domingo, 18 de fevereiro de 2018

MULHERES SACERDOTISAS, ASSUNTO FORA DE PAUTA

MULHERES SACERDOTISAS

                                 Escrevi este a artigo e publiquei em 13 de agosto de 2001, revirando arquivos, o encontro e resolvi  republicar, pois,  
não é que nada mudou!


            Não sem ser seriamente questionada, a Igreja Católica continua a não admitir  mulheres à ordenação sacerdotal. Logicamente, muitas têm sido as explicações dadas para tanto. A que mais se ouve é que Jesus não teria

escolhido mulheres para seu discipulado.

De fato, quem lê os Evangelhos, escritos por homens, não encontra em nenhuma passagem, uma mulher sendo chamada ao Seu seguimento, a exemplo do que fez com os doze. E ainda mais, por que entre aqueles, foi escolhido um ao qual foi dito, "o que ligares na terra estará ligado no céu" e quem hoje consideramos seu sucessor, o Papa, tem demonstrado de todos os modos que o sacerdócio, na Igreja Católica, não está aberto ao ingresso de mulheres. 

No último encontro dos Bispos brasileiros, Itaici, SP, o assunto voltou a gerar polêmica. D. Mauro Morelli, bispo de Caxias do Sul, RJ, lembrou sua dificuldade em distribuir a Eucaristia para todo o seu povo e acrescentou, independentemente de serem casados ou de serem mulheres estes podem ser pessoas "eminentes na fé e na caridade" capazes portanto de exercerem à altura tal ministério. Metade do auditório, formado também de religiosas e representantes de outros organismos do povo de Deus, veio abaixo em aplausos.

O teólogo, Mons. Bruno, porta-voz do Vaticano, a quem D. Mauro se  dirigiu, optou por responder como teólogo apenas, nada acrescentou. 

"Entre Todos os Homens" é um romance que nos foi presenteado por Frei Beto, como resultado de pesquisa por longos doze anos, na Bíblia, na paisagem, nos costumes e da geografia da Palestina onde Jesus viveu.

Pela aproximação que faz dos sentimentos divinos com os nossos, mais precisamente pela demonstração humaníssima com que o filho de Maria e José é ali tratado, pareceu-me que pudesse buscar, nem que fosse uma palavra a mais, justificadora do que na Igreja é assegurado a respeito do assunto que abordo.

Curiosamente, no capítulo "Os discípulos", deparo-me com um Jesus que "não quer volver os olhos dos penitentes aos pecados cometidos e sim ao futuro, lá onde se situam o novo céu e a nova terra prometidos por Jeová pela boca dos profetas". E quando André insiste em muitas referências sobre o que recomenda, ouve: "André, não me importa o que se diz dessa ou daquela pessoa. Conheço pelos olhos o coração humano". Taí, pensei comigo, Jesus não está interessado nos currículos... mas nas respostas que dão ao seu convite.

Ainda no citado romance, li em desprezo à mulher: "Bem que dizem que é melhor atirar a Torá às chamas que permiti-la às mulheres". Natanael faz questão de enfatizar que consideravam desabonadores antecedentes de Tamar que com a morte do marido se disfarçara de prostituta, Taab que era meretriz em Jericó, Rute, bisavó de Davi, era morabita, e sabem para quê, pertenciam a linhagem de Davi como José, o pai de Jesus, justificando por que não poderiam esperar tanto de um filho que pudesse ter um tal homem como pai.

Do que concluo: não passa bem pelo fato de ser mulher, pois, como capacidade pessoal ela já provou que pode fazer tudo tão bem ou melhor do que o homem, mas porque ainda há preconceito, uma miragem formada de alguma suposta atitude do Mestre.

Outras confissões, igualmente cristãs, contam com suas pastoras desempenhando santamente a função.

Quando Jesus caminhava para o calvário, foi acompanhado também por mulheres. Entre os concelebrantes da primeira missa realizada no Gólgota, se contavam mulheres, uma delas Maria, a mãe da vítima ali oferecida em holocausto. Em breve(1), a Santa Mãe Igreja também terá que fazer uma consulta ao povo: mulher pode ser sacerdotisa? Vai dar uma avalanche de sim. 


              Marlusse Pestana Daher   
13/08/2001

"Em breve..." errei feio, já vamos para dezesseis anos e sequer se cogita.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

REALIDADES


Quando a Constituição Federal prevê que os poderes constituídos da República se constituem do Legislativo, do Executivo e do Judiciário prevê também a forma com que os candidatos hão de galgar os respectivos cargos, cujas funções se diferem, mesmo sendo imprescindível a existência de harmonia entre os três.

Um Presidente da República exerce o ápice do poder, competindo-lhe servir ao país, sentir-se como verdadeiro, verdadeiro servo do povo, jamais valer-se do cargo para seu próprio benefício.

Naquele dia em que os Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (RS), não só confirmaram a sentença do Juiz Sérgio Moro que condenou Lula, mas aumentaram sua pena, o Brasil respirou aliviado, viu algo de bom acontecer. Confirmou-se que as cominações e penas destinadas aos delinquentes, não é só para descamisado ou remediado, mas pra todos.

Não acho certo tripudiar sobre um morto, mas acaba-se por imperativo, falar, já que ele continua fazendo “visagem pra assustar”. Sempre me motivou o desejo de que esta nossa Pátria dotada de tantos bens, tanto amor – de paz já não se pode falar – onde apesar das maldades, ainda temos uma natureza que esquece os ultrajes que lhe são impingidos e continua revelando-se como um hino verde que atinge as alturas e louva o Criador.

Quando falamos que muitas ou certas pessoas não têm capacidade de ocupar certas funções, há quem diga que é preconceito, que é bobagem “que todos são dignos” como disse a atriz Beth Faria, anos atrás, para justificar seu voto ao candidato a deputado federal, o Cacique Juruna.

Só para não sair do campo político, eu pago para ver se alguma corte em qualquer instância, se algum empreendedor  contrataria o Sr. Lula da Silva para assessoramento seu e o querem mais uma vez, apesar  de tudo que fez de errado, de todos os crimes que cometeu, apesar do espólio que praticou, como Presidente da República. 

São hipnotizados pela sua capacidade de ludibriar, enquanto o mesmo declara claramente que vai  (ia) arranjar (que mina infindável!) muito dinheiro para comprar votos de baianos a R$ 10,00 e voltaria à presidência. Em outros termos, repetiu  o que disse em resposta à interpelação a ele feita para reeleger Dilma: “vocês não sabem do que somos capazes”.

E nós, os “abestados”, apesar de intuir, não sabíamos. Eu mesma viajando pelo Brasil ao ver tantas placas da Odebrecht em obras públicas de grande porte chequei a repetir: “essa Odebrecht é sócia do Brasil”. Por ironia, inteligentemente, alguém para fazer notar quem mandava no Brasil, publicou nas redes sociais,  uma foto do Sr. Marcelo, ex-presidente da mega empresa, envergando a faixa presidencial no peito. Sem legenda, e precisava?

Já se tornou público que o Ex Ministro do STF, Sepúlveda Pertence, respeitável nome do mundo jurídico nacional, (título cuja continuidade de posse vai depender das jogadas que vier a fazer, e virão a público, porque nada fica oculto debaixo deste céu) foi contratado nada menos que por R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) para defender o Lula.

Reconheça-se que para quem gosta de propalar sua origem humílima, proclamar-se a pessoa mais honesta deste mundo, como se explica para quem é apenas um torneiro mecânico depois de exercido o cargo de Presidente da República, dispor de tão alta quantia, para regiamente pagar uma defesa. E Deus não queira, já se ouve um burburinho de que os caminhos foram devidamente aplainados.

“E de um amigo” seu? Eta homem que não toma jeito! Continua sendo comprado a peso de ouro, embora o contrato seja de risco, por quem interessa sua volta ao poder, para deste modo continuar a tirar proveito.

Ainda causa perplexidade e prova interrogações a  origem da fortuna do tal Lulinha, adquirida exatamente no tempo em que seu pai exerceu a presidência, se era simplesmente “um recolhedor de detritos animais” no jardim zoológico em que trabalhou.

Não queiram nos continuar tentando a tratar como “trouxas”. “Os pobres são os preferidos de Deus”. O grande Papa Francisco fazendo tornar mais claro o preceito, proclamou um “Dia Mundial dos Pobres”. E que ninguém se esqueça o que disse Jesus: “tudo aquilo que fizerdes ao menor dos mus irmãos, a mim o   fareis”. E segundo a sabedoria popular, “quando Deus tarda vem no caminho”. Nem pagamento a peso de muito ouro evita a realização dos Seus projetos, da realização de Sua justiça.

E ninguém me venha repetir que os antecessores de Lula, fizeram o mesmo e não foram condenados. “a batata deles está assando”. Mas “pera ai”: desde quando um erro justifica outro?

É claro que todos que traíram a confiança da nação, que cruzaram os dedos anulando o juramento constitucional proferido na hora da posse devem pagar pelo que fizeram.

É lamentabilíssimo que o STF venha decaindo na confiança dos seus jurisdicionados pelas repetidas decisões incompatíveis com a boa e eficiente administração da justiça.

 “Será o fim da picada” se se consumar por uma manobra infeliz,  que a massa está sendo preparada para que tudo acabe em pizza.

Mas não é menos verdade que para termos o direito de denunciar, de criticar, até de espernear, diante de tais condutas é preciso que promovamos em nós as mudanças que esperamos das pessoas com as quais convivemos e das instituições. Continuaremos a ter maus governantes, se os governados também não forem honestos; se no momento do voto estiverem possuídos dos mesmos interesses personalíssimos da choldra.

E para fazer crescer nossa decepção, sabemos que tal milagre está bem distante já que continuamos a testemunhar, por exemplo, a delitos perpetrados por aqueles que ao passarem por um caminhão tombado, carregado de pneus, (de outros valores, em outras oportunidades) cujo motorista ali estava  morto, saquearam desavergonhadamente  a carga.

Este é o nosso pais, de uma classe política que suga o que não  lhe pertence, mas também de muita gente capaz de fazer qualquer coisa para dali obter o próprio proveito.

Aaafff!


Marlusse Pestana Daher                                                                          Vitória, 17 de fevereiro de 2018

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O MILAGRE QUE É A VIDA


Com seu bom dia, uma amiga hoje me mandou junto um quadrinho bonito, onde uma pessoa se mostra feliz e está escrito: “o primeiro milagre do dia acontece quando abrimos os olhos e nos deparamos com a vida”. Ao falar em primeiro milagre, admite que tudo o mais que vier, será milagre também. Entende-se que a vida é mesmo um milagre e é mesmo.

Enquanto dormimos, estamos como mortos e de repente, nossos olhos se abrem às vezes se fecharem mais um pouquinho, mas a grande verdade é que cada dia é sempre “o dia que faz o Senhor, é maravilha aos nossos olhos, exultemos e alegremo-nos com Ele” (Sl 118, 23-24)

A alma acostumada a reconhecer que a vida é dom de Deus, agradece portanto e se propõe a viver de forma intensa. Já pensou como é desagradável oferecer um presente e ver que é posto de lado, não lhe dar importância, não agradecer?
É o que faríamos com Deus se não atribuíssemos a Ele, não só o dom de despertar, mas o fato de sermos conduzidos  pelas suas mãos, pra “trilhar seus caminhos, caminhos de justiça e santidade, por onde quem passa mesmo sendo um louco, não vai errar”. (Isaias 35,8).

Trilhar os caminhos de Deus nos leva ao porto seguro da salvação pois, todos estamos destinados a deixar um dia a morada terrestre para viver em outra, esta sim eterna, nunca mais terá fim.

Absolutamente certo que cada dia é um milagre e milagre só quem faz é Deus. Sejamos agradecidos.

E já que não vemos Deus apesar de senti-Lo, ofereçamos nosso serviço ao próximo, pois como disse o próprio Jesus “Ele vai ser considerado feito a si, o que fizermos ao menor dos nossos irmãos”.


Vitoria, 7 de fevereiro de 2018

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

ANO DO LAICATO

Em sintonia com o Ano do Laicato, a Campanha para a Evangelização deste ano que tem como tema “Cristãos leigos e leigas comprometidos com a Evangelização” e o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5, 13-14).

A abertura da campanha é realizada na Festa de Cristo Rei, este ano 26 de novembro, mesmo dia que a Igreja no Brasil fará a abertura do ano que será dedicado aos cristãos leigos e leigas. A campanha tem duração de três semanas e a conclusão acontece no terceiro domingo do Advento, dia 17 de dezembro, quando deve ser realizada, em todas as comunidades católicas, a coleta para a ação evangelizadora no Brasil.

O objetivo da campanha é despertar os discípulos e as discípulas missionários para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil. A iniciativa considera a ajuda para dioceses de regiões mais desassistidas e necessitadas.

“A Campanha para Evangelização é uma experiência que instiga a comunhão e partilha dos bens entre as Igrejas particulares, assim como acontecia nas comunidades primitivas do Novo Testamento, cujo relato encontramos nos Atos dos Apóstolos e nas cartas paulinas”, explica o secretário executivo da campanha, padre Luís Fernando da Silva.

A Campanha da Evangelização já está em andamento, todas as paróquias do Brasil receberam folders informativos sobre o tema e o lema da CE 2017 e os envelopes para a coleta. Além disso, já está à disposição o cartaz para ser adquirido ou baixado através do site da Edições CNBB.

Padre Luís Fernando da Silva lembra que “A Igreja no Brasil mais uma vez faz um forte apelo para que nossas comunidades locais se motivem na comunhão e na participação para que, por meio

Com a coleta desse ano pretende-se apoiar as inúmeras iniciativas da Igreja no Brasil promovidas pelos cristãos leigos e leigas no serviço da evangelização, da dinamização das pastorais, na luta pela justiça social, nas experiências missionárias das Igrejas irmãs e na missão ad gentes.

A Campanha para Evangelização

Criada em 1997, durante a Assembleia Geral da CNBB, e iniciada em 1998, a Campanha para Evangelização tem como objetivo favorecer a vivência do tempo litúrgico do Advento e mobilizar a todos para uma Coleta Nacional que ofereça recursos a serem aplicados na sustentação do trabalho missionário no Brasil. Tal iniciativa considera a ajuda para dioceses de regiões mais desassistidas e necessitadas.

O gesto concreto de colaboração na Coleta para a Evangelização será partilhado, solidariamente, entre as dioceses, que receberão 45% dos recursos; os 18 regionais da CNBB, que terão 20%; e a CNBB Nacional, que contará com 35% das contribuições.


Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB

domingo, 4 de fevereiro de 2018

CANDIDATÔMETRO, USE PARA ESCOLHER O SEU


Eleitores conscientes ante o dilema em quem votar? No menos pior, mas quem é o menos pior? Discurso pelo avesso não se pergunta: qual é o melhor? Outro diz: "vou votar em Fulano, ele fez uma boa administração". A este ponto chega-se onde se quer chegar. Em que consiste uma boa administração? Só pode ser a que muda paradigmas. Uma administração que não se faça de aparências, mas que tenha descido ao mais profundo das necessidades dos cidadãos e tenha envidado o melhor esforço no sentido de dar a eles condição de vida melhor da que tinha antes, representada antes de tudo, por notáveis melhoramentos na educação.
Educação inclusiva, onde a escola seja todos os dias frequentada por todos os seus alunos, onde não se ensine apenas as disciplinas do currículo comum, as tais matérias: língua, ciências, inclusive religião e civismo, mas que desperte as aptidões que serão desperdiçadas, se cada um não for posto no seu pedestal para recebimento dos aplausos que bem merece. É imprescindível que o corpo docente seja visto motivado, bem vestido, alegre, recompensado pelos esforços que despende para construir a Nação.     

Entra e sai ano, revezam-se os administradores, os partidos, mas o descaso com a questão continua, muitas vezes, credenciado pelas poucas letras de expressibilíssima parcela dos que galgam o cargo público e, com ele, o poder; que se veem tendo chegado lá, sem jamais terem aprendido o essencial, portanto prescindem de dar valor ao que importa.   

Ao invés, ouviu "serem gabados" aqueles que constroem praças, asfaltam ruas, pintam postes, reformam algum prédio ou outro, fachadas e mais fachadas e o povo ainda que alforriado da ditadura dos coronéis se encanta com as cores e sentencia: temos um ótimo prefeito.

Como se vê, não é tão difícil quanto parece escolher o menos ruim (ou melhor), meça-se sua capacidade de derrubar barreiras, a primeira constituída de seu ego, optar pela dignidade da pessoa e crer que em suas mãos está o poder que é apenas para ser exercido como mandatário, jamais sobrepondo-se aos verdadeiros detentores dele, o povo.       

Nota: este artigo foi escrito antes da divulgação de que o Estado ganhou mais uma medalha que ninguém quer, a dos piores índices em educação.
(Escrito em 18/08/2012)

Marlusse Pestana Daher