No dia 6 de agosto do ano passado (2015), a Igreja
comemorava a Festa da “Transfiguração do Senhor”. A data foi marcada pela divulgação
da carta do Papa Francisco, amante da natureza como seu santo inspirador, que instituiu o 1° de setembro, como “Jornada
Mundial de Oração para o cuidado com a Natureza”.
Às nossas atenções voltadas para os últimos nem tão
ditosos recentes acontecimentos, - como sempre protagonizados em clima de
política que não se pode considerar no seu aspecto científico como ciência da governança de um Estado, nem como arte, quando deriva de polis que designa o que é público, - passou praticamente
despercebido o dia de ontem, quando deveríamos juntar a nossa prece a de todos
que se reuniram para elevar súplicas ao Senhor da Vida para que tenhamos todo
cuidado com a natureza.
Mas o Papa rezou com muitos. Celebrou e no seu
discurso que a imprensa católica divulgou amplamente, disse que “a ocorrência
pretende oferecer a cada crente pessoalmente, e às comunidades, a preciosa
oportunidade de renovar sua pessoal adesão à própria vocação de guardas da criação”.
Vocação que significa chamado foi como denominou o Papa
a esta nossa obrigação. Por ela agradeçamos a Deus que confiou aos nossos
cuidados, sua obra maravilhosa, pelo que
nos compete invocar sua ajuda e proteção para que bem possamos realizá-la.
A preocupação com o futuro do planeta é tarefa que
compete a todos nós. Não acreditávamos, mas agora sentimos na pele as
consequências do desamor com que sempre nos houvemos em relação ao criado. É
indiscutível que "os problemas ambientais como sua degradação derivam de uma
ainda indestrutível crise moral e espiritual". A cobiça sempre fala mais alto. Ainda
hoje, era noticiada a morte de tantas
onças cuja espécie assim se ameaça. Tudo indica que os delinquentes se
comportam como se ninguém, nem nada mais existisse a não ser sua cobiça: encher
bolsos com muito dinheiro.
Lembrou ainda o Papa que “não podemos nos sentir indiferentes
à perda da biodiversidade, à destruição dos ecossistemas, frequentemente
provocados pelos nossos comportamentos irresponsáveis e egoístas”. E a nossa
indivisibilidade com o meio ambiente, posto que, “quando maltratamos a
natureza, maltratamos também os seres humanos”. Tudo que fere a terra e tudo
que nela está repercute em nós, pode
causar feridas purulentas e deixar marcas.
Vamos assinalar em nossas agendas mais esta ocorrência
mundial: 1° de setembro, jornada mundial de orações para o cuidado com a criação.
E não só. Importa rezar todos os dias em tal intenção. Se não estivermos
suficientemente sensibilizados é porque desconhecemos. Basta que procuremos nos instruir com tantas lições
que a respeito existem. Na internet, companheira nossa de cada dia, podem ser encontradas
infinitas informações, na forma que se quiser, sobre o que se quiser,
revitalização de rios, plantação e cultivo de mata ciliar, tudo.
Convertamo-nos pois, a ser cuidadores da criação, da
terra tudo nos vem. É necessário nos penitenciarmos pelo mal que já fizemos,
firmar propósito de olharmos a criação com toda a misericórdia porque nada no momento se configura mais atual,
mais urgente, mais necessário que a conversão de todos nós à causa do meio
ambiente.
Marlusse Pestana Daher
2 de setembro de 2016
21:10