sábado, 9 de março de 2019

ORIGEM DA MULHER



  
Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.

Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher. E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.
  
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é "melhor" em aramaico.


Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.

  
   Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi,             originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se
   transformando até adquirir sua forma atual.
  
   No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.
  
   E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher a idade, cor da pele e tipo de massagem.
  
   Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.
  
   Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo
   evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar
   primevo, e é descendente direto de uma linha específica de
   primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu
   estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda
   sabe de onde veio.
  
   É certamente ridículo pensar que as mulheres também
   descendem de macacos. A minha mãe, não!
  
   Mas de onde veio a primeira mulher?
  
   Inclino-me para a tese da origem extraterrena.
  
   A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro
   planeta.
  
   Venho observando-as durante anos - inclusive casei com
   uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter
   colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste
   mundo.
  
   Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e
   volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que
   captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e
   digam que só estavam pensando no jantar.
  
Têm uma lógica completamente diferente da nossa.
  
   Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade,
   assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como
   dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao
   lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a
   suspeita de que se trata de uma
   estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam
   começando a dar na vista.
  
   Quando comentamos o fato, nos acusam de ser
   machistas,presos a preconceitos e incapazes de reconhecer
   seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz,
   dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam
   arrepiados e sem argumentos.
  
   Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.
  
   Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.
  
   E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes.
  
   Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas. Algumas, meu Deus, até sardas no nariz.
  
   Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!
  
   E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra    os seus exércitos de encantos?
  
   Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem.
  
   Se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese está certa.
  
   Luís Fernando Veríssimo