Se perguntarmos à maioria das pessoas o
que é ética, dificilmente nos
responderá, ou seja, não saberá fazê-lo usando palavras, mediante emissão de um
conceito. Mas terá tais reações e expressões que acabará por fazer entender que
sabe do que se trata. Dará exemplos, usará outros argumentos, por fim, pode ser
que diga que sabe o que é, mas não sabe
responder.
Esta última é a realidade. É verdade
que todo mundo sabe o que é ética, até porque é pela ética que se move, quando
se surpreende, aprovando ou reprovando condutas. Tem dentro
de si solidamente esculpidos, princípios
basilares que lhe ditam o pensamento crítico e é mediante ele que oportunamente
se expressa. Há uma unanimidade entre
todos os seres humanos sobre a realidade de fatores como justiça,
igualdade de direitos, de todos os direitos, dignidade da pessoa humana, a
serem por todos preservados e que, se inversamente ocorrer, sucederá o caos, a subversão da ordem.
Não é o mesmo que moral, ainda que a ela
continuamente se associe.
Ser ético é uma exigência humana, haja
vista que todas as profissões legalmente constituídas e reconhecidas redigem,
mediante princípios basilares, regras disciplinadoras da conduta pela qual se
devem pautar seus integrantes no exercício profissional e a elas denominam
“código de ética”.

Ah
que bom se pudesse ser dito “em verdade, em verdade, verás que um filho teu não
foge a luta”! E houvesse, se não unanimidade, ao menos maioria, um número suficiente de
bons cidadãos e cidadãs brasileiros que
queiram inverter o que ai se vê.
Ser ético é também não fazer de conta
que não está vendo o que de mal acontece ou perdoar inconsequentemente quem
tanto mal já fez.
Mas por que estou eu aqui a falar de
ética se a maioria não me pode
compreender, por nos constituirmos em uma população a qual é negado o bem da
educação e da cultura, na medid
É... talvez me mova a esperança que
falando de ética, faça com que quem precisa se lembre que ela existe.
Marlusse Pestana Daher
Escritora, acadêmica, promotora de justiça
aposentada