domingo, 11 de setembro de 2016

O QUE É NAÇÃO?


Nação. Revejamos o que é, como se compõe.  Fala-se em nação indígena, nação brasileira. Só se poderá falar em nação se existir um povo, ou pessoas que morem nela ou numa fração de continente que corresponderá ao seu território e cujas divisas serão respeitadas pelos vizinhos. Outro requisito é que fale uma mesma língua e que tenha exatamente as mesmas aspirações, os mesmos desejos, as mesmas esperanças.

O Brasil é uma nação. Não tenho nenhum receio de afirmá-lo. Cá estamos nós, mais de duzentos e dez milhões de almas, aboletados num território de mais de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, falamos a mesma língua, a portuguesa, e com certeza somos unânimes em querer viver em paz, com principalmente nossos direitos fundamentais e os sociais respeitados. Não gostamos de violência, deploramos as falcatruas e estamos todos os dias de um modo ou de outro mandando dizer aos políticos que como está, não pode ficar.

Mas se por um lado, temos as mesmas aspirações, por outro, andamos, muitas vezes às turras, percorrendo caminhos distintos, insistindo em não querer ver o que é evidente, hostilizando quem não pensa como a gente, insistindo com métodos que já foi comprovado não darem certo.

Usando a mesma Palavra de Deus ousamos dar a ela tantas interpretações que acabam contribuindo para a multiplicação de seitas e distanciando a aspiração divina de que todos sejamos um. Esta atrapalhada, levamos para nossa vida política e eis-nos convivendo com 35 partidos políticos cuja ideologia não é seguida por ninguém, porque fazer política da forma como é feita, não é exercer a arte do bem, mas buscar  poder para levar vantagem o quanto mais possível em tudo. Os mandatos são temporários, muitos dos que os exercem acabam por ser eternos, já que os detêm por anos a fio e o que é pior locupletando-se.

Tem-se dito com insistência que a falta de educação que gera instrução, que leva a ver o que acontece, ter capacidade de discernir e julgar para agir conforme, é a grande lacuna da nossa sociedade. É mesmo. Por outro lado, sabe-se que as pessoas não se animam a ler, a se informar, conhecer diferentes pontos de vista sobre os fatos e ter condição de emitir seu próprio juízo. Passa-se horas e horas diante do computador,  ocupando-se só de amenidades, escrevendo outras e não construindo nada.

Quantos livros podem ser baixados na internet, quantos artigos de tanta gente são encontrados e que podem contribuir para formar pensamento crítico, mas não  interessam. Quem sabe têm preguiça.

Assim tornam-se presas fáceis de manipuladores. Na política, acabam pegando a onda na incrível, ainda que muitas vezes imoral, capacidade que têm os marqueteiros de produzir fatos, inverter realidades, suprimir a verdade. E repetem frases fabricadas, de efeito delirante, que não pegam.

Penso que importa não apenas ocupar um lugar no território, falar a mesma língua, mas buscar alternativas, não ser mero figurante, mas dar-se oportunidade de protagonizar a própria história.

Temos diretrizes seguras e sólidas que podem ajudar a mudar tudo, muito tempo já foi perdido e não será recuperado. É preciso querer. Ai estão as eleições municipais, cuidemos  para não errar, porque as consequências são terríveis e acabam com a gente, sobretudo com os mais vulneráveis.

Querer é poder, se quisermos, poderemos mudar tudo, comecemos por nós.



                                                                     Marlusse Pestana Daher    Vitória, 11 de setembro de 2016 23:15