quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Concurso Literário Elza Cunha - Edição 2018



Academia Mateense de Letras – Amaletras

CONCURSO LITERÁRIO ELZA CUNHA

EDIÇÃO 2018

REGULAMENTO

O Concurso Literário Elza Cunha da Academia Mateense de Letras – Amaletras –  Edição 2018, está aberto a qualquer público detentor da Língua Portuguesa, a partir de 18 anos.

Gênero: crônica, conto ou poesia. Deverá ser escrito em fonte Verdana, com 1,5 cm de espaço entre as linhas, com até duas laudas, sob pseudônimo. A não observância deste critério, desqualifica o provável concorrente.

Os textos devem ser mandados por e-mails distintos. Um com o palavra “texto” em assunto e outro com a “identificação do concorrente” da qual constará nome, qualificação, endereço postal e de novo o pseudônimo, para o e-mail dahermp@hotmail.com

A comissão de avaliação será constituída por três bons conhecedores da língua, como da literatura. De sua decisão não caberá recurso.

Serão  classificados em primeiro, segundo e terceiro lugar em prosa.  Igual critério para a produção em verso.

Premiação “Medalha Elza Cunha” e diploma.

Prazo limite para envio dos textos: 15 de novembro de 2018

São Mateus, 16 de agosto  de 2018.                                       
                                                       
                                                                                                                                                             

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

PÁTRIA AMADA


Na noite de ontem, quando me recolhia, pensei o quanto seria muito bom, se no dia da Pátria, amanhã (hoje), ao alvorecer, fôssemos despertados pelos mais de duzentos milhões de vozes da brava gente brasileira cantando feliz, alto e em bom som: “Já podeis da Pátria, filhos, ver contente a mãe gentil, já raiou a liberdade, no horizonte do Brasil”...

Trata-se do Hino da Independência, cuja composição data de 1822, mesmo do evento comemorado.  A música foi composta por D. Pedro I ao piano, tem letra da lavra de Evaristo da Veiga, poeta, jornalista, livreiro, que com esta oportunidade notabilizou-se, ficou na história.

O ritmo e a melodia exprimem o orgulho possuído pelos autores por tão ditoso acontecimento. É um sentimento comum que pode tomar uma pessoa e mesmo uma nação que vê no que celebra, esperança de dias melhores.

“Já raiou a liberdade”, somos livres, podemo-nos unir para construir juntos a Pátria que queremos, para que nossas riquezas não sejam levadas para além das nossas fronteiras, privando do bem estar que delas advêm, seus verdadeiros donos.

Entre os versos, neste particular momento, o que mais me diz é: “Brava gente brasileira", que vá para longe o temor servil, que você assuma sua responsabilidade, cumpra seu dever, ocupe cada cantão ou pedacinho do chão que lhe pertence, não deixe que alguns poucos a usurpem tornando-se biliardários, (tri...) enquanto a base da pirâmide alcança sempre maiores e mais desastrosas dimensões, onde a falta de políticas públicas relega os direitos que devido a sua importância denominam-se fundamentais, sobrepõem-se e devem ser respeitados mais que quaisquer outros. 

Este dia da Pátria neste ano, nos coloca a um mês das eleições que  representam uma hora mágica nas nossas vidas, de todos os povos. Tudo que  é nosso em comum, nossas riquezas, nosso futuro, nossas próprias vidas. Vamos eleger aqueles aos quais entregaremos a gestão da coisa pública e dos quais esperamos competência, honestidade, altruísmo, sinceridade e todas as virtudes que o exercício do mandato requer. Já cansamos de tantos mentirosos, de demagogos, de tanta desonestidade, de tanta barganha, do ultraje do poder, de tanta imoralidade que acaba por levar o homem a ter vergonha de ser honesto, como afirmou Ruy Barbosa em seu discurso, “Oração aos Moços”, como paraninfo da turma de 1920, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, São Paulo. Há quase cem anos.

Passado todo este tempo, a nação ainda não aprendeu. Na época de eleição, escolhe o mais populista, ou que tem mais dinheiro para pagar um bom marqueteiro e o unge como “o cara”, mas depois não vigia o que ele faz, não cobra como é seu direito e dever as promessas feitas na campanha, omite-se e ainda “paga dobrado e perde calado”.

Só se exibe brasilidade no ano da 'copa do mundo de futebol", quando seus carros trafegam ornamentados com bandeiras do Brasil que bailam ao sopro do vento. Portam uma camisa amarela, que corresponde ao ouro como representa nossa Bandeira, ouro que é nosso, mas que às nossas mãos nunca chega.

“Nosso peito, nossos braços são as muralhas” da Pátria, é preciso saber erguê-las não deixando passar quem não merece. É preciso estar atento para os tapinhas nas costas, os sorrisos que só se abrem no tempo de campanha, verdadeiros “astutos ardis” que nos cegam, quem sabe, absurdamente comovem.

Deixo o que escrevo aqui, como pista para quem quiser valer-se dela e encontrar nos sábios dizeres do poeta, uma riqueza imensa por toda letra do belíssimo e magistral hino. Este artigo viraria “um tratado” se me ocupasse de todas.

Que este dia da Pátria, seja um dia novo. O primeiro dia do resto de nossas vidas como gente que pela Pátria é capaz de “desafiar a própria morte”.

Este pais continente, “com tanta fartura, tanta paz e tanto amor” não seja negado a ninguém e quem se sentir lesado, não se amofine na resignação e lute pelo que é seu.

“A terra é dom de Deus e os frutos que ela produz são de todos”. (Zumbi dos Palmares).



Marlusse Pestana Daher
Escritora, poetisa, acadêmica presidente da Amaletras, promotora de justiça aposentada.

Vitória, 7 de setembro de 2018.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

EM NOME DE DEUS?

PORQUE NADA MUDOU

Quem assistia o “Fantástico” de domingo, 30 de setembro último, ao ouvir a voz grave do Cid, acompanhada de um jogo simulado de imagens correspondentes ao que ia sendo dito, deve ter ficado mais do que impressionado!

Refiro-me à provável oração proferida por um dos terroristas, na manhã do fatídico dia 11 daquele mês, quando o mundo mudou por causa dos ataques terroristas na América.

Chamamos terroristas, mas não sei quantos de nós outros, que cremos na divindade de Jesus Cristo que eles negam, rezamos com tal consciência da presença de Deus, com tal entrega, suplicando sua ajuda e pedindo que ilumine nossos caminhos.

Igualmente, teremos concluído a quanto mais intensa há de ser a nossa súplica, quanto com mais empenho devemos fazer chegar a Deus nossa oração, no sentido de que, se não, em perfeita paz, tenhamos ao menos, menos intranqüilidade e menos medos nestas nossas vidas.

São fanáticos e de fato encarnam a advertência do Nazareno quando disse: virá o tempo em que vos matarão julgando prestar serviço a Deus. 

Cultuam o Deus de Maomé que creu ter tido uma visão, enquanto se encontrava em uma caverna do Monte Hera, ao norte de Meca. Tinha 40 anos e era um mercador. Denominou “Corão” (do árabe quaram = leitura), o livro onde registrou as revelações colhidas.

Islamismo vem do árabe,  islam, significa resignação, a mais absoluta submissão a Deus. São também chamados mulçumanos (crentes) ou ainda maometanos. Monoteístas, professam como fé que "Não há outro Deus senão Alá e que Maomé é o seu profeta"; consoante a IV sura do Corão, afirmam: "Acredito em Deus, em seus anjos, livros e mensageiros, no último dia, na ressurreição dos mortos, na predestinação de Deus, no bem e no mal, no julgamento, na justiça, no paraíso e no fogo do inferno".  

Assumem quatro deveres básicos: a oração (salah), feita cinco vezes ao dia; o jejum,  que consiste na abstinência completa de comida, bebida, tabaco e relações sexuais;  a esmola (zakah) traduzida num dízimo a altura de cada um e ao menos uma vez na vida, ir a Meca.

Além disso, a religião prega a prática de circuncisão, proíbe a bebida, o jogo, a ingestão de carne de porco e de animais que tiveram morte natural.

Em síntese,  no que crêem e o que  praticam homens cujas mulheres são escravas, devendo andar inteiramente cobertas. No Afeganistão,  se um só dedo aparecer, podem ser espancadas pelo primeiro que as encontrar.

Mas são bem menos do que todos os outros povos que enchem a terra, que se devem unir portanto, para contê-los, usando todas as armas com que pudermos contar.

Depois de terem tornado em inferno os ambientes que dominam, mantêm o mundo refém de eventual surpresa com que possam atacar quem sabe primeiro onde, sob a mira de armas que podem destruir todas as pessoas mantendo intatas as construções.

E tudo isto, pasmem,  em nome de Deus!

Marlusse Pestana Daher
Escritora, poetisa, acadêmica, promotora de justiça aposentada.
08/10/2001

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A CAÇA ÀS BRUXAS


Sou contra botar fogo no boneco da filósofa gay. Sou contra dar nota zero a redações  Enem
RUTH DE AQUINO
Atualizado 10/11/2017 20h21

Spi fã de Ruth de Aquimo; /Leia o que escrbru há´um ano. 
Quando vi populares atear fogo a um boneco com o rosto da filósofa americana de 61 anos Judith Butler em frente ao Sesc Pompeia, em São Paulo, sob gritos de “queima, bruxa”, senti arrepios de medo pelo que nos espera em 2018. Outro boneco foi queimado: o do “bruxo” Fernando Henrique Cardoso. Logo ele, FHC, um bruxo sem magia, que não consegue o milagre de unir o PSDB e frear a vaidade incontrolável de Aécio Neves.
Um jovem pisoteava os dois bonecos. Usava um boné virado para trás e um agasalho da Gap. Ria, filmava com o celular os bruxos no chão com as tripas para fora. Uma petição on-line com 350 mil assinaturas e deputados da bancada evangélica pressionaram o Sesc a cancelar o seminário da filósofa, Os fins da democracia. Uma senhora de batom rosa, óculos rosa e laçarote rosa na cabeça exibia cartaz com desenhos de menino brincando de boneca e menina brincando de trenzinho: “Sonho de Judith Butler é destruir a identidade sexual dos seus filhos”.
Judith Butler era, até a semana passada, uma total desconhecida do pessoal que se reuniu em frente ao Sesc Pompeia. A maioria absoluta dos brasileiros nunca ouviu falar da acadêmica.  É professora da Universidade da Califórnia. Nos Estados Unidos, é considerada uma das filósofas mais importantes. Em 1990, publicou um livro, Problemas de gênero – Feminismo e subversão da identidade. É casada com uma mulher. Dentro do Sesc, Judith se mostrava surpresa com a reação indignada, mas minimizava: “Deve haver muitos robôs por trás disso”.
O problema é que os robôs estão ganhando vida e se assanhando de tal maneira que, em vez de simplesmente se expressar, transformam seus argumentos em ódio e linchamento. É nítida a onda conservadora. Contra gays. Contra o direito ao aborto. A favor de uma população armada. Os manifestantes gritavam “I love you, Trump”. Entoavam slogans pró-Bolsonaro. Skinheads gritavam palavras de ordem nacionalistas. Muitos pediam buzinaço a favor do casamento “como Deus o fez”, entre um homem e uma mulher. O protesto era “contra a depravação de nossa cultura”.
Todas essas pessoas têm o direito de se manifestar, mas não de tentar censurar uma palestra, bloquear aulas de história ou fechar uma exposição artística, simplesmente por achar que “atentam contra a família” e as nossas criancinhas. A mensagem transmitida pela caça às bruxas dá arrepios de medo. Daqui a pouco, não poderemos mais pensar, dependendo de quem for eleito presidente. Patrulhas e populismos de direita e de esquerda me apavoram. A militância cega torna o mundo mais burro e mais perigoso.
Seguindo o mesmo raciocínio, sou contra dar nota zero a redações do Enem que “desrespeitem os direitos humanos”. Coloco entre aspas porque esse julgamento é subjetivo. Nessa questão, estou com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal. Como dar a uma junta de professores o poder de anular redações que eles considerem ofensivas a direitos humanos? É possível, sim, dar nota zero a uma péssima redação. Mas não sem ao menos considerar sua qualidade de argumentação. Entraríamos aí no terreno do obscurantismo, da patrulha política ou religiosa. Do fanatismo. Da censura.
Sou contra multar Bolsonaro em R$ 150 mil por ter dito que seus filhos tiveram uma “boa educação”, com um pai presente e, por isso, ele “não corre o risco” de ter um filho gay. Bolsonaro é homofóbico. Bolsonaro é a favor de tortura. Bolsonaro é um militarista, a favor de porte de armas para todo cidadão. Bolsonaro é um perigo concreto de totalitarismo no Brasil, com sua candidatura à Presidência. Não deveria ser transformado em vítima por dizer o que acha. Os correligionários do deputado federal do PSC se consideram imbuídos de uma cruzada pela justiça, tradição, família, moral e bons costumes. Quando vemos que o ódio, o preconceito e a censura vêm muito do povo, de gente comum, podemos imaginar o apelo da fala de Bolsonaro. Deveríamos combatê-lo com a sensatez.
O bom exemplo da semana é que o Museu de Arte de São Paulo (Masp) decidiu que a exposição Histórias da sexualidade deixou de ser proibida para menores de 18 anos. Agora, a mostra passa a ter apenas a classificação indicativa, não proibitiva. Menores de idade poderão ir à exposição do Masp se acompanhados por seus responsáveis. Esse recuo do museu é respaldado por procuradores dos direitos do cidadão, que disseram: “Não cabe ao Estado impedir o acesso de crianças ou adolescentes a eventos tidos como ‘inadequados’ a sua faixa etária”.
No momento em que o Estado decidir tudo por nós, como pensamos, o que ouvimos, o que vemos, o que nossos filhos podem ou devem ver, ler, ouvir, será o fim da democracia e o começo da ditadura