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Pendão da esperança! |
Acabo de ter sob os meus
olhos, uma fotografia de arrebol no Rio Amazonas,(acima) nuvens se dispuseram em V
invertido. Ao se projetarem nas águas espelhadas do imenso caudal, compuseram
um losango, coube à mata ciliar se encarregar do divisor e a imagem da Bandeira
Brasileira se desenhou.
- “Salve lindo pendão da
esperança, salve símbolo augusto da Pátria”!
Pátria, ando pensando no
sentido de Pátria, talvez saudosa da sensação boa que nos causa seu abrigo,
sensação de não estar só, de compor um imenso corpo, um respirar de sentimentos
que coincidem, decidida a escrever.
Ao
proceder a questionamentos ou a partir de quando se deu, minha impressão é de
que tenha sido na linguagem de oposição dos políticos do MDB e seus aliados, na
época dos militares no poder. Ao se referirem ao Brasil, usavam – ainda usam -
o termo país: “este país, neste país, deste país”... Aos meus ouvidos ainda
ressoa como termo de menor expressão, enquanto a denominação Pátria ficou
reservada aos poetas, aos pensadores. Rui Barbosa assim a definiu: “A pátria é a família amplificada. E a família,
divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a
fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades,
uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas.
Multiplicai a célula, e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a
pátria. Sempre o mesmo plasma, a mesma substância nervosa, a mesma circulação
sanguínea”.
Ai de mim se ousasse dizer de outro modo o que é Pátria.
Plagiaria somente. O termo Pátria de há muito vem fazendo falta enorme no nosso
linguajar. Muito se disse contra o líder boliviano, Hugo Chávez, que há pouco a
morte silenciou, mas quem reparou não vai negar as quantas vezes que nos seus
discursos inflamados repetia Pátria, meu
amor pátrio.
Certamente, deixou sentimento pátrio em seu país,
agora sim, soa no seu lugar, no sentido próprio o termo país, uma região geográfica
considerada o território físico de um Estado soberano.
Exemplifico com o fecho de um
discurso chaviano, em homenagem às mulheres: “Y a
las mujeres en su día: todo mi amor patrio!
¡¡mujeres, de nuestro amor, nacerá la patria
de nuestros hijos!!
Igual impressão me foi passada em apenas cinco dias
de convívio com gente panamenha e no Uruguai.
O culto à língua implica em amor pátrio – ou se
entrega a alma ao estrangeiro antes de ser por ele absorvida (Rui) – importa o
uso das palavras de acordo com o seu melhor significado. A Pátria agradece.