segunda-feira, 27 de abril de 2020

REGINA, QUE DE RAINHA NADA TINHA


Irônica, ou carinhosamente.
pode-se escolher como:
chamaram-na Regina.
Mas como? vestida desse jeito
sem ao menos um adorno de ouro,
ao contrario um simples andrajo
qual a de outra pobre a mais qualquer?

As unhas que foram pintadas vermelhinhas,
estavam emolduradas do negro da sujeira
a qual ela nenhuma restrição fazia.

Não brilhava na ribalta sob luzes multicoloridas,
mas está prostrada no asfalto,
sob o calor causticante do sol
em um dia distante,
numa praça importante
da bela, Belo Horizonte,
foi lá que a encontrei.

Dorme profundamente, indica-o a placidez
de sua face muito jovem
que a contemplação dos que passam
mesmo que parem e a música soe alto
não conseguem despertar.
O policial já não se toca
e aos que o advertem:
“há uma pessoa dormindo ali”.
Respondeu: alguém já me advertiu antes.
vim ver quem é, já sabendo
que se tratava dela: É Regina!

Uma visão pobre daquela outra que brilha
Nos palcos, nas telas das Tvs.
Nunca receberá a efusão de um abraço,
não conhecerá aplausos,
amada, só pelo amor de Deus.
Perturbará alguns e outros quem sabe...
que pena!



Todos viram, ninguém se apiedou, quanto mais
                                               cuidou. Que falta nos fazem os Samaritanos...