Nação.
Revejamos o que é, como se compõe. Fala-se em nação indígena, nação brasileira. Só
se poderá falar em nação se existir um povo, ou pessoas que morem nela ou numa
fração de continente que corresponderá ao seu território e cujas divisas serão
respeitadas pelos vizinhos. Outro requisito é que fale uma mesma língua e que
tenha exatamente as mesmas aspirações, os mesmos desejos, as mesmas esperanças.
O
Brasil é uma nação. Não tenho nenhum receio de afirmá-lo. Cá estamos nós, mais
de duzentos e dez milhões de almas, aboletados num território de mais de oito milhões
e meio de quilômetros quadrados, falamos a mesma língua, a portuguesa, e com
certeza somos unânimes em querer viver em paz, com principalmente nossos
direitos fundamentais e os sociais respeitados. Não gostamos de violência,
deploramos as falcatruas e estamos todos os dias de um modo ou de outro
mandando dizer aos políticos que como está, não pode ficar.
Mas
se por um lado, temos as mesmas aspirações, por outro, andamos, muitas vezes às
turras, percorrendo caminhos distintos, insistindo em não querer ver o que é
evidente, hostilizando quem não pensa como a gente, insistindo com métodos que
já foi comprovado não darem certo.
Usando
a mesma Palavra de Deus ousamos dar a ela tantas interpretações que acabam contribuindo
para a multiplicação de seitas e distanciando a aspiração divina de que todos sejamos um. Esta atrapalhada,
levamos para nossa vida política e eis-nos convivendo com 35 partidos políticos
cuja ideologia não é seguida por ninguém, porque fazer política da forma como é
feita, não é exercer a arte do bem, mas buscar poder para levar vantagem o quanto mais possível em tudo. Os mandatos são temporários, muitos dos que os exercem acabam por ser eternos, já que os detêm por anos a fio e o que é pior locupletando-se.
Tem-se
dito com insistência que a falta de educação que gera instrução, que leva a ver
o que acontece, ter capacidade de discernir e julgar para agir conforme, é a grande
lacuna da nossa sociedade. É mesmo. Por outro lado, sabe-se que as pessoas não
se animam a ler, a se informar, conhecer diferentes pontos de vista sobre os
fatos e ter condição de emitir seu próprio juízo. Passa-se horas e horas diante
do computador, ocupando-se só de amenidades,
escrevendo outras e não construindo nada.
Quantos
livros podem ser baixados na internet, quantos artigos de tanta gente são
encontrados e que podem contribuir para formar pensamento crítico, mas não interessam. Quem sabe têm preguiça.
Assim
tornam-se presas fáceis de manipuladores. Na política, acabam pegando a onda na
incrível, ainda que muitas vezes imoral, capacidade que têm os marqueteiros de produzir
fatos, inverter realidades, suprimir a verdade. E repetem frases fabricadas, de
efeito delirante, que não pegam.
Penso
que importa não apenas ocupar um lugar no território, falar a mesma língua, mas
buscar alternativas, não ser mero figurante, mas dar-se oportunidade de
protagonizar a própria história.
Temos
diretrizes seguras e sólidas que podem ajudar a mudar tudo, muito tempo já foi
perdido e não será recuperado. É preciso querer. Ai estão as eleições
municipais, cuidemos para não errar,
porque as consequências são terríveis e acabam com a gente, sobretudo com os
mais vulneráveis.
Querer
é poder, se quisermos, poderemos mudar tudo, comecemos por nós.
Marlusse Pestana Daher Vitória, 11 de setembro de 2016 23:15