segunda-feira, 24 de março de 2014

NAQUELE TEMPO

È evidente a mudança que os tempos processaram em tudo que há, principalmente em nós, ou a começar por nós. Na verdade, as coisas mudaram, porque nós mudamos. As casas em que morávamos eram diferentes, as ruas de nossas cidades eram diferentes, os costumes e todo o modo de viver eram diferentes e a verdade é que nada mais  é como já foi.   

As vendas de secos e molhados vendiam quase tudo de que se precisava para os alimentos. Não vendiam carne, comprávamos no açougue, para o quê, havia um gancho próprio para o transporte, sem nenhuma proteção, também não havia poluição e se o gancho caísse, sujava a carne da areia da rua que não era calçada. Em casa, a mãe da gente sempre tinha um jeito a dar. Não era problema. 

Podia-se comprar fiado. As pessoas tinham uma caderneta, onde o dono da venda anotava as coisas compradas durante aquele mês. Ele também tinha um livro onde tudo anotava. No fim do mês ou na hora do pagamento, via-se aquele senhor proceder à soma direitinho, havia precisão ou ninguém duvidava.

O peixe era comprado na porta de casa. O pão na padaria ou através do vendedor que percorria as ruas com um cesto enorme na cabeça, cerca de um metro de diâmetro, coberto com uma toalha alvinha como coco. Ê o pão, ê o pão, ê o pão!

Chegava ainda quentinho, uma delícia. Pão doce, pão de sal, pão tatu. 

Quando os Grupos Escolares passaram a funcionar também à noite, foi a maior novidade.  As crianças iam à Escola, geralmente pela manhã, quando voltavam era hora do almoço, “mudavam a roupa” e caiam na brincadeira. Ah, tinha dever de casa, mas nem todo mundo fazia era preciso brincar.
       
E o que mais? continuo depois