Todos nos devemos manter atualizados, saber o que se
passa ao nosso lado,
além de nós, e até em outras fronteiras.
além de nós, e até em outras fronteiras.
O meio
destinado à promoção desta possibilidade é a mídia: jornais, televisão, rádios
e revistas. Entretanto, já há pessoas que se recusam a ler jornais. Uma
expressão comum entre muitas é a de que, “se torcermos o jornal, sai sangue”,
traduz-se em dizer que as notícias estampadas em suas páginas são sempre de
desastres, crimes de toda sorte, morte.
De
fato, os jornais optaram preferencialmente por anunciar o mal, as coisas ruins
que acontecem. Dizem que é disto que o povo gosta e se não usarem de tal
expediente, o jornal não é comprado. É claro, que como empresas que são, devem
dar lucro. Daí ser este o principal
objetivo deles.
Antes
de escrever, examinei ao menos seis edições de um determinado jornal e a
constatação não foi outra.
Entretanto,
os que cremos em Deus não nos podemos incluir entre os arautos do caos. Importa
crer que “Jesus Cristo é o Senhor”, (Fil. 2,11) que são muito mais os que crêem
nele, do que os que o renegam e que, numa “nação, cujo Deus é o Senhor”, (Sl
143,15) não obstante as aparências, devemos continuar acreditando, que nem tudo
está perdido.
Podemos
ter desviado o rumo de muitas coisas, muitas mesmo. Perdemos o sentido da
grandeza de Deus, deixamo-nos levar por outros deuses e seguimos ao invés dos
verdadeiros pastores, lobos vorazes.

A
Palavra de Deus é ouvida, mas pouco posta em prática. Abdicamos do nosso
potencial de cidadãos e não nos posicionamos de forma mais categórica ante os
representantes que elegemos, que não cumprem o que prometem, e ainda assim,
levados por falsos cantos de sereia, os discursos de palanque, acabamos por
reconduzi-los aos cargos dos quais se valem, somente, para a própria promoção.
Marginalizamos
ou não conhecemos nossos direitos, ao invés, somos capazes de criar,
inexistentes.
Formamos
a comunidade humana que só será bem definida, só será plena e conduzirá todos a
serem efetivamente iguais perante a lei, se todos, neste sentido, se
empenharem.
Nós
também formamos o que na natureza se
chama de ecossistema, comunidade de seres vivos que se entrosam,
colaboram uns com os outros e ainda servem ao homem, por acréscimo. Já dissera Raul Folereau: “ninguém tem o
direito de ser feliz sozinho”.
É
preciso buscar o bem e saber contrapô-lo ao mal. É preciso não comprar o jornal
puro sangue. É preciso proclamar pelas ruas e praças que o bem existe.
O bem é de Deus e assim é discreto, age
silenciosamente, persistentemente, dá sem nada pedir em troca, é fermento que
leveda a massa e a faz crescer. O mau precisa de palco e dá espetáculo para ser
visto.
Não
é verdade que tudo vai de mal a pior. Ou o sacrifício redentor do Cristo, Filho
de Deus, de nada teria valido.
Talvez
precisemos mudar as cores das lentes dos óculos através dos quais contemplamos
as coisas e acabaremos por constatar que como o bem não faz barulho, o barulho
não faz bem.
Marlusse Pestana Daher
Promotora de Justiça
Esse
artigo foi escrito há bem uns 15 anos.
Tenho,
mas não localizei a data.