quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SOFRIMENTO E PAZ


Em seu livro “Forças da decadência”. Frei Ignácio Larragnaga fala ao mesmo tempo de sofrimento e paz.

Diz-se que o sofrimento passou a fazer parte da história humana pela incapacidade do homem e da mulher em lidar consigo, com suas fraquezas, sua impotência; em não se deter perante a dor, ou ficar curtindo-a, julgando-se incapaz de ressurgir dela.

Já teremos ouvido alguém dizer, nós mesmos talvez tenhamos dito: enquanto houver alguém sofrendo ao meu lado, não tenho direito de pensar na minha felicidade.

Frei Ignácio ensina o contrário, pois só os amados amam, só os livres libertam, mas os que sofrem fazem sofrer. Os semeadores de conflitos na família ou no trabalho são sempre espinho e fogo para os outros, porque estão em eterno conflito consigo mesmos.

Dá para entender? Significa que não temos condição de fazer alguém se libertar de quaisquer condições em que se encontre se não formos livres.  A única maneira de amar o nosso próximo se traduz em nossa auto reconciliação. Não é verdade que de verdade alguém ama mais outra pessoa do que a si mesmo. Isto não é possível e se acontece, o amor é amor errado e amor errado, claro, não dá certo.

O ideal do amor é amar o próximo como a si mesmo. A medida, portanto é o como a SI MESMO, eu mesmo, antes que o próximo.

Quando alguém não se ama de verdade e corretamente, acabará que tudo dará errado.

É certo que é um tema para muita reflexão e aqui não se esgota. Quem sabe continuemos.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AI DE NÓS SE NÃO EVANGELIZARMOS

Francamente, o que esses falsos pastores vêm cometendo de absurdos é cada vez mais alarmante. Um vídeo postado na internet exibe uma mulher acompanhada de uma filha ao lado de um “falador” da Igreja Universal fundada pelo Bispo mais rico do Brasil ou 950.000.000 de dólares.

A mãe conta detalhadamente que a moça apresentou tudo que se caracteriza com uma gravidez, enquanto o falador pergunta e quer sempre mais detalhes do que só na cabeça deles pode ter acontecido: a moça pariu três caveiras de plástico!

Tudo para fingir que por intercessão dele foi realizado prodígio extraordinário, libertação do poder de Satanás, de realização de curas impensadas.

É deveras para nos preocuparmos e nos ocuparmos com tais coisas, assumindo de uma vez por todas, nosso papel de missionários, anunciadores das verdades do Evangelho, sem gaiatices, centralizados em Jesus, Caminho, Verdade e Vida.

Não podemos ficar calados. Em nome de Deus,  estão sendo cometidos os maiores desrespeitos às pessoas, verdadeira violação aos direitos humanos.

A liberdade religiosa precisa e deve continuar a ser respeitada, mas os exploradores, os que se valem da sede de Deus que o povo tem, para tirar proveito pessoal, para enriquecer e viver na opulência, devem ser combatidos, quem sabe penalizados, o que fazem é  pecado que brada aos céus, é crime que clama punição.
 
Como é verdade que o joio se mistura no trigo causando grandes estragos!

Que Nossa Senhora interceda por nós para que não aceitemos pura e simplesmente a exploração da fé, o mercantilismo da Palavra de Deus, a exploração dos menos esclarecidos.

Não continuemos de braços cruzados urge posicionar-nos. Ai de nós se não evangelizarmos. (1 Cor. 9.16).
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

VIVER É UM PRIVILÉGIO


Pode-se ouvir ser dito: bom dia, é um privilégio ter despertado!

Hum... privilégio... privilégio? 

Seria realmente privilégio? A ser positiva tal resposta, os que já não despertaram nesse dia, são desprivilegiados? "Foi mal" alguma coisa em relação a eles? Ou não é o caso de se denominar de um outro modo o fato de se ter despertado?

Todavia, se pode e se deve admitir que a vida é realmente um privilégio, considerada na sua totalidade desde o fato de possui-la, tal vida, incrustados nela todos os dons dos quais vem adornada e que malgrado todos, acabam por passar despercebidos  de expressiva maioria que acaba por prescindir de poder desfrutar de tudo que a mesma vida oferece.


A vida? A vida é antes de tudo um presente de Deus e tem tempo determinado que o seu detentor desconhece. O mesmo se diga em relação à vida do seu semelhante e da parte de cada um. A vida é um chamado, implica em se dar uma resposta. Enquanto o chamado vem da parte de quem a dá, a resposta depende de quem a recebe e só por este pode ser dada.

Enquanto dura que seja intensa e proveitosa. Seja de atenções a tudo que a rodeia e do despender de todas as atenções de forma recíproca. Mesmo se vier a  faltar este último ingrediente, o da reciprocidade, que entre em ação o desprendimento, virtude que consiste em dar sem receber troca de quem recebeu. O melhor mesmo é não pretender nenhuma recompensa, que contudo acaba vindo de alguma forma. Toda retribuição acaba por vir de quem não foi o destinatário ou daquele a quem foi dado, virá de alhures, de outrem igualmente generoso, e ainda ensina que apesar de ter dado muito pouco, ainda mais é o que se recebe.

Viver é privilégio sim. Privilégio que não consiste exatamente em não ter partido daqui para algum outro sistema que um tal Paulo descreveu em carta (Coríntios 2,9-11) a uns amigos num lugar deste mundão, assim:  ‘Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam’.

Então, que se admita de novo, viver é privilégio, enquanto nos assegura oportunidade de fazer transbordar a taça do bem, do vinho que se oferece a todos (todos são todos) quantos forem encontrados, seja qual for a sede da qual padeçam ou a característica que tiver o sentir de sua carência.

Continuo pensando, provavelmente volte a divagar sobre o tema ao mesmo tempo que alguém já terá sido provocado a fazer o mesmo.

Boa vida!

Calma, minha expressão não tem tom de ironia, expressa um desejo profundo que brota do mais profundo de mim, razão porque lhe repito: boa vida!

Marlusse Pestana Daher
Vitória, 28 de outubro de 2013  09:13

                            

domingo, 27 de outubro de 2013

MAIS UMA QUINTACULT






 
 
A ACADEMIA DE LETRAS DA SERRA
 
31 DE OUTUBRO DE 2013, MAIS UMA QUINTA CULT.

A DEUSA DA JUSTIÇA

Brasília
Filha de Urano e de Gaia,1 era, portanto, uma Titânide. Gaia havia sido gerada do Caos, e Urano foi gerado de Gaia.2 Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis; por fim nasceu Cronos, o mais novo e mais terrível dos seus filhos, que odiava a luxúria do seu pai.1

Quando ainda criança, foi entregue por Gaia, aos cuidados de Nyx, que acabara de gerar Nêmesis. O objetivo de Gaia, era proteger Têmis do enlouquecimento de Urano. Porém Nyx estava cansada, pois gerara incessantemente seus filhos. Então Nyx entrega sua filha Nêmesis, e a sobrinha Têmis aos cuidados de suas mais velhas filhas, as Deusas Moiras (Cloto, Laquésis e Atropo).

As Moiras criam as duas Deusas infantes, e lhes ensinam tudo sobre a ordem cósmica e natural das coisas; e a importância de zelar pelo equilíbrio. As Moiras são as Deusas do destino, tanto dos homens, quanto dos Deuses e suas decisões não podem ser transgredidas por ninguém. Desta criação, vimos a origem das semelhanças das duas lindas e poderosas Deusas criadas como irmãs: Têmis, a Deusa da justiça, e Nêmesis, a Deusa da retribuição.

Há uma versão errada, segundo a qual as Moiras eram filhas de Têmis. O que pode ter gerado tal equívoco possivelmente foi confundi-las com as Horas (ciclos presentes na natureza, estações, clima, vegetação, etc), que também agem nas energias cíclicas da natureza, assim como as Moiras (ciclos vitais da vida, nascer, crescer,etc). Têmis, na mitologia grega, é a deusa dos juramentos, mãe de Dice, deusa da justiça, a protetora dos oprimidos.

A primeira esposa de Zeus foi Métis que, depois de colocá-la em seu ventre,3 Zeus casou-se com Têmis.4 Zeus era filho de Cronos e Reia,5 irmãos de Têmis.1

Sentava-se ao lado de seu trono, pois era sua conselheira. Considerada para a mitologia a personificação da Ordem e do Direito divinos, ratificados pelo costume e pela lei.

Zeus e Têmis foram os pais das Horas, de Eunômia, Dice, Irene; numa versão considerada errônea, são a eles atribuídas também as três Moiras, Cloto, Láquesis e Átropos (consideradas normalmente como anteriores à Têmis.4 )

Oráculos

Têmis não representa a matéria em si, como sua mãe Gaia, mas uma qualidade da terra, ou seja, sua estabilidade, solidez e imobilidade. Ela é uma deusa que falava com os homens através dos oráculos. O mais famoso de todos os templos oraculares da Grécia Antiga, Delfos, pertencia originalmente a Gaia, que o passou a filha Têmis. Depois disso, ele foi de Febe e só no fim foi habitado por Apolo. Há pesquisadores que afirmam, no entanto, que Têmis é o próprio princípio oracular, de modo que, em vez de ter havido quatro estágios de ocupação do oráculo de Delfos, foram só três: Gaia-Têmis, Febe-Têmis e Apolo-Têmis. Portanto, Têmis tinha máxima ligação com a questão das previsões oraculares e, no fundo, representa a boca oracular da terra, a própria voz da Terra, ou seja, Têmis é a terra falando.

Quando o titã Prometeu foi acorrentado ao Cáucaso, Têmis profetizou que ele seria libertado. Sua profecia se concretizou quando Héracles (ou Hércules), salvou-o do seu castigo. Foi Têmis quem alertou Zeus que o filho de Métis seria uma ameça à seu pai.

Ajudou Deucalião e Pirra a formar a humanidade após o dilúvio enviado como castigo por Zeus, profetizando que ambos deveriam "jogar os ossos de sua mãe para trás das costas". Pirra ficou temerosa de cometer algum sacrilégio ao profanar os ossos de sua mãe, não captando o sentido da profecia. Deucalião, porém, entendeu tratar-se de pedras os ossos da deusa-Terra, mãe de todos os seres. Assim ele atirou pedras para trás e delas surgiram homens.

Os oráculos dados por Têmis, não profetizavam só o futuro, mas eram ainda, mandamentos das leis da natureza às quais os homens deveriam obedecer. A Deusa nos fala de uma ordem e de uma lei naturais que precedem as noções culturalmente condicionadas da organização e das regras derivadas das necessidades de uma sociedade.

Alguns pensadores crêem ser Têmis uma abstração das noções humanas de uma justiça de uma cultura específica, presumivelmente matrifocal. Uma visão arquetípica, sustentaria que Têmis não é o produto da organização social, mas o pressuposto para tanto. Sua existência psicológica precede-o e subjaz ao entendimento humano do que ela quer dizer ou ensinará. A visão arquetípica localizaria sua origem na natureza psíquica, no inconsciente coletivo, ao invés de localizá-la na cultura e na consciência coletiva. Ela não é secundária, e sim fundamental.

Entretanto, nos cultos à Têmis eram celebrados os "mistérios" ou "orgias", emprestando-lhe a visão que ela era uma Deusa genuína, e não uma simples personificação da idéia abstrata de legalidade. Têmis é a Deusa oracular da Terra, ela defende e fala em nome da Terra, do enraizamento da humanidade em uma inabalável ordem natural.

Olimpo

Um dos atributos de Têmis é sua grande beleza, além do poder de atração de sua dignidade. Sua atratividade física é confirmada pelo mito em que Zeus a persegue com seu estilo desenfreado e, finalmente, a desposa. Em outra versão após Zeus devorar Métis grávida, as Moiras levam Têmis até Zeus para se tornar a segunda esposa de Zeus, e as Moiras profetizam que Zeus precisa e tem muito a aprender com Têmis, que é tão sábia quanto Métis.

Seu mais ardente adversário no Olimpo foi Ares, o deus da guerra cujo o apetite por violência e sede de sangue não conhecia limites. Não porque Têmis fosse contra a guerra, mas agia com motivos de ordem ambiental, pois a guerra reduziria a população humana. Na qualidade de mãe das Horas (e pai Zeus), Têmis está também por trás da progressão ordenada do tempo na natureza. As Horas representavam a ordenação natural do cosmo: inverno e depois primavera, dia depois a noite, uma hora após a outra.

Sua outra filha com Zeus, Astreia, deusa virgem protetora da humanidade e que simboliza a pureza e a inocência, também era uma deusa da justiça. Conta-se que ela deixou a Terra no fim da Idade do Ouro para não presenciar as aflições e sofrimentos da humanidade durante as idades do Bronze e do Ferro. No céu ela tornou-se a constelação de Virgem. Também a balança de Têmis, que Astreia carregava foi transformada em uma constelação, Libra.

As Horas ou Estações (filhas de Zeus e Têmis) suas são: Irene (paz), Dice (justiça) e Eunômia (disciplina); estas são as Horas mais velhas e estão ligadas a legislação e ordem natural, sendo uma extensão dos atributos de Têmis. Esta última está relacionada com a representação da divindade da justiça. Têmis e Dice elucidam o lado ético do instinto, a voz miúda e calma no seio do impulso. Dice para a humanidade é a função de base institucional muito sintônica com o que chama de instinto para reflexão.

Existem mais nove Horas que são guardiãs da ordem natural, do ciclo anual de crescimento da vegetação e das estações climáticas anuais. (Talo, Carpo, Auxo, Acme, Anatole, Dice, Diceia, Eupória, Gimnásia)

Ao presidir as reuniões de cunho político do Olimpo, Têmis manifesta o teor organizacional de sua dignidade e justiça. Têmis congregava às reuniões com seriedade moral e obrigava os grandes e poderosos a ouvir, de modo consciencioso, as objeções e contribuições dos irmãos e irmãs menos proeminentes. A Deusa opunha-se à dominação de um sobre muitos e apoiava a unidade mais que a multiplicidade, a totalidade mais do que a fragmentação, a integração mais do que a repressão. Nessa atividade de contenção e vinculação, Têmis revela o princípio operado pela consciência feminina: a lei do amor.

Têmis era a deusa da consciência coletiva e da ordem social, da lei espiritual divina, paz, ajuste de divergências, justiça divina, encontros sociais, juramentos, sabedoria, profecia, ordem, nascimentos, cortes e juízes. Foi também inventora das artes.

Zeus e Têmis

Têmis foi a segunda esposa de Zeus, depois de Métis e antes de Hera. É ela que temperou o poder de Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais. Sendo uma Titã, suas raízes são instintivas e pré-olímpicas e estende-se à frente, para incluir uma visão cósmica das operações finais e essenciais do universo inteiro.

Além de esposa e conselheira, Têmis é também mentora de Zeus. Em um mito ela aparece como ama de leite de Zeus bebê, ensinando-o a respeitar a justiça. No casamento de Zeus e Têmis vemos duas forças, uma solar e outra lunar, trabalharem coligadas com poucos conflitos à serem observados. Zeus era o rei todo-poderoso, absoluto, um padrão arquetípico que governa a consciência coletiva, que tanto cria como mantém uma coletividade. Mas é Têmis, que movimentando-se dentro de vários outros padrões arquetípicos, desestabiliza o absolutismo e as certezas de Zeus. Ela movimentava-se em uma direção contrária, nunca deixando de incluir o máximo possível. Têmis exercia portanto, um efeito de abrandamento.

Entretanto, o casamento do dois não foi de total doce harmonia, pois embora transitasse sabedoria entre eles, os ditames de um e do outro, sempre tinham um preço muito elevado, pois nada possui solução definitiva.

Na imagem de Zeus consultando Têmis, podemos aceitar uma boa dose de troca. Zeus é quem rege e decide, enquanto Têmis assume uma atitude mais suave e dá seu toque relativizador que procede de perspectivas mais abrangentes.

Referências

  1. Ir para: a b c Hesíodo, Teogonia, Cosmogonia, 134-138. Os filhos estão indicados na ordem que Hesíodo os cita.
  2. Ir para cima Hesíodo, Teogonia, Cosmogonia, 116-133 [em linha]
  3. Ir para cima Hesíodo, Teogonia, Os deuses olímpicos, 886-900
  4. Ir para: a b Hesíodo, Teogonia, Os deuses olímpicos, 901-906
  5. Ir para cima Hesíodo, Teogonia, Os filhos de Cronos, 453-491

 
Fnte: Wikipedia.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ENTRE COLINAS

A poetisa
e a imagem inspiradora

                                                            

O som
Vem das águas limpinhas
E os pássaros
Exibidamente livres
Lugar para esquecer a  dor
E a saudade
Manifestações inquietantes
Das minhas madrugadas.
 
Rosagil

 
 

COM FÉ, COMO MARIA

Maria se configura como o melhor modelo a ser imitado e seguido, para
caminhar com passos seguros pelos caminhos da fé. Basta reparar em algum aspecto de sua vida.

Aliás, na encíclica “A porta da fé”, o Papa Bento XVI diz: “Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus, na obediência de sua dedicação (Lc 1,38). Acolheu/acreditou.

Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em seu favor e em quantos Nele confiavam. Com alegria e trepidação deu a luz o seu Filho unigênito, mantendo intata sua virgindade. 

Confiando em José, seu esposo, levou Jesus para o Egito a fim de O salvar da perseguição de Herodes que O queria matar. Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu ao seu lado mesmo quando a tempestade no Gólgota se fez.

Foi também com fé, que Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus preservando no seu coração a memória de tudo, depois, igualmente, tudo transmitiu aos doze na oportunidade em que com eles esteve reunida no cenáculo para receberem o Espírito Santo.
Virgem da Penha, nossa alegria. 

Sob as bênçãos de Maria, a doce Mãe de todos os que foram redimidos pelo Filho, pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir Jesus.

Nós também somos convidados a uma vida de fé. Só mediante a fé seremos capazes de nos entregar ao projeto que Deus tem para nós e como a Mãe nos recomenda, não hesitarmos nunca em fazer sempre tudo aquilo que Ele nos disser. 







Verdade  

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar meia pessoa de cada vez
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade
voltava igualmente com o mesmo perfil.
E os meios perfis não coincidiam....
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.

Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.


Carlos Drummond de Andrade
                 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

UMA POESIA DE JUJU

Ao reler esta poesia deparei com uma alma que saboreia bons momentos, que não os esquece, que tem saudadades, que lamenta não se repetir naquele instante, mas está certa, por isto  esepra, que voltará a acontecer. Quase uma vida inteira, nesses versos.

Juju e Ric in love

Chegou mais uma páscoa.
Dia chuvoso e até um pouco triste.
No silêncio a brisa ecoa,
Os cantares e piados em coro persistem.


Contemplo cada canto solitário,
Sem crianças, sem filhos e sem abraços.
Porém os cantos variados e felizes
Lembram que a liberdade existe.


Que nem tudo em volta é triste
Que cada um tem seu tempo e espaço

Que todos temos uma história

Que viver, não é uma lenda apenas,

A gurerreira recreia. 
É real, é fugaz.


Os momentos ficam na doce memória

E o tempo implacável se encarrega

De construir e destruir lembranças

De fazer crescer as crianças

De conter o pranto de saudade

De fazer pensar na realidade
De acordar dos sonhos alegres

De despertar assim de leve

Num toque de carinho breve
Que outra páscoa virá

Que Jesus voltará

E quem sabe estaremos de novo juntos

Esperando para o almoço ou café da tarde
E desta vez não terá lugar a saudade

Dos momentos que vivemos.

E as flores coloridas

Vão adornando as feridas
Que o tempo deixou pra traz

Encerra a tarde um coral de pássaros,

Não foge à realidade, entra totalmente na de vovó.
Retornando aos ninhos, como na páscoa passada

Desta vez ninguém por  aqui passou...

Desta vez ninguém telefonou

Mas continuo no ninho

Macio, aquecido e cheio de amor

Para que os passarinhos retornem quando for.




Um ano após a páscoa de 2007, quando consegui  reunir os três filhos e todos os netos daquela época.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

LEMBRANÇAS DE TIA IDATILIA

Hoje faz um mês que minha tia Idatília nos deixou. Ela quis partir no mesmo
Ela. 
dia dos nossos cinco anos sem Hilda, quando continuo a repetir: e haja dor e haja saudade. Dia 20 de maio a tia completou 100 anos, carinhosamente comemorados com presença numerosa da família, ao menos mais três gerações depois dela.

Não sorria, achava que não precisava ter festa, até porque muito, muito pouco de vista lhe restava, e isto lhe dava uma certa tristeza. Ainda assim, não é que num ou noutro momento, mesmo com tal idade, pudesse ensaiar algum passinho titubeante à audição de um samba.

No dia 20 de setembro, li em algum lugar que era “DIA DO TIO” e disse a mamãe. Vou visitar titia (era a última, não é preciso citar nome). Mas não fui. Quando chegou o domingo, disse: hoje eu vou. Era uma sensação de dever a cumprir e teria ido mesmo, já estava tudo certo. Só não sabia que ela já estava hospitalizada, operada de uma fratura na perna em virtude de queda e que nossa velhinha começara a  apagar-se como se apaga uma velinha...

Uma prima me liga dando notícia (22/09/2013) de que estava internada, e porque ficou sabendo que ela não estava nada bem. Como fiquei sentida! Cerca de uma meia hora depois, Eliane, filha dela, me liga também e agora o veredito ouvido era o final. Chorei. 

E fiquei remoendo meus pensamentos. Puxa vida... como ela gostava de receber visitas... Quando ouvia a campainha, lá vinha, procurando a chave da porta para abri-la e no rosto o mais expressivo dos sorrisos.

Despedindo-se de tio Durval (104 a) em Curitiba
Gostava, gostava muito de ser visitada. Telefonava com frequência para mamãe e ainda que de forma muito menos intensa no último tempo, era ela quem dava as notícias de familiares ou amigos e mateenses que pudessem interessar à família.

Ainda ralava coco para fazer doce, cozinhava aquelas coisas boas para tomar café e gostava de servir essa bebida às suas visitas.  Tudo de forma intuitiva, não via.

Por que não a visitei antes?...

Em momentos semelhantes nossa sensação é sempre de quem se arrepende por não ter feito algo, aquela visita, dado aquele abraço, dito aquela palavra...

Uma parte é sim desatenção, mas há outra que fica por conta das invariáveis contingências da vida. Para não morrer de certa forma um pouco, o melhor é não ficar pensando tanto, ainda melhor é que não se deixe de encontrar tempo para demonstrar afeto, para dar alegria, para ir ao encontro de quem não pode mais ao nosso encontro vir. Fazer tudo o que puder ser feito, consciente é certo de que ninguém pode mesmo tudo fazer.

Ou como disse James Greene: “Todo o bem que eu puder fazer, toda a ternura que eu puder demonstrar a qualquer ser humano, que eu o faça agora, que não os adie ou esqueça, pois não passarei duas vezes pelo mesmo caminho."

Marlusse Pestana Daher

Vitória, 22 de outubro de 2013 14:00