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Av. Jerônimo Monteiro |
Na última quarta-feira, ontem,
1 de julho, decidi fazer uma caminhada a
pé, pelo centro de Vitória. Tinha o propósito de rever aquelas pequenas
multidões as quais nos habituamos encontrar o que sempre me propiciou uma visão
ou aspecto do que é a vida, de como caminha a humanidade. Uns, imersos nos seus
pensamentos caminham com passos mais céleres, têm onde devem chegar e no
horário aprazado.
Outros, não caminham simplesmente, estão ocupados, mas não premidos pelo tempo até chegam a parar para uma conversinha com algum conhecido encontrado. Outros caminham sem direção, não têm destino definido, a procura de emprego, quem sabe.
Outros, não caminham simplesmente, estão ocupados, mas não premidos pelo tempo até chegam a parar para uma conversinha com algum conhecido encontrado. Outros caminham sem direção, não têm destino definido, a procura de emprego, quem sabe.
Não tive dificuldade para
chegar ao outro lado da rua, caminhava pela calçada da Fafi, o sinal fechou e
fiz calmamente a travessia, ninguém disputou comigo chegar primeiro do lado de
lá.
Na Jerônimo Monteiro, eram poucos os carros e
muito menos a gente. Perto da escadaria, um vendedor me oferece água-de-coco,
natural ou gelada, recuso, não me pareceu bastante limpo seu equipamento,
apesar de ter sede.
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Em frente ao Palácio Anchieta |
Adentro a Barão de
Itapemirim, toda para mim e mais umas duas ou três pessoas que passavam por lá.
Quase perto da Livraria Paulinas reparei que a loja do lado, estava fechada e
então volto alguns passos para ter certeza: naquele correr, onde havia lojas de
móveis, eletrodomésticos, de enxovais e móveis para bebê todas cerraram suas
portas. Curioso que exatamente no mesmo momento, tendo compreendido a
constatação que eu fazia, um senhor comenta comigo o fechamento do comércio.
Entrei na livraria, esta
mantém-se arrumada e atraente. A loja seguinte também está fechada, exibindo
uma vidraça cheia de poeira e móveis jogados de qualquer jeito no seu interior.
A sapataria da esquina faz ofertas, mas ninguém estava lá dentro para comprar.
Meu Deus, a calçada do
imponente Teatro Carlos Gomes, aumentou seu ser galeria de ambulantes. É a
imagem perfeita de uma feira popular. A doceira faz ali mesmo as cocadas que
vende. Acrescenta-lhe propriedade, a predominância do amarelo ouro que exibe a
mexerica polcam cuja produção tudo indica foi abundante este ano.
Os bancos da praça estão
vazios, seus frequentadores ou provavelmente, já empreenderam volta à casa do
Pai, ou já não sentem nenhum atrativo pelo espaço, embora a brisa do mar
continue soprando, tangendo as folhas das preservadas árvores seculares. Até na
calçada, onde geralmente se posiciona a viatura policial já tem camelô que só fala
português, por monossílabos...
Ninguém sobe nem desce
pela escada que chega atrás da Catedral.
Está lá a Escelsa e ao
invés, dentro dela, filas e mais filas. Ai a coisa fica feia para a pobre principalmente ou
gente usuária da cada dia mais cara energia elétrica.
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Escadaria Maria Ortiz |
O casarão antigo ao lado, início
da subida pela Duque de Caxias, continua abandonado, não se tornou sede do
Patrimônio Histórico Nacional, como alguém me informou que viria a ser, quando
o pleiteei para sede da ‘Academia Feminina espírito-santense de Letras’. E olha
que já se passaram mais de dez anos.
Estou novamente na
Jerônimo Monteiro, agora mais ao centro. Não vi mais o ponto de ônibus, não é
preciso caminhar em “zig zag” desviando-se de quem vai e de quem vem, a calçada
está vazia. Nossa... as lojas estão horríveis. As roupas quase amontoadas na
amostra, os calçados de qualquer jeito, tudo revela péssima qualidade. Não há
arrumação. Ainda existem as vitrines, mas muito deterioradas, sem luzes... Até
aquela loja (de grande cadeia) em frente ao correio (no sinal) tem estoque
reduzido e está em liquidação.
Conferi, o relógio da
Praça Oito trabalha com precisão marcando o tempo. Atravesso a rua e empreendo
volta pela Princesa Isabel, onde a desolação é a mesma. Única imponência era
daquele homem fardado de campanha, com o amigo fiel que o acompanha onde quer
que vá, já o vi outras vezes por ai.
O Banco do Brasil da Praça
Pio XII parece que fazendo mais uma das tantas reformas... Sigo até o AMES,
onde deixei meu carro, que pego e volto para casa, carregando esses pensamentos
e outros que não entraram neste enredo.
No norte do Estado, existe
uma cidade e nela um bairro na parte da baixa onde por perto corre um rio de
águas mansas... Teve seu apogeu, mas agora virou motivo de constantes protestos
de moradores nostálgicos que reivindicam o que contextualmente se sabe que nos
termos que pensam, é impossível dar. Recuso-me admitir, mas pode ser o que
acabará acontecendo, guardadas as devidas proporções, com o centro da cidade
sol, de um céu sempre azul. É uma pena.
Vitória, 2 de julho
de 2015 - 14:51