Muito se fala em Santiago de Compostela, cidade situada na Região da
![]() |
Catedral |
Tive oportunidade de ver vários deles
chegando. Todos me causaram profundo respeito e admiração. Abracei uma moça que
dava sinais de imenso cansaço, comunguei
com um outro chegando solitário. O movimento dos lábios denotava
murmúrio de orações e ao mesmo tempo esboçava um indizível sorriso de alegria,
certamente, pela caminhada, pelo alcance da meta. Uma imagem de um momento que
jamais esquecerei.
Descobri que há outras curiosidades e
devocionais por lá! Eu mesma não sabia, nunca tinha ouvido falar. Uma é o ‘ABRAÇO
DO SANTO’. Sobe-se por uma escadinha, passando por trás do altar; chega-se ao
ponto central, onde então se pode dar um abraço em São Tiago , (na imagem,
claro). Desce-se e sai-se pela outra parte. Logo abaixo está o túmulo dele. Ai
é que enquanto estava sentada esperando a hora da Missa, vi um braço que se
mexia. Uai, São Tiago está se mexendo? Claro que não, era o braço de alguém que
passava, mais um abraço que estava
ganhando.
A outra novidade é o “Botafumeiro”. Na
realidade, um turíbulo enorme que resta pairando acima do altar. Remonta ao
início das peregrinações a Santiago. Consistiu de um grande vaso de prata
presenteado pelo Rei Luiz XI da França e roubado pelas tropas napoleônicas. O
atual foi fundido em 1851. É de latão
banhado de prata.
No momento de sua função, é descido até
a altura do altar mediante cordas que o prendem. Ali o Sacerdote que motiva a
Assembléia para mais que um ver, transformar o que vê em oração, deposita no
seu interior uma quantidade de incenso. Um grupo de homens, os “tiraboleiros”, vestidos
a caráter, mediante gestos precisos e concertados, imprimem-lhe movimento
balanceado de um lado para o outro até se aproximar muito do teto do templo. É
um espetáculo, fotografado e filmado por inúmeras máquinas dos que fazem
questão de, mediante ação própria, levar para casa lembrança tão bonita. Chega
a uma altura de 22 m
e a velocidade equivalente a 70
km .
Se originalmente, o fumeiro era
destinado a dissipar os odores desprendidos dos corpos suados dos peregrinos
que chegavam da caminhada e deviam, conforme ritual que permanece assistir a
Missa do Peregrino, (muitos sem ter onde se hospedar, faziam da Catedral também
dormitório), hoje o sentido é outro. Tem seis datas fixas para acontecer, excepcionalmente,
a pedido e mediante paga. Foi nessa circunstância que se deu a oportunidade que
tive.
Há quatro registros de queda do
grande turíbulo, sem consequências graves. Registros bem humorados também, como
aquele que narra que o turíbulo destacando-se da corda, sai pela janela da
catedral e cai exatamente em cima de uma pequena banca onde alguém vendia
castanhas. “Aconteceu uma castanhada”.
A
origem de Santiago de Compostela
O
nome de Santiago de
Compostela compõe-se de duas partes, São Tiago - o apóstolo, e
Compostela - Campus stellae, cuja tradução quer dizer "Campo de
estrelas". Este Campo de estrelas refere-se à lenda da origem desta
cidade. Reza a referida lenda que, no ano 813, um habitante, de nome Pelayo,
estando no local em que hoje se encontra a cidade, viu luzes e sinais no céu.
Seguiu as pistas sugeridas pelos sinais e encontrou o túmulo e os restos
mortais de São Tiago e dos seus discípulos. Relatou o sucedido ao Bispo
Teodomiro de Iria Flavia, localidade situada a 20 km de Santiago de
Compostela. O bispo mudou a sede do bispado para Compostela e
informou o Rei Alfonso
II daquilo que tinha sucedido. O Rei chegou ao lugar e ordenou a construção da
primeira capela de Santiago de
Compostela, para proteção do apóstolo e para que o recordassem.
Assim foi sendo edificada, passo a passo, a cidade atual, que ainda encerra um centro muito antigo.
Assim foi sendo edificada, passo a passo, a cidade atual, que ainda encerra um centro muito antigo.