quarta-feira, 24 de abril de 2013

A ESPERANÇA É OUTRA

Texto do progama CINCO MINUTOS COM MARIA.

No sábado passado, terminei o programa de certa forma dizendo que os sofrimentos valem a pena, porque nos asseguram a recompensa do céu. Agora, pode até ser que eu acabe por decepcionar alguém,  mas o que realmente afirmo é  que não acho que tenhamos obrigatoriamente que sofrer para ganhar o céu.

Flávia
O problema é que apesar de Deus ter criado todas as coisas com perfeição e Deus só pode fazer o que é bom, o mau e o pecado se encarregaram de desfigurar o homem e fazê-lo agir em total desconformidade com o projeto de Deus. Pergunta-se: Deus não quer o mal, então por que permite que o mal aconteça? poderoso como é, Deus pode desviar todos os tiros disparados contra uma pessoa, pode reter as mãos que espancam, pode impedir que alguém seja atropelado por um carro, que aquela bala perdida tivesse que pegar exatamente quem passava pelo local e não tinha nada a ver com o que estava acontecendo.  Podia ter desviado o pensamento dos dois jovens que produziram a tragédia em Boston...

É assim, todo mundo se pergunta por que isto ou por que aquilo? E às vezes até bronqueia com Deus que não interviu. Ele não leva em conta porque ama.

Meus queridos irmãos, as consequências do pecado são um verdadeiro desastre. Por que adoecemos? ora porquê, porque as condições de insalubridade do mundo em que vivemos, vai cada vez mais se dilatando e cada vez mais nos atingindo. Deus não coloca a aids ou o câncer em ninguém, são as influências externas que contaminam ainda que aquela pequena parcela do nosso corpo, do nosso organismo e vai progressivamente se ampliando, muitas vezes ao ponto, de nenhum remédio ser mais capaz de conter os seus efeitos.

Deus não põe na cabeça do homicida, vai lá e mata fulano. A fúria, o desrespeito pelo outro, as raivas, os rancores, todos os sentimentos mesquinhos é que se apoderam do tal e ele acaba cumprindo o que sua cabeça cheia de maldade comanda.

Já pensou se Deus tivesse que evitar todo mal que acontece? Com um mundão deste tamanho, teria que segurar milhões de mãos, desviar milhões de pensamentos, evitar outros milhões de atos, em cada segundo, mas não é este o papel de Deus, se quisermos assim chamar. Em linguagem humana, diga-se, perderia tempo no amar.

Deus é amor, Deus não sabe senão amar, Deus só sabe amar, Deus só pode amar, então ama quem morre e quem mata, quem fere, quem é ferido e assim por diante.

Quando se diz que mesmo sendo sofrimento, ele nos prepara para outra realidade, é para que não nos detenhamos com o que por este mundinho daqui acontece, a esperança é outra, como disse São Paulo: nenhum olho viu, nenhum ouvido ouviu o que Deus guarda para aqueles que O amam.  (1 Cor. 2, 9-11).