quarta-feira, 25 de março de 2020

ANUNCIAÇÃO DO ANJO A MARIA


Dois Evangelistas se ocuparam em descrever como se deu a Anunciação, Mateus e Lucas. Este último mais minucioso. Anunciação, do verbo anunciar, em se tratando do tema dessa meditação, cuja festa hoje se comemora, significa aquele momento particular em que o Senhor, chamou um dos seus anjos, o Gabriel, confiando-lhe uma tarefa e assim, de imediato, vai ele a uma cidadezinha, a qual  a maioria não dava importância, chamada Nazaré.
Faça-se em segundo a sua Palavra.
Deveria chegar àquela casa humilde onde uma adolescente se encontrava em oração, procurando conhecer mais de perto e em profundidade as coisas de Javé.
Tratava-se de Maria, filha de Anna e Joaquim. Claro que a menina se assusta, ninguém nunca entrara em sua casa daquele modo, mesmo se apresentando em vestes que só podiam representar um ser extraordinário. E como manda a boa educação, primeiro, o Anjo a saúda de forma reverencial e com palavras difíceis para ela de serem entendidas. Diz: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. O ânimo da jovem estremece e todo seu ser se agita. Não estava entendendo nada. Muito menos entendeu as palavras que viriam em seguida: O Senhor é contigo. Apesar de sua pouca idade, apesar de viver uma vida em tudo semelhante a dos demais nazarenos e na época, em plena adesão aos costumes locais, estava noiva, prometida em casamento a José, um carpinteiro. Ela se instruía nas escrituras e também sabia que quando chegasse a plenitude dos tempos, viria o Redentor, nascido de uma mulher. O que jamais passou pela sua cabeça é que a MULHER que vivenciaria a grande proeza era ela mesma. E o espanto não se esvaneceria, pelo contrário razão porque, resolve perguntar: mas como ter um filho, se não conheço homem.
Viria então, o esclarecimento, era a parte da competência de Deus: O Espírito Santo te cobrirá com a tua sombra e o Filho que nascer de Ti, será chamado Filho do Deus altíssimo.
Agora sim, ela sabe que Deus não olhou sua pequenez, sua pobreza, sua tenra idade e estava-lhe confiando a missão de ser Mãe do Redentor, do desejado por tantas gerações que esperaram tanto, mas não viram o momento chegar.
Então, consciente de sua condição, escrava, mas ciente do que lhe competia, cheia da altivez humilde que só os puros conhecem e têm, responde ao Anjo: Eis-me. Fiat! Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra.
Marlusse
Do Programa Com Maria pelas estradas da vida.
Radio América  AM 690  - 12h 45m.

sexta-feira, 20 de março de 2020

NÃO TEMOS VULCÕES, NEM FURACÕES


Diante do tamanho dos danos que vem causando o “Corona vírus”, que faz nossos corações se encherem de ternura e compaixão por todos que sofrem suas investidas, mais parece que os últimos desastres causados pelas chuvas abundantes que caíram aqui no nosso Espírito Santo ficaram esquecidos? 
Vargem Alta - ES

Não, com certeza, pelas pessoas diretamente atingidas pelos danos. Quanta gente morreu entre água e lama, sem que tivesse chance de se segurar em algum lugar e sair. Cidades completamente devastadas e governantes sem recursos suficientes para suavizar tanta dor. Livros de professores, ou não, material escolar de crianças (cito estes dois exemplos por saber o que significam.) É como dizemos “ficaram unicamente com a roupa do corpo, suja de lama ou molhada”.

No último rompimento de barragem no litoral santista, nada menos que trinta pessoas perderam a vida em poucos minutos. Quantas famílias desestruturadas, quanta devastação, quanta dor da parte daqueles que sequer puderam enterrar seu familiar porque o corpo não foi encontrado. E muito pouco tempo separou tudo isto do nefasto rompimento de barragem,  ocorrido em Brumadinho.

Pois é, costumávamos dizer, “nós não temos vulcões, graças a Deus”, “não temos furacões”. Ah é? Mas temos muita água que desbrava terra e se as chuvas são abundantes fazem rios transbordar. Quantas vezes a insensatez fez ser dito por alguns que a devastação do meio ambiente, que há muito tempo vem sendo causada, desestruturando a natureza, fazendo-a entrar em desequilíbrio, era coisa de ambientalista “que não tem o que fazer”. Por causa disto ocorreram martírios como de Chico Mendes, como o de Paulo Vinha no nosso Estado e tantos outros.

Corta a perna de uma pessoa e vai ver que transtorno causa a mesma, passará a depender de meios antes desnecessários. Cegue uma pessoa, decepe suas mãos. Enfim há muitos modos de inviabilizarmos vida de pessoas. 

Pois é, devastamos os picos dos montes, acabamos com muitas vidas de espécie animal e vegetal, sem piedade, nos imiscuímos pelo prazer de captar “aquela espécie em particular”, biodiversidade? “mas isto se come”?

Sim, estamos perplexos, vivemos esperando que Deus viva repetindo milagres “para nos tirar do sufoco” esquecendo aquele velho ditado com que os antigos sintetizaram toda a obra de Deus: seu cuidado, seu amor, o que espera de nós com aquele “faça por onde, eu te ajudarei”.

Enquanto a natureza estiver desequilibrada, cada vez mais seremos levados por quedas de barreira, morro abaixo.

Se Deus não nos ouve é porque Ele é quem sabe qual é a hora de favorecer-nos, afinal de contas: “tudo tem seu tempo debaixo do céu”.

segunda-feira, 16 de março de 2020

HÁ SEMPRE UMA LUZ


Pe. Luis Verdi, um sacerdote italiano, deu ao livro que escreveu o seguinte título: “A realidade tem sabor de pão”. Segundo ele, “cada um pode dizer: “Tenho na pele as marcas de cada crise minha, e sei bem quanto é longa e quanto, como um medo encantado, me envolve”.

O motivo é explicado pelo fato de “não sabermos ou por ser árduo compreender que naquele medo por vezes se realiza o encanto, e que é na profundidade da noite que se acende a luz. Se queremos ver além  da noite, não podemos experimentar medi-la, podemos apenas penetrá-la com esperança e permanecer disponíveis à ideia de que nenhuma noite é só noite, mas é também outra coisa. Quando se está em crise, tudo parece contradizer esta visão, e nas mãos vazias fica apenas a coragem extrema de levar a mente, o corpo, a alma a esperar contra toda a esperança.    
                  
Sempre considerei cada crise não um desmoronamento, mas uma ocasião. Mas só o é, se permanecermos fiéis e abertos, se apesar da dureza da prova, continuarmos a ser terra que sonha, sabendo que mais cedo ou mais tarde, surgirá em nós a luz de uma resposta que nos virá do Senhor. 

 Chegarão as palavras e os sinais que se tornarão aurora e chuva para a nossa terra e iluminarão nossa escuridão e nossa sede de ver. Só uma terra bem trabalhada pode tornar-se terra propícia, dizem-nos os agricultores. Por isso, um tempo de dificuldade e perturbação pode revelar-se como o tempo mais próprio para um novo nascimento: cada parto é antecedido das dores, cada nova iluminação ou crescimento paga o seu momento ao inferno, cada passagem de iniciação marcada pelo ritmo de noites escuras. E gosto de pensar que cada crise tem os efeitos das pedras do Pequeno Polegar, que, na densidade do bosque, conseguem sempre indicar o caminho.

Cada crise permite-nos elevar-nos sobre a superfície do mundo, para avistar os cumes inviolados que a neblina oculta àqueles que vivem na planície. «Deste aos meus pés um caminho espaçoso» (Salmo 31,9). Chega um dia em que, dentro da tua penumbra ou no teu labirinto, abre-se uma passagem inesperada que te indica o sentido dentro do não sentido. No profundo da noite, na escuridão das crises, há sempre uma luz para a qual rumamos, ou que vem ao nosso encontro ”.

Não é fácil, não temos fé suficiente? Mergulhemos no sentido da vida, e como Maria, procuremos compreender tudo que vem Dele, em cada detalhe e sintamos que estamos a caminho. 


Só a "arrumação" dese texto é minha. 
A ideia é do livro mencionado do Pe. Luis Verdi



quarta-feira, 11 de março de 2020

VOCÊ É QUE PENSA

Kkkkkk! Você é que pensa que não é chamado à Santidade. 



A referência das nossas meditações para que sejamos como Jesus disse que temos que ser: ‘santos como é Santo o meu Pai que está no céu”, de acordo com a proposta da Campanha da Fraternidade deste ano, é simbolizada pela parábola do Bom Samaritano que vendo aquele homem caído, quase morto, depois de ter sido assaltado e espancado por assaltantes que levaram tudo que ele tinha, depois de ignorado também por um sacerdote e um levita que por ele passaram “sem dar a mínima”, compadeceu-se dele, prestou-lhe os primeiros socorros e o levou a uma pensão tendo deixado tudo pago na mão do dono, contanto que tomasse conta do infeliz e o tratasse, além de ter prometido que na volta pagaria o que ainda que gastasse a mais. 


A parábola ensina que não podemos ficar indiferentes ao sofrimento de ninguém. Ainda hoje os assaltos, os estupros e outros crimes bárbaros vivem ameaçando nossas vidas, mas não ficamos vigilantes para evitar e ajudar quem precisa. De muitos, não podemos dizer que vivem – existem, repito, em situação de miséria, cujos filhos perambulando pelos becos nâo só das favelas ou na marginalidade acabam por ver de tudo e se encantarem com a dinheirama que veem nas mãos de bandidos e segui-los se torna em ambição, lhes enche os olhos. Ou então, vendo a proeza dos jogadores de futebol, pensam que podem ser iguais, sem pensar no fator talento. Lacuna deixada por uma educação de qualidade. 

Temos também a situação das pessoas que foram vítimas das chuvas que destruíram suas casas, levaram tudo o que tinham,  em resumo, deixaram apenas com a roupa do corpo.

A santidade é a primeira vocação do cristão, quando fomos batizados recebemos a semente da graça que deve produzir em nossos corações os ingredientes que nos lembram a cada momento, qual deve ser a atitude a tomar, o que deve ser feito a cada instante e diante de todas as situações que estão debaixo dos nossos olhos: moradores de rua, filas de desemprego, calamidades por deslizamento de morros, inúmeros mortos, pessoas que não encontram onde trabalhar há anos. Como não pensar? São nossos irmãos, nossos próximos.

À santidade chegamos, vivendo segundo o projeto que Deus tem para nós, projeto totalmente revestido de amor. E é com este amor que devemos levantar a cada manhã. Ordenar nossas necessidades pessoais e não ficar indiferentes às inúmeras situações de injustiça que vamos encontrar.

Claro que no Brasil pelo menos trata-se de uma situação “sem pé nem cabeça” temos para todos sem que nada venha a ser diminuído dos que tiverem mais. O mal se chama, políticos desonestos, pessoas que vivem para si, vivem como se um dia fossem isentos de prestar contas ao nosso Deus. Políticos que só pensam no seu bolso, embora não possamos tirar a parcela da culpa que nos cabe, com nossa conivência, pois os elegemos.










Leia ai: Levítico 11,44-45  - 19,2

            Cap. V do livro Luz dos Povos do Vaticano II: 39. A nossa fé crê que a Igreja, cujo mistério o sagrado Concílio expõe, é indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é com o Pai e o Espírito ao único Santo» (120), amou a Igreja como esposa, entregou-Se por ela, para a santificar (cfr. Ef. 5, 25-26) e uniu-a a Si como Seu corpo, cumulando-a com o dom do Espírito Santo, para glória de. Deus. Por isso, todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4). Esta santidade da Igreja incessantemente se manifesta, e deve manifestar-se, nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos fiéis; exprime-se de muitas maneiras em cada um daqueles que, no seu estado de vida, tendem à perfeição da caridade, com edificação do próximo; aparece dum modo especial na prática dos conselhos chamados evangélicos. A prática destes conselhos, abraçada sob a moção do Espírito Santo por muitos cristãos, quer privadamente quer nas condições ou estados aprovados pela Igreja, leva e deve levar ao mundo um admirável testemunho e exemplo desta santidade.

Se procurar, vai achar muito mais. Bom estudo. 






terça-feira, 10 de março de 2020

OMISSÃO É PECADO


Ouvi numa rede social, um Padre que ao final da Santa Missa disse: algumas pessoas já me perguntaram se é pecado participar das manifestações de rua, certamente, como a que vai acontecer no dia 15, próximo domingo. E ele respondeu. Pecado é se omitir.

Muitas vezes pecamos mais por omissão do que por ação, ou seja, não fazendo o que devemos fazer, encontrando uma desculpa esfarrapada qualquer para ficar tranquilo em casa, enquanto muitos vão às ruas passam aperreios sem dizer: “o direito que queremos é só o nosso, não daqueles que ficam em casa só esperando o que pode chegar do bom para todos”. Não dizem isto, estão lá, empunham bem alto a Bandeira do Brasil e gritam contra esse bando de corruptos que saqueou o Brasil.

Acrescentou, não é pecado sentir ira, quando esta ira vem da indignação que sentimos pelas coisas que vemos erradas, chegamos a chorar não fazemos nada. Preferimos nos acomodar. Por isto, acontece tudo que aconteceu por anos e anos. E citou como exemplo que Jesus que se indignou contra aqueles que estavam transformando o templo em covil de ladrões e os pôs para fora a chicotados. 

Não, meus irmãos, vamos continuar mantendo nossa indignação, porque Jesus disse que veio para que “todos tenham vida e vida em abundância, não um vidinha fuleira qualquer, mas vida em plenitude e o preço de tudo isto foi pago com a sua dolorosa paixão e morte na cruz” como a quaresma que estamos atravessando nos vem lembrando, nos vem ensinando.

Como é que pode políticos e ministros e mais a raia que os acompanha ter salários lá nas alturas e o operário ter como recompensa de seu trabalho um minguado salário mínimo com o qual tem que viver com sua família.

No Chile o grito do povo fez reduzir os salários dos políticos. Vamos fazer o mesmo.  Dia 15 é para protestar contra a parte do dinheiro do povo que o Congresso quer abocanhar para distribuir desavergonhadamente. Fora Maia, fora Alcolumbre.

Ó Nossa Senhora, nossa Mãe, nossa Rainha, nossa protetora, nossa guia, interceda por nós, para colocar no nosso coração o entendimento do que é melhor para todos. Não votemos em candidato que vai usar fundo partidário. Não vamos votar em quem já votamos e nada fizeram. É nosso dever de cristãos.


Marlusse

Do programa: COM MARIA PELAS ESTRADAS DA VIDA
Rádio América AM 690

segunda-feira, 9 de março de 2020

DIA DA MULHER


Ontem, foi comemorado o “Dia Internacional da Mulher”. É a maneira que o mundo encontrou para buscar métodos e empreender a luta contra o machismo. A data é motivada exatamente no fato de aquelas operárias terem sido mortas por incêndio dentro da fábrica onde trabalhavam, seu pecado? reivindicarem melhores salários, sendo que os machistas desnaturados, além de acharem que não mereciam por serem mulheres, ainda tiraram-lhes a vida, deixando muitas famílias em pranto, filhos sem mãe, lares sem aquela cujo papel é de suma relevância no ambiente familiar.

Por esta razão, as que vivemos hoje, ainda que continue sendo alarmante o número de feminicídio, um dos aspectos da violência doméstica, temos muitas razões e dispomos de meios para que a igualdade entre o homem e a mulher não fique só no papel, mas seja realidade. Igualdade na família, igualdade na sociedade, igualdade em qualquer lugar onde homem e mulher estejam por todos os motivos de convivência um ao lado do outro – outra do lado de um.

Com Beastriz Abaurre , expoente da nossa Cultura.
De observações (pesquisas ou estudos) levadas a efeito se registra que as mulheres ainda não entenderam a fundo a importância de  se unirem, porque como diz o ditado “é a união que faz a força”. E assim, fazem comparações entre si, se julgam melhores umas que as outras, mais bonitas, mais inteligentes, por outro lado, outras se sentem inferiorizadas por não poderem usar as mesmas marcas de roupa, porque não podem comprar nem uma bicicleta, quanto mais um carro.

Eu poderia continuar citando muitos exemplos. Que pena! Mulheres se invejam. Já reparou na quantidade de mulheres com representação em postos de poder, de mando. São uma insignificância. Há Câmaras Municipais e Assembleias que não têm uma única mulher, Vereadora ou Deputada; não é só na política, mas em outros acentos de poder, tribunais, empresas, onde podem fazer a diferença. E pensar que segundo o Superior Tribunal Eleitoral as eleitoras brasileiras (mulheres) são mais de 8 milhões do que eleitores.

Mulheres do Brasil, mulheres e homens são todos filhos de Deus, salvos pelo sangue redentor de Jesus. Vamos participar da política, vamos mudar a situação de inferioridade, a cor dessas coisas. Na próxima eleição não deixe de votar em mulheres, vamos mostrar nossa força, nossa capacidade, que é igual e em muitos casos até, superior a dos homens.   

Nossa Senhora interceda pelas mulheres e ajude em tudo principalmente em não renunciar ao direito de ser o que ela quiser, estar onde ela quiser.



Marlusse
9 de março de 2020