Escrevi ainda em 207.


Talvez poucos saibam que o oxigênio
que respiramos foi colocado na atmosfera mediante um longo processo de
atividade das plantas. Sem esta ação nenhum ser humano povoaria hoje esta
terra. Ao contrário, a exploração desmedida do ambiente, também ao longo dos
tempos, foi libertando grandes quantidades de gases que, ao provocarem o efeito
estufa, evitaram que a Terra tivesse entrado num período glacial, com as
conseqüências inerentes para a vida do mesmo homem. Por sua vez, a atividade
solar que, se até agora foi compensada pelo biossistema através da absorção do
CO2 e da diminuição do efeito de estufa, poderá atingir os limites de
compensação num horizonte temporal inferior ao que até há bem pouco tempo era
previsível.

Implica também deitar um olhar sobre
a história e verificar que nossos antepassados já temiam pelo que hoje acontece. Foi o caso do Patriarca Bonifácio de Andrada
e Silva que em 1823, na luta pela libertação dos escravos, advertiu: “A
Natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém pouco ou nada temos feito por ela? ...
com o andar do tempo, faltarão as chuvas fecundantes que favorecem a vegetação
e alimentam nossas fontes e rios, sem o que nosso Brasil, em menos de 200 anos,
ficará reduzido aos páramos e desertos áridos da Líbia ... virá este dia (dia terrível e fatal), em
que a ultrajada natureza se ache vingada
de tantos erros e crimes cometidos”.
Façam-se as contas...
A hora do ambiente é agora, um
ambiente sadio é direito e dever de todos. Não vale pensar que deve passar
muito tempo até que uma árvore ou palmeira cresça. É preciso ter a
sensibilidade de Martin, que afirmou: “apesar de o mundo acabar amanhã, ainda
assim, gostaria de plantar uma macieirinha”.