Maria foi deveras extraordinária e exatamente por
isto: todas as gerações a chamarão bem aventurada, isto é, feliz, como proclamou
Isabel. Maria levou a serio cada aceno da vontade de Deus
em sua vida. Desde a entrada do Anjo em sua casa, com o anuncio: achaste graça diante
do Senhor, conceberás, e darás a luz um Filho. Tendo
aceito que acontecesse em sua vida como Deus mandou, sua caminhada por foi da mais
perfeita entrega, do mais perfeito abandono ao projeto de Deus.
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Jesus entre os doutores. Por Giotto, na Basílica de São Francisco de Assis, Itália. |
Depois do Natal, Maria contemplou entre seus braços, aquele menino verdadeiro
homem, mas tinha certeza de que era também e sobretudo: verdadeiro Deus. Ao aconchegá-lo
em seu peito, como fazem as mães em momento de intenso carinho, Maria podia
dizer em verdade: meu filho, meu Deus!
Meu filho, sim, Jesus era filho de Maria, tinha o
DNA de Maria, mas era também verdadeiro Deus.
Terá havido algum momento em que ela certamente
teve que ensinar a ele algumas coisas, mas, quando o reencontrou no terceiro
dia, entre os doutores no templo discutindo com eles, naquela oportunidade em
que voltando de Jerusalém o perdeu, diz: por que fizeste isto conosco? Teu pai
e eu estávamos morrendo de aflição, enquanto te procurávamos, ouviu em
resposta sem rodeios: uai, porque me procuravam? Esqueceram que me
devo ocupar das coisas do meu Pai?
Como ao invés, quer o escritor e médico na sua visão de presbiteriano,
Augusto Cury, não sei se Maria teve muito o que ensinar ao seu Filho homem, já que
Ele era também verdadeiro Deus e onisciente.
Deixa pra lá, prefiro pensar que Maria guardava tudo no coração e
ia fazendo bom uso de tudo à proporção que cada necessidade aparecia.