domingo, 24 de fevereiro de 2019

MEU CRICARÉ



Aos que se orgulham de ser mateenses



O que se vê em primeiro plano
Não encanta.
Mas como é mais para lá
Que está o melhor,
Para lá, projete o seu olhar.
Depois dos casarões, sim, para lá.
O que veem?
Meu Cricaré.

Rio de águas mansas,
Rio de águas claras,
Rio que avança ou volta
ao comando da maré.
Se está brilhando o sol
forma-se em tua superfície,
uma constelação que saltita,
são estrelas
que brotam do teu ventre
e nos vêm apaixonar.

Rio que permitiu
o deslizar de navios
no teu leito.
Rio que fez
a apoteose de gente
que bem se vestia,
só para recepcionar.

Rio que um dia
contou com moldura
de palmeiras louçãs
bailarinas ao vento,
mas inquietavam quem...

Eu te amo, meu Cricaré,
Amo pelas tuas águas,
pelas curvas
com as quais caprichosamente
desenhas,
as iniciais do nome do teu lugar.
Da terra que te pertence
e dela nunca, te vais apartar.

E mesmo quando eu me for,
como a outros já sucedeu,
entre as glórias que levaremos
estará a beleza de tantas vezes
em que sonhando,
te ficamos a contemplar.




Numa noite de calor intenso,. Não o suficiente ou a
ponto de inibir o explodir destes meus versos.
Marlusse Pestana Daher 23/02/2019.