domingo, 15 de janeiro de 2017

ELZA CANTA SUA DOR E A FAMILIA


Amizade e Gratidão

(Ofereço em memória a minha querida sogra: Olívia Carneiro Pires)

 

Sogras, dizem comumente,

querem dela longe estar.

Eu penso bem diferente:

 
- Bem-vinda seja a meu lar

 

Minha sogra, minha amiga,

foste a Mãe que reencontrei.

O “falar”, reles intriga.

Sempre e sempre te amarei.

 

Encontrei na minha sogra,

conforto, amor e carinho

a felicidade logra:

- Na morte, saudade, espinho.

 

Em dia de aniersário
  


Tão Só

( Em memória a minha sogra-mãe: Olívia Carneiro Pires )

 

Palavras de angústia que perpetuam

no meu dorido ser cansado e triste.

No lúgubre cortejo tumultuam

recordações em que o sofrer persiste.

 

Tão só, lá no caixa desamparada,

semblante calmo, visão enternecida;

os cabelos, de neve banhados,

da sua longevidade, ó mãe querida!

 

Tão só, frase sutil e pequenina,

extravasa a alma, fere o coração.

Brota, treme a lágrima cristalina.

 

Geme, desliza e suaviza a aflição.

Tão só?! - Não creio! Á morada Divina,

seguir-lhe-ão atos nobres de sua missão.

 

 

A Gaivota

( a mim mesma, Elza Cunha Pires )

 

 

Eu sou a gaivota,

que voa singrando os mares,

em busca de bonança

que aplaque o coração

de revividas dores.

 

Eu sou a gaivota,

calma, inteligível,

que se banha qual criança,

plaina na imensidão,

pasma do imponderável!...

 

Eu sou a gaivota,

irisada, fugidia,

em busca da esperança

que ilumine a razão

no viver de seus dias.

 

Eu sou a gaivota,

sonhadora, esgotada,

que treme, que se cansa,

bate as asas em vão,

no Oceano ( das ilusões ) sepultadas.