sexta-feira, 11 de março de 2011

PALAVRAS MAL DITAS

            As palavras mal ditas nunca são imunes de consequência, tanto quanto, as suas homófonas, as malditas. Evitemo-las.
Jura que não fiz você reler a frase acima? Sim você que está começando a ler mais esse meu escrito. Para entender, é claro.
Escrito? É escrito. Quando escrevo, gosto de fazer com a maior naturalidade que me for possível, dai não paro para analisar se o que estou escrevendo é uma crônica, seria uma história, sei lá. Até porque “em gênero, número e grau”, concordo com Álvaro Moreyra que define crônica como  "uma comunicação. Com um pouco de poesia e um pouco de graça. Em traje de esporte. Dá bom-dia, dá boa-tarde e boa noite".  Acrescento: chega, cumprimenta, se despede e vai em boa hora (embora). Em boa hora, na mais oportuna, para não perder o fio do raciocínio. Não sei se quando faço ajuntamento de palavras é isso que faço.
Do que eu estava falando mesmo? Ah sim, das malditas, das malditas não, das mal ditas palavras.
Ilustrando minha crônica “Prima” com algumas mulheres cujas fotos fui colhendo aleatoriamente no meu arquivo, disse que nenhuma delas é Prima, referia-me à inspiradora da crônica, mas acabei proferindo mal ditas palavras pois, exatamente naquela foto em que apareço, as outras duas são minhas primas, é preciso esclarecer. Não negarei nunca a minha gente! E como negar a minha querida Paeararaeanagauae? Tire os as e leia o apelido carinhoso dado por tio Gigi, seu pai, à minha prima Caçula, a que está séria na foto, mas na realidade “não é nem tanto”. E eu não renuncio chamá-la de P... porque gosto de ouvir aquela  risadinha.
Ah sim, Caçula é outro nome que ficou com Marideia, até quando ela já tinha seis anos e foi desbancada pelo nascimento de uma irmãzinha.
A outra? É Rosângela (cuja pronúncia sua madrinha traduziu por convicção em Rosolângela).  É prima de segunda, não, disse mal, em segundo grau. A mãe dela, minha madrinha preta, a Dindinha, é que é minha prima em primeiro grau. Para quem não sabe, madrinha preta é a que carrega a criança que vai ser batizada. Nem sei se ela deu conta. Tinha 10 anos quando nasci. Será que aguentou? Será que a deixaram carregar a bebezinha?  Ou foi só um faz de conta? Não importa, desde que me entendo por gente ela é minha Dindinha (combina com Mariinha como é chamada, em vez de Maria Gilda) e não se fala mais nisto.
Todo esse palanfrório é para dizer sobre o cuidado que se há de ter, quando se escreve. Nem sempre a palavra erudita soará melhor ou se adequará melhor ao contexto frasal onde o sentido que se quer dar tem que ser traduzido com o vocábulo que melhor o exprime.
Agrada-me exemplificar assim: falecer é sinônimo de morrer, mas ninguém diz que o cachorro faleceu.  Não soa bem. Embora seja a mesma coisa, o cachorro morre. 
Recém acontecido. Havia escrito acima: eu gosto de dizer, substitui por agrada-me dizer, achei que ficou melhor.
Arre!
Entre apostos, orações adjetivas, etc,  acabo de escrever mais este(a) escrito/crônica. Desculpo-me se a alguém parecer cansativo(a), para mim, foi uma diversão literária. Amanhã já tenho o que publicar no meu blog.

Marlusse Pestana Daher
10/3/2011 16:59