupação com as consequências.

Às vezes se apercebe, não posso aquilatar em que proporção e continua bebendo nas mesmas fontes, jornais e seus assemelhados, praticando verdadeira auto-tortura, contaminando-se de dejetos e exercendo a mais lídima expressão do sadismo.

Não o digo me excluindo, eu também me vejo na passarela respectiva de uma Nação inconsciente, inconsequente, acomodada, omissa que chega ao ponto de estabelecido preço, ou mesmo sem, por “qualquer duzentos reis” vende seu voto, recebendo pelo mesmo uma parcela do que lhe foi subtraído. Há casos, muitos, que ainda agradecem, ficam eternamente submissos no caso político, ao candidato tão bonzinho...  Pode ser até porque não saiba, mas está   entregando o poder a quem nunca o recebeu para cumprir seu dever, “como o Brasil de todos espera”.

Fechando os olhos, se alguém preferir, arregale-os não é difícil, vai-se deparar com milhões de seres de todas as raças, de todas as cores, de todos os credos, esperanças, pretensões, protegidos de direito, mas não de fato, pelos mesmos seus DIREITOS FUNDAMENTAIS, nada menos que entregues ao frenesi do “samba do crioulo doido”.

De tão vilipendiada, a Nação perde a autoestima que se bem exercida a colocará em situação da mais perfeita igualdade com quem quer que seja não se sentindo ameaçada de perder o pleno direito de ir e vir, coadjuvante da liberdade a tudo que da terra vem.

Mais uma gritante sede de poder, “incapacidade de abster-se do “toma lá, da cá,” da disponibilidade de beber ininterruptamente” do propino duto, ao qual escandalosamente denominam “governabilidade” e mediante o qual todos os esforços são envidados em favor de conveniências pessoais.

Em 2003, Benedito de Lira, então Deputado Federal, apresentou proposta de emenda constitucional (101/2003) no sentido de alterar § 4º, art., 57 da Constituição Federal. Não suscitou nenhum interesse e a proposta foi aumentar o volume de outras apreciações a espera de decisão pelos magnatas da política. [1] Estranho, contudo, visto que a redação atual, já emendada já é parte Carta Maior tem nº 50 e é de 2006. Dance-se repito com esse “samba do crioulo doido”.

É fácil concluir que os Presidentes do Senado e da Câmara, com apoio tentado sem êxito, velar, pelo Presidente do STF têm feito de tudo para que o Brasil não dê certo, para que não haja desenvolvimento. E quem pensa que isto se faz contra o Presidente é mais ignorante do quanto se possa pensar.  Nada disto, faz-se contra a Pátria, mas a Nação não há de permitir. 

Achando-se superpresidente, Maia está deixando de lado importantes matérias que beneficiariam o povo para fazer tramitar “com a velocidade da luz” uma proposta que hiberna há 17 anos. E para ele(s) é muito simples, basta “emendar a Constituição”. Emenda-se o que se rasgou, Constituição não se rasga, respeita-se. E querem fazer com uma não simples supressão de uma palavra, máxime pelo juramento de serem fieis a ela que desde início foi promulgada conforme seu preâmbulo: “Nós”, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

“O Estado Democrático destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos” está constituída por que querem negar, por que agir com casuísmos, por que não ter amor a este País, “de tanta fartura, tanta Paz, e tanto amor”.  E o que não foi alcançado foi por falta de justiça.

“A proteção de Deus só acontecerá com o máximo respeito à CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.

O texto em vigor estabelece:  
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006).
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006).

Suprima-se a palavra vedada e viveremos aos pés de um Novo Ditador, Rodrigo Maia, que poderá eternizar-se no poder, claro que dependendo de ser reeleito, dependendo ser apoiado pelos seus pares e o Mito que o Brasil ovaciona e constituiu se tornará simples fantoche.


E olha que atrás desses presidentes malucos há mais de meio milhão de outros, como eles eleitos. “Aceitam ser galinha depenada, não obstante correm atrás do ditador que a depenou”?  Flecha na grande massa dos eleitos que compõem o Congresso Nacional, para que tenham dignidade e que abandonem se já tiverem assumido mediante  promessas promíscuas aderir à proposta de Maia o que o tornará imortal, olvidando que um dos pilares da democracia se constitui na alternância do poder que também está ameaçada.
                                                                                                                          Marlusse Pestana Daher   Vitória, 23 de abril de 2020 23h04min.



[1]  Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006.


terça-feira, 21 de abril de 2020

HEROI DA INDEPENDÊNCIA



Heróis da Pátria é um título reconhecido após morte de alguém que tenha consagrado sua vida a um ideal necessário. Este título é proposto ao Congresso Nacional e é necessário que seja aprovado pelas duas casas. Poucos têm conhecimento do que se trata, mas não é difícil ouvir falar de Tiradentes cujo dia comemora-se hoje e é feriado nacional. Seu pecado foi querer ver nossa Pátria livre, fora da tirania e do domínio português. Morreu esquartejado, sua cabeça exposta ao público em um poste.


O livro, cujas folhas são de aço, está no Panteão da Pátria na Praça dos Três Poderes em Brasília. O último nome entre os heróis é do seringueiro Chico Mendes. Ainda bem que como tal são reconhecidas diversas mulheres.

Foi por amor à Pátria. Deus quer que nos amemos a nossa Pátria, lugar em que antes que tudo fosse formado Ele já havia destinado a todos nós.

É muito triste ver pessoas que torcem para que o Brasil dê errado, porque não está no poder, uma gama de pessoas que com o poder nas mãos preferiu enriquecer-se ao invés de fazer um Brasil para todos os brasileiros, porque recursos de toda sorte não nos faltam, fazendo valer princípios fundamentais tal qual aquele “dar a cada um o que é seu”.

Vamo-nos convencer que precisamos fazer tudo para que nossa Pátria prospere, grande ela já é, para que haja mais saúde, educação, que ninguém seja escravo de ninguém e para que os necessitados não recebam apenas “as migalhas que caem das mesas dos governantes” inescrupulosos.

Que Nossa Senhora, nossa Padroeira festejada particularmente ontem, como fazemos em toda segunda-feira, após a oitava de Páscoa, interceda junto ao seu Divino Filho, pedindo que leve com os danos do tal “vírus” que tantas dores tem causado, este outro de querer que as coisas deem erradas porque não estou levando vantagem.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

NOSSA SENHORA DAS ALEGRIAS


O dia de hoje é de grande festa para nós. Apesar de estarmos impedidos de sair
de nossas casas para participar dos atos que se desenvolvem todos os anos, sempre com mais devoção, nossa fidelidade não é menor, o amor à Mãe que vela por todos desde o alto da Penha se agiganta, pela sua ternura, pelo que representa.  Falo dos festejos que hoje completam 450 anos de celebração, sempre na segunda- feira após o domingo de Páscoa. É precedido de um oitavário, cada dia, pessoas de diferentes profissões ou condições são particularmente convidadas a marcar presença.
Em todos os lugares do mundo, existem diversos, ouso dizer muitos, templos dedicados a Nossa Senhora. Alguns por motivo particular ou onde se deram reconhecidas aparições dela. Em Fátima, aos três pastorezinhos; em Lourdes, a S. Elisabete; em Guadalupe, ao índio João Diogo. 

No nosso Convento da Penha, ela está no onto mais alto da pedra,  por escolha própria, quando sob os cuidados do Frei Pedro Palácio, a cada dia, quando o religioso a procurava não estava onde colocou, ao sair a procura encontrava no ponto mais alto da Pedra, assim por três dias, levando-o a convencer-se que era lá em cima que ela queria seu santuário, hoje lugar de tantos milagres, devoção e  tantas bênçãos.

Ó querida Nossa Senhora da Penha, do nosso necessário estar em casa pensamos em tudo que significa para nós, quanto tem sido mãe dadivosa, pelo tanto que nos socorre em nossas necessidades e até se antecipa nos procura o bem do qual precisamos antes que o peçamos.

Neste tempo de verdadeiro sofrimento e dor, pedimos, querida mãe, que faça com que esta pandemia acabe no mundo inteiro, que possamos voltar a viver sem tantos medos, ao mesmo tempo que agradecemos e lhe pedimos que transmita nossa gratidão ao seu Filho, pela oportunidade que  este tempo apresenta para aumentar nossa fé e invocarmos àquele que nos amou primeiro. Nós a amamos, querida mâe de todos os brasileiros!.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

PÁTRIA E ANTIPATRIOTAS


                                                                                                                                Não sou bolsonarista. Sou brasileira!


Presidente Jair Messias Bolsonaro
Sinceramente, se não me calo é porque se depender ou se faltar uma voz a mais para defender nossa Pátria, não quero que seja a minha. Não nos podemos omitir diante de toda esta “pandemia politiqueira” que o Brasil atravessa, dessa ganância que leva tantos a busca do poder, não para exercê-lo a serviço daqueles de quem o receberam, mas para encontrar formas de roubar desavergonhadamente o erário, “tirar da boca dos filhos” o alimento. Negar o direito ao tratamento, quando a saúde debilita; à educação que forma cidadãos e impede que as pessoas principalmente as menos esclarecidas acreditem em mentiras deslavadas, sintam-se eternas devedoras recebendo das “migalhas que caem” das mesas de governantes, apesar de homem e mulher terem sido criados “à imagem e semelhança de um Deus que é santo” e vive sobre a égide de princípios fundamentais como: “todo homem e toda mulher nascem iguais e livres em dignidade e direitos”.

São todos “próximos” aqueles que cada um “deve amar como a si mesmo”.  Por que dispensar-lhes formas desumanas de tratamento, escravizá-los, seja lá de que modo for se autoridade, não se esqueça, não se destina a sobrepor-se aos cidadãos, mas estar a serviço deles.

A história do Brasil passa por tempos infames, o “crime compensa”. Compensa no sentido pejorativo, dão posse a somas que se depositam em simples bolsos, em gavetas, caixotes, malas e malas, bancos benfazejos. São mandados ou levados “para lá longe”, como “a mala que a polícia não deixou revistar”, para incautos, mas também para paraísos fiscais, para sistemas de fachada que saberão fazer bom uso “com seus negócios” e recompensam generosamente “sua infame clientela”. O crime compensa, cegando pessoas que por mais que sejam evidentes as provas de que “tem gente que não presta” e cujo lugar é na prisão volte ao poder que indevidamente ocupou. Não é certo esquecer que democracia não é exercício do poder por quem não tem competência, antes, é “o governo do povo pelo povo”, dai que pode ser afirmado “todo povo tem o governo que merece”. 

A igualdade prevista no âmago dos seres e na Constituição Federal do nosso e de outros países tem que ser entendida, não recomenda que se igualem desiguais.  E os poderes são entregues, desde o mais alto a outros escalões menos altos, entregues a incapazes (não só porque leem com livro de cabeça para baixo), mas porque sua vontade era só sua, estava em cabine indevassável onde é total senhor de sua vontade, pode agir como melhor entender, não tem que dar satisfação de seu ato a quem quer que seja. Não se aquilata que “voto não tem preço, mas tem consequência”.
Não, não basta ser eleitor para exercício da função pública. Tem que ser competente. Todavia, nem sempre se trata do caráter pessoal, mas da estultice com a proximidade de “quem erradamente usa a caneta” não “Bic” esta é caneta de pobre e fingindo amizade, consegue assinaturas que valem muito ouro.

Existem pessoas honestas. Perante a Nação apareceu um homem que prestou serviço à Pátria. Despediu-se das fileiras do exército, galgado o posto de Capitão e partiu em busca de novas práticas em favor da Pátria que colocou acima de tudo, conforme aprendeu na Escola do Patriotismo. Logrou por sete vezes o mandato de Deputado Federal. Viveu as agruras de ser voz isolada em tantos pleitos, conheceu as profundezas de toda a estratégia vilã, corrupta, desonesta mediante a qual funciona o Congresso Nacional. Denunciou firmemente o “toma lá, da cá” da política, a compra milionária de votos estendendo essa conduta imoral a alguns componentes da Suprema Corte. Não se deixou abater pelos revezes políticos pelos quais passou. Não recuou ante as investidas de poderosos, da mídia de todos aqueles que já provaram a falta da distribuição de benesses e vultosas somas para seus respectivos projetos. Desiludiu quem pensava que seriam construídos outros portos, estradas além-fronteiras, sucateando o BNDES.

E achou que os anos no parlamento o instruíram senão de forma perfeita, menos imperfeita, para governar a Pátria Brasileira. Ei-lo, percorrendo os caminhos do Brasil, dando-se a conhecer, falando dos seus projetos e procurando criar um clima de confiança não como  uma nova, mas com a forma real de fazer política, colocando cada item no seu lugar, para que o Brasil seja em verdade, Pátria de todos.

'Chegada a plenitude desses tempos, filiado a um partido denominado popularmente “Nanico” registra sua candidatura.  Os apoiadores começaram a assumir cada vez mais seus postos. E em cada ponto que chegava, vozes em uníssono repetiam: Bolsonaro! Bolsonaro”.

Raposas velhas que são, quando a “laia” infame sentiu que caiam por terra suas práticas, suas aspirações arquitetaram nada menos que sua morte, (aliás, destino de quem os incomoda) que só não se consumou por graça de Deus, que o queria para governar esta Nação.  Conhecido de alguns personagens do cenário nacional, fotografado ao lado de alguns.

Para defender o meliante com, nem tanta pinta de “Zé ninguém”, preso em flagrante, pousaram aeronaves levando advogados de grandes escritórios para cuidar de sua defesa. O fato é que com um exame de “insanidade mental”, livrou-se da condenação a que fatalmente ficou sujeito.

Mas quem disse que o povo arrefeceu, orações retumbantes chegaram aos céus pela sua saúde, para que se salvasse.

Não só de vez em quando, mas cotidianamente do Oiapoque ao Chuí o povo foi para as ruas realizando a campanha que impediram o “mito” de fazer.  Interessante, um comentário que ouvi de um líder religioso: “facada pode não matar, mas elege”. E a soberania popular, imensa e fragorosa soberania, no dia do voto, decretou: Bolsonaro é nosso Presidente!

Veio a posse, as nomeações dos Ministros e começava o governo. Não tardou a vir a traição dos dois presidentes da Câmara e do Senado que a ele deviam agradecer ter chegado lá. Não têm sido poucas as vezes que chora, porque “os heróis também choram”, mas é evidente sua intenção inquebrantável de colocar “a Pátria acima de todos, Deus acima de tudo”
Claro que está “sofrendo o pão que o diabo amassou”, mas por outro lado tem a grande maioria do povo a seu favor. Já realizou o que outros tendo muito mais tempo de poder não fizeram e se mais não faz é porque o diabo lançou erva daninha na seara do bem. Tem problema não. Quando vier o ceifador, separará esta da que é boa, lançando-a ao fogo.
  
Marlusse Pestana Daher  
                                                                                                                                Vitória, 15/16 de abril de 2020



quarta-feira, 25 de março de 2020

ANUNCIAÇÃO DO ANJO A MARIA


Dois Evangelistas se ocuparam em descrever como se deu a Anunciação, Mateus e Lucas. Este último mais minucioso. Anunciação, do verbo anunciar, em se tratando do tema dessa meditação, cuja festa hoje se comemora, significa aquele momento particular em que o Senhor, chamou um dos seus anjos, o Gabriel, confiando-lhe uma tarefa e assim, de imediato, vai ele a uma cidadezinha, a qual  a maioria não dava importância, chamada Nazaré.
Faça-se em segundo a sua Palavra.
Deveria chegar àquela casa humilde onde uma adolescente se encontrava em oração, procurando conhecer mais de perto e em profundidade as coisas de Javé.
Tratava-se de Maria, filha de Anna e Joaquim. Claro que a menina se assusta, ninguém nunca entrara em sua casa daquele modo, mesmo se apresentando em vestes que só podiam representar um ser extraordinário. E como manda a boa educação, primeiro, o Anjo a saúda de forma reverencial e com palavras difíceis para ela de serem entendidas. Diz: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. O ânimo da jovem estremece e todo seu ser se agita. Não estava entendendo nada. Muito menos entendeu as palavras que viriam em seguida: O Senhor é contigo. Apesar de sua pouca idade, apesar de viver uma vida em tudo semelhante a dos demais nazarenos e na época, em plena adesão aos costumes locais, estava noiva, prometida em casamento a José, um carpinteiro. Ela se instruía nas escrituras e também sabia que quando chegasse a plenitude dos tempos, viria o Redentor, nascido de uma mulher. O que jamais passou pela sua cabeça é que a MULHER que vivenciaria a grande proeza era ela mesma. E o espanto não se esvaneceria, pelo contrário razão porque, resolve perguntar: mas como ter um filho, se não conheço homem.
Viria então, o esclarecimento, era a parte da competência de Deus: O Espírito Santo te cobrirá com a tua sombra e o Filho que nascer de Ti, será chamado Filho do Deus altíssimo.
Agora sim, ela sabe que Deus não olhou sua pequenez, sua pobreza, sua tenra idade e estava-lhe confiando a missão de ser Mãe do Redentor, do desejado por tantas gerações que esperaram tanto, mas não viram o momento chegar.
Então, consciente de sua condição, escrava, mas ciente do que lhe competia, cheia da altivez humilde que só os puros conhecem e têm, responde ao Anjo: Eis-me. Fiat! Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra.
Marlusse
Do Programa Com Maria pelas estradas da vida.
Radio América  AM 690  - 12h 45m.

sexta-feira, 20 de março de 2020

NÃO TEMOS VULCÕES, NEM FURACÕES


Diante do tamanho dos danos que vem causando o “Corona vírus”, que faz nossos corações se encherem de ternura e compaixão por todos que sofrem suas investidas, mais parece que os últimos desastres causados pelas chuvas abundantes que caíram aqui no nosso Espírito Santo ficaram esquecidos? 
Vargem Alta - ES

Não, com certeza, pelas pessoas diretamente atingidas pelos danos. Quanta gente morreu entre água e lama, sem que tivesse chance de se segurar em algum lugar e sair. Cidades completamente devastadas e governantes sem recursos suficientes para suavizar tanta dor. Livros de professores, ou não, material escolar de crianças (cito estes dois exemplos por saber o que significam.) É como dizemos “ficaram unicamente com a roupa do corpo, suja de lama ou molhada”.

No último rompimento de barragem no litoral santista, nada menos que trinta pessoas perderam a vida em poucos minutos. Quantas famílias desestruturadas, quanta devastação, quanta dor da parte daqueles que sequer puderam enterrar seu familiar porque o corpo não foi encontrado. E muito pouco tempo separou tudo isto do nefasto rompimento de barragem,  ocorrido em Brumadinho.

Pois é, costumávamos dizer, “nós não temos vulcões, graças a Deus”, “não temos furacões”. Ah é? Mas temos muita água que desbrava terra e se as chuvas são abundantes fazem rios transbordar. Quantas vezes a insensatez fez ser dito por alguns que a devastação do meio ambiente, que há muito tempo vem sendo causada, desestruturando a natureza, fazendo-a entrar em desequilíbrio, era coisa de ambientalista “que não tem o que fazer”. Por causa disto ocorreram martírios como de Chico Mendes, como o de Paulo Vinha no nosso Estado e tantos outros.

Corta a perna de uma pessoa e vai ver que transtorno causa a mesma, passará a depender de meios antes desnecessários. Cegue uma pessoa, decepe suas mãos. Enfim há muitos modos de inviabilizarmos vida de pessoas. 

Pois é, devastamos os picos dos montes, acabamos com muitas vidas de espécie animal e vegetal, sem piedade, nos imiscuímos pelo prazer de captar “aquela espécie em particular”, biodiversidade? “mas isto se come”?

Sim, estamos perplexos, vivemos esperando que Deus viva repetindo milagres “para nos tirar do sufoco” esquecendo aquele velho ditado com que os antigos sintetizaram toda a obra de Deus: seu cuidado, seu amor, o que espera de nós com aquele “faça por onde, eu te ajudarei”.

Enquanto a natureza estiver desequilibrada, cada vez mais seremos levados por quedas de barreira, morro abaixo.

Se Deus não nos ouve é porque Ele é quem sabe qual é a hora de favorecer-nos, afinal de contas: “tudo tem seu tempo debaixo do céu”.

segunda-feira, 16 de março de 2020

HÁ SEMPRE UMA LUZ


Pe. Luis Verdi, um sacerdote italiano, deu ao livro que escreveu o seguinte título: “A realidade tem sabor de pão”. Segundo ele, “cada um pode dizer: “Tenho na pele as marcas de cada crise minha, e sei bem quanto é longa e quanto, como um medo encantado, me envolve”.

O motivo é explicado pelo fato de “não sabermos ou por ser árduo compreender que naquele medo por vezes se realiza o encanto, e que é na profundidade da noite que se acende a luz. Se queremos ver além  da noite, não podemos experimentar medi-la, podemos apenas penetrá-la com esperança e permanecer disponíveis à ideia de que nenhuma noite é só noite, mas é também outra coisa. Quando se está em crise, tudo parece contradizer esta visão, e nas mãos vazias fica apenas a coragem extrema de levar a mente, o corpo, a alma a esperar contra toda a esperança.    
                  
Sempre considerei cada crise não um desmoronamento, mas uma ocasião. Mas só o é, se permanecermos fiéis e abertos, se apesar da dureza da prova, continuarmos a ser terra que sonha, sabendo que mais cedo ou mais tarde, surgirá em nós a luz de uma resposta que nos virá do Senhor. 

 Chegarão as palavras e os sinais que se tornarão aurora e chuva para a nossa terra e iluminarão nossa escuridão e nossa sede de ver. Só uma terra bem trabalhada pode tornar-se terra propícia, dizem-nos os agricultores. Por isso, um tempo de dificuldade e perturbação pode revelar-se como o tempo mais próprio para um novo nascimento: cada parto é antecedido das dores, cada nova iluminação ou crescimento paga o seu momento ao inferno, cada passagem de iniciação marcada pelo ritmo de noites escuras. E gosto de pensar que cada crise tem os efeitos das pedras do Pequeno Polegar, que, na densidade do bosque, conseguem sempre indicar o caminho.

Cada crise permite-nos elevar-nos sobre a superfície do mundo, para avistar os cumes inviolados que a neblina oculta àqueles que vivem na planície. «Deste aos meus pés um caminho espaçoso» (Salmo 31,9). Chega um dia em que, dentro da tua penumbra ou no teu labirinto, abre-se uma passagem inesperada que te indica o sentido dentro do não sentido. No profundo da noite, na escuridão das crises, há sempre uma luz para a qual rumamos, ou que vem ao nosso encontro ”.

Não é fácil, não temos fé suficiente? Mergulhemos no sentido da vida, e como Maria, procuremos compreender tudo que vem Dele, em cada detalhe e sintamos que estamos a caminho. 


Só a "arrumação" dese texto é minha. 
A ideia é do livro mencionado do Pe. Luis Verdi



quarta-feira, 11 de março de 2020

VOCÊ É QUE PENSA

Kkkkkk! Você é que pensa que não é chamado à Santidade. 



A referência das nossas meditações para que sejamos como Jesus disse que temos que ser: ‘santos como é Santo o meu Pai que está no céu”, de acordo com a proposta da Campanha da Fraternidade deste ano, é simbolizada pela parábola do Bom Samaritano que vendo aquele homem caído, quase morto, depois de ter sido assaltado e espancado por assaltantes que levaram tudo que ele tinha, depois de ignorado também por um sacerdote e um levita que por ele passaram “sem dar a mínima”, compadeceu-se dele, prestou-lhe os primeiros socorros e o levou a uma pensão tendo deixado tudo pago na mão do dono, contanto que tomasse conta do infeliz e o tratasse, além de ter prometido que na volta pagaria o que ainda que gastasse a mais. 


A parábola ensina que não podemos ficar indiferentes ao sofrimento de ninguém. Ainda hoje os assaltos, os estupros e outros crimes bárbaros vivem ameaçando nossas vidas, mas não ficamos vigilantes para evitar e ajudar quem precisa. De muitos, não podemos dizer que vivem – existem, repito, em situação de miséria, cujos filhos perambulando pelos becos nâo só das favelas ou na marginalidade acabam por ver de tudo e se encantarem com a dinheirama que veem nas mãos de bandidos e segui-los se torna em ambição, lhes enche os olhos. Ou então, vendo a proeza dos jogadores de futebol, pensam que podem ser iguais, sem pensar no fator talento. Lacuna deixada por uma educação de qualidade. 

Temos também a situação das pessoas que foram vítimas das chuvas que destruíram suas casas, levaram tudo o que tinham,  em resumo, deixaram apenas com a roupa do corpo.

A santidade é a primeira vocação do cristão, quando fomos batizados recebemos a semente da graça que deve produzir em nossos corações os ingredientes que nos lembram a cada momento, qual deve ser a atitude a tomar, o que deve ser feito a cada instante e diante de todas as situações que estão debaixo dos nossos olhos: moradores de rua, filas de desemprego, calamidades por deslizamento de morros, inúmeros mortos, pessoas que não encontram onde trabalhar há anos. Como não pensar? São nossos irmãos, nossos próximos.

À santidade chegamos, vivendo segundo o projeto que Deus tem para nós, projeto totalmente revestido de amor. E é com este amor que devemos levantar a cada manhã. Ordenar nossas necessidades pessoais e não ficar indiferentes às inúmeras situações de injustiça que vamos encontrar.

Claro que no Brasil pelo menos trata-se de uma situação “sem pé nem cabeça” temos para todos sem que nada venha a ser diminuído dos que tiverem mais. O mal se chama, políticos desonestos, pessoas que vivem para si, vivem como se um dia fossem isentos de prestar contas ao nosso Deus. Políticos que só pensam no seu bolso, embora não possamos tirar a parcela da culpa que nos cabe, com nossa conivência, pois os elegemos.










Leia ai: Levítico 11,44-45  - 19,2

            Cap. V do livro Luz dos Povos do Vaticano II: 39. A nossa fé crê que a Igreja, cujo mistério o sagrado Concílio expõe, é indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é com o Pai e o Espírito ao único Santo» (120), amou a Igreja como esposa, entregou-Se por ela, para a santificar (cfr. Ef. 5, 25-26) e uniu-a a Si como Seu corpo, cumulando-a com o dom do Espírito Santo, para glória de. Deus. Por isso, todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4). Esta santidade da Igreja incessantemente se manifesta, e deve manifestar-se, nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos fiéis; exprime-se de muitas maneiras em cada um daqueles que, no seu estado de vida, tendem à perfeição da caridade, com edificação do próximo; aparece dum modo especial na prática dos conselhos chamados evangélicos. A prática destes conselhos, abraçada sob a moção do Espírito Santo por muitos cristãos, quer privadamente quer nas condições ou estados aprovados pela Igreja, leva e deve levar ao mundo um admirável testemunho e exemplo desta santidade.

Se procurar, vai achar muito mais. Bom estudo. 






terça-feira, 10 de março de 2020

OMISSÃO É PECADO


Ouvi numa rede social, um Padre que ao final da Santa Missa disse: algumas pessoas já me perguntaram se é pecado participar das manifestações de rua, certamente, como a que vai acontecer no dia 15, próximo domingo. E ele respondeu. Pecado é se omitir.

Muitas vezes pecamos mais por omissão do que por ação, ou seja, não fazendo o que devemos fazer, encontrando uma desculpa esfarrapada qualquer para ficar tranquilo em casa, enquanto muitos vão às ruas passam aperreios sem dizer: “o direito que queremos é só o nosso, não daqueles que ficam em casa só esperando o que pode chegar do bom para todos”. Não dizem isto, estão lá, empunham bem alto a Bandeira do Brasil e gritam contra esse bando de corruptos que saqueou o Brasil.

Acrescentou, não é pecado sentir ira, quando esta ira vem da indignação que sentimos pelas coisas que vemos erradas, chegamos a chorar não fazemos nada. Preferimos nos acomodar. Por isto, acontece tudo que aconteceu por anos e anos. E citou como exemplo que Jesus que se indignou contra aqueles que estavam transformando o templo em covil de ladrões e os pôs para fora a chicotados. 

Não, meus irmãos, vamos continuar mantendo nossa indignação, porque Jesus disse que veio para que “todos tenham vida e vida em abundância, não um vidinha fuleira qualquer, mas vida em plenitude e o preço de tudo isto foi pago com a sua dolorosa paixão e morte na cruz” como a quaresma que estamos atravessando nos vem lembrando, nos vem ensinando.

Como é que pode políticos e ministros e mais a raia que os acompanha ter salários lá nas alturas e o operário ter como recompensa de seu trabalho um minguado salário mínimo com o qual tem que viver com sua família.

No Chile o grito do povo fez reduzir os salários dos políticos. Vamos fazer o mesmo.  Dia 15 é para protestar contra a parte do dinheiro do povo que o Congresso quer abocanhar para distribuir desavergonhadamente. Fora Maia, fora Alcolumbre.

Ó Nossa Senhora, nossa Mãe, nossa Rainha, nossa protetora, nossa guia, interceda por nós, para colocar no nosso coração o entendimento do que é melhor para todos. Não votemos em candidato que vai usar fundo partidário. Não vamos votar em quem já votamos e nada fizeram. É nosso dever de cristãos.


Marlusse

Do programa: COM MARIA PELAS ESTRADAS DA VIDA
Rádio América AM 690

segunda-feira, 9 de março de 2020

DIA DA MULHER


Ontem, foi comemorado o “Dia Internacional da Mulher”. É a maneira que o mundo encontrou para buscar métodos e empreender a luta contra o machismo. A data é motivada exatamente no fato de aquelas operárias terem sido mortas por incêndio dentro da fábrica onde trabalhavam, seu pecado? reivindicarem melhores salários, sendo que os machistas desnaturados, além de acharem que não mereciam por serem mulheres, ainda tiraram-lhes a vida, deixando muitas famílias em pranto, filhos sem mãe, lares sem aquela cujo papel é de suma relevância no ambiente familiar.

Por esta razão, as que vivemos hoje, ainda que continue sendo alarmante o número de feminicídio, um dos aspectos da violência doméstica, temos muitas razões e dispomos de meios para que a igualdade entre o homem e a mulher não fique só no papel, mas seja realidade. Igualdade na família, igualdade na sociedade, igualdade em qualquer lugar onde homem e mulher estejam por todos os motivos de convivência um ao lado do outro – outra do lado de um.

Com Beastriz Abaurre , expoente da nossa Cultura.
De observações (pesquisas ou estudos) levadas a efeito se registra que as mulheres ainda não entenderam a fundo a importância de  se unirem, porque como diz o ditado “é a união que faz a força”. E assim, fazem comparações entre si, se julgam melhores umas que as outras, mais bonitas, mais inteligentes, por outro lado, outras se sentem inferiorizadas por não poderem usar as mesmas marcas de roupa, porque não podem comprar nem uma bicicleta, quanto mais um carro.

Eu poderia continuar citando muitos exemplos. Que pena! Mulheres se invejam. Já reparou na quantidade de mulheres com representação em postos de poder, de mando. São uma insignificância. Há Câmaras Municipais e Assembleias que não têm uma única mulher, Vereadora ou Deputada; não é só na política, mas em outros acentos de poder, tribunais, empresas, onde podem fazer a diferença. E pensar que segundo o Superior Tribunal Eleitoral as eleitoras brasileiras (mulheres) são mais de 8 milhões do que eleitores.

Mulheres do Brasil, mulheres e homens são todos filhos de Deus, salvos pelo sangue redentor de Jesus. Vamos participar da política, vamos mudar a situação de inferioridade, a cor dessas coisas. Na próxima eleição não deixe de votar em mulheres, vamos mostrar nossa força, nossa capacidade, que é igual e em muitos casos até, superior a dos homens.   

Nossa Senhora interceda pelas mulheres e ajude em tudo principalmente em não renunciar ao direito de ser o que ela quiser, estar onde ela quiser.



Marlusse
9 de março de 2020

domingo, 9 de fevereiro de 2020

O PORTO DE SÃO MATEUS


O navio apitou ao longe
e a cidade se agitou.
O Miranda ou o “Loid”,   
fosse qual fosse
a sua chegada
era sempre uma festa.

Âncora ao fundo 
Atracou aa nave.

Surge o comandante,alguém da tripulação.
Surgem também os Senhores,
ternos de linho branco
vestidos.

Damas em “taieur”,
chapéus na cabeça,
saltos finos de sapatos,
impecáveis.

Em terra, os Coronéis,
Alferes,
Majores,
Intendentes,
Por seu turno, os Prefeitos,
Interventores talvez.

Naquele tempo...

E dos porões,
emergem primeiro,
odores,
suores,
clamores
do negro que subsistiu.

Traz na pele,
A cor da não esperança,
Na cabeça,
A lembrança da terra de África,
dos gongos,
dos maculelês,
do tambor,
do tocador,                                   

do estupor,
da terra árida,
causticante e deslumbrante,
sedenta, avarenta...
mas sua terra!

Estão acorrentados pelo pescoço,
ligados,
manietados.
Vão servir na plantação,
Nas casas dos Senhores,
Às Sinhás, às Aiás.
Mas há sempre luz,
Mesmo nas trevas.
E num recanto
de rio,
ou de fonte,
como astro,
nasceu Zoroastro.
Como nasceu?
na casa de farinha?
no paiol, quem sabe?
Na cabana,
nasceu Zé de Ana.
Seus avós foram escravos,
escravos seus pais,
eles mesmos escravos seriam
não fosse a bondade
(hodiernamente posta em dúvida),
de candidata a Rainha,
que assinando a Lei Áurea,
à sua raça inteira
para sempre,
liberdade deu.

E Zoroastro cresceu,
e Zé de Ana cresceu
e dos seus,
cada um aprendeu,
o folguedo da marujada.
E saíram cantando,
ensinando aos de depois,
embaixadas, prisões,
repetem até versos
de Gil a Camões.
Um tanto mais novo,
canta jongo o Geraldino,
pelas ruas desertas
do velho porto,
de ruas estreitinhas,
de casarões a morrer,
onde passeia meu pensamento
que exulta em rever
reabrir-se o largo do chafariz
de um menino
que permanentemente vela
e carrega
lata d’água na cabeça...

Com fé em Deus,
dias se foram,
mas dias virão
e o comércio vai fervilhar de novo,
de novo, a população vai descer
e na curva do rio,
vai aparecer,
a mesma esperança
daquela
de quem espera e sempre alcança:
a meta,
a vitória,
a glória,
dos casarões,
dos luares,
dos lugares,
porque voltarão a soar hinos
e fará de novo a história,
o PORTO DE SÃO MATEUS!



 Disparei este poema num arroubo de amor, daquele que se sente pela terra que nos viu nascer.                                                                                               Já se passaram umas quatro décadas.   Ele se completa com um artigo que estou procurando nos meus arquivos, também sobre O PORTO.

Se tivesse que lhe dar um outro nome escreveria: SONHO QUE NÃO SE REALIZOU.