Fabiani Rodrigues Taylor Costa
Passava por uma rua
movimentada, era justamente a hora em que todos saíam do trabalho e,
apressados, iam para suas casas que, observando bem, não se importavam muito se
iriam chegar.
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Fabiani R T costa |
No vai e vem de automóveis,
havia um pedestre para atravessar a rua, mas, quem estava na minha frente, não
se importou. O pedestre atravessou a rua, com sua cadeira de rodas, no
zigue-zague, costurando carros.
Parei o meu carro e ele foi
mais aliviado, não tendo que fazer tanto esforço com a cadeira. Ainda virou e
me agradeceu, no singelo levantar do polegar de sua mão direita e, dentro da
minha mente, respondia “é minha obrigação”.
“Não faça com os outros o
que você não gostaria que fizesse com você” é uma frase que vira e mexe vem à
tona em minhas ações.
Tratar todas as pessoas com
respeito é o que deveríamos fazer constantemente. Quando se trata de alguém com
necessidades especiais, esse respeito tem que ser dobrado.
Não deve ser fácil passar
pelas ruas de cadeira de rodas sem calçada acessível, sem faixa de pedestres e,
muito menos, com motoristas que se acham donos do pedaço.
“Ser diferente é normal”,
mas com boa infraestrutura e respeito de todos.Em outra situação,
deparei-me com um menino, em pleno amanhecer, que, por ter necessidade
especial, tudo nele era especial.Agarrado a uma coleira,
estava um cachorro de pelúcia, enorme, rosa, que o menino segurava firmemente à
espera de poder atravessar a rua.
Fiquei observando a
preocupação e os cuidados investidos na pelúcia, mas que para o menino, diante
de si, estava o melhor amigo do homem, seu amigo.E lá se foi rua afora, o
menino com seu cachorro, nas suas conversas imaginárias, sem notar que do outro
lado eu seguia também com minhas diferenças, à espera de um mundo melhor, tão
cor de rosa quanto a aurora, tão cor de rosa quanto o seu cão.