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Prof. Felipe Aquino |
Antes de tudo é preciso focar as
atenções no grande Aniversariante. Ele veio para nos salvar. Que Ele não seja
esquecido, renegado, escondido. “Ele é Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (João 1,19). Como disse o salmista, é preciso dizer: “Que céus e terra
glorifiquem o Senhor com o mar e todo ser que neles vive!” (Sl 68,35); porque
“Seu Nome é admirável Conselheiro, Deus forte, Pai do século futuro e Príncipe
da paz será chamado” (Is 9,6).
Toda a alegria da família deve estar
lastreada no júbilo que brota em nossos corações por saber que agora temos um
Irmão divino, que nos ama, que nos acompanha, e que vive em nossa alma. Deus se
fez homem, veio armar a Sua tenda entre nós. Ele é o Emanuel, o Deus conosco,
que, ressuscitado caminha conosco para que não tenhamos medo das lutas da vida.
Ele não se orgulhou de ser Deus, se fez pequeno, se fez criança; como disse São
Paulo se fez pobre para nos enriquecer com suas graças.
Cada família cristã precisa armar o
Presépio, e contemplar diante dele as grandezas desse Menino que deixou a
glória celeste para nos socorrer em nossas misérias.
Contemplando também os personagens do
Presépio, podemos meditar profundamente nas lições do Natal, e preparar a alma
para construir nela o verdadeiro presépio; a melhor manjedoura no coração para
receber o Rei dos reis.
José e Maria, os pais do Menino Deus
encarnado feito homem que quis ter uma família humana. Aí vemos toda a
importância do pai, da mãe e da família; é uma consagração do quarto
mandamento. A família é sagrada; e a mais sagrada é a família de Nazaré. O Presépio
nos ensina a beleza e a importância da família. Em José e Maria vemos também o
exemplo daqueles que vivem conforme a exata vontade de Deus: dóceis, meigos,
disponíveis a Deus de maneira absoluta; simples, puros, santos.
Ali estão os Anjos – anunciaram com
júbilo aos pastores o nascimento do Menino Deus: “Glória a Deu nas alturas e
paz na terra aos homens de boa vontade”. Os Anjos acompanharam Jesus em toda a
sua vida, da manjedoura á Ascensão ao céu.
Ouça também: A
importância da Família
Ali está aquele pequeno burrinho –
era o humilde animal dos pobres e humildes do povo que aguardavam o Messias,
que viria para salvar o povo. Foi nele que Jesus entrou em Jerusalém para
consumar a Sua obra e viver a Sua paixão. No Presépio ele representa a criação
dócil de Deus que acolhe o seu Deus e lhe presta o devido culto de serviço e de
louvor.
O boi também está ali – era o animal
sacrificado nos holocaustos dos judeus, no Templo, em oferenda pelos pecados do
povo. Jesus, com o Seu Sacrifício na cruz, levou à plenitude os sacrifícios da
Antiga Aliança, que era celebrada no sangue dos novilhos. O boi no Presépio
acolhe a Grande Vítima que será um dia imolada no Calvário, no seu lugar, pelo
pecado do mundo.
A ovelha – dócil animal que
representa o Cordeiro que os judeus sacrificavam diariamente no chamado
“holocausto perpétuo”, ao cair da tarde, para a purificação dos pecados do povo
judeu. É uma imagem de Jesus, que como disse Isaias, foi conduzido ao Calvário
como uma ovelha muda, sem resistir, sem blasfemar, sem se arrepender de fazer a
vontade de Deus.
Ali estão também os pobres pastores
de Belém – são os representantes humildes do povo judeu, para quem Jesus veio
em primeiro lugar. Os céus se lhes abriram e eram viram os Anjos cantando o
Glória a Deus. São eles as testemunhas de que Deus cumpriu para com o povo
judeu a Promessa de enviar o Redentor, anunciada pelos profetas.
Os reis Magos chegaram também – são
os representantes dos gentios; daqueles que não eram judeus; muitos deles já
conheciam o Deus de Israel e lhes prestavam culto. Os Magos no Presépio indicam
que Jesus veio não só para os judeus (representados nos pastores), mas para
todos os povos do mundo. Eles oferecem ao Menino Deus, o incenso; ao Menino
Rei, o ouro; ao Menino Cordeiro, a mirra do sepulcro. É a representação de
todos os povos que veem adorar “Aquele que vem em Nome do Senhor”.
É ai, diante do Presépio que os pais
podem aprender a amar como José e Maria; e os filhos podem aprender com o Deus
Menino a beleza da obediência aos pais, e a virtude do trabalho.
É diante do Presépio que a família
deve rezar o Terço meditando cada mistério da vida de Jesus, desde o Anuncio do
Anjo a Maria até a consumação de Sua glória.
Que cada presente dado aos filhos
seja a expressão da alegria do nascimento do nosso Redentor. Que a ceia do
Natal seja a expressão da confraternização da família que se modela no exemplo
da Sagrada Família. Que o desejo de “um feliz Natal”, seja também um compromisso
de amar cada pessoa da família, suportando os defeitos de cada um, se
comprometendo a ajudá-los nas suas dificuldades.
Enfim, que a celebração do Natal em
cada lar seja o advento, a chegada, Daquele que é o Príncipe da Paz, e que vem
trazer a paz à família, neste mundo de tantas aflições e tribulações.
Prof. Felipe Aquino
Membro ativo, pregador, comunicador, Canção Nova