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Adoração dos Magos, por Boticelli (Florença). |
O dia de hoje é rico em
versões, das folclóricas às religiosas e até as de caráter comercial. Imagine-se,
se o comércio perde alguma oportunidade de vender. Mesmo que comprar e vender
seja a principal forma de fazer a economia circular, no fundo, é sempre com um
misto de certa repulsa que divisamos a cobiça que insiste em fazer-se pano de
fundo de todas as ações humanas.
Consta que em seguida ao
nascimento de Jesus, Reis do Oriente divisaram no céu uma estrela cujo brilho
tinha mais que um certo significado e entenderam que se tratava do anúncio de
que o Salvador aguardado havia milênios, nascera.
Acordam suas vontades,
recolhem presentes, ouro, incenso e mirra e montam seus camelos, seguem a
estrela que os guiava.
A escolha de tais presentes
se deu, porque foram prodigiosamente inspirados sobre a natureza do personagem a
cujo encontro partiram. Escolheram o ouro, porque se tratava de presentear um
Rei, incenso, símbolo de oração e perfume, iriam adorar Deus e a mirra, usada
como forma de suavizar o odor fétido do corpo morto que se decompõe, quem
buscavam era Deus, mas verdadeiramente homem também.
Os reis magos, (mago vem do antigo idioma persa e
serviu para indicar o país de suas origens: a Pérsia. Chamados reis, Belchior,
Gaspar e Baltasar, porque é um dos sinônimos daquela palavra, também usada para
nomear os sábios discípulos de uma seita que cultuava um só Deus. Não eram
astrólogos nem bruxos, ao contrário, eram inimigos destas enganosas artes
mágicas e misteriosas) foram destinatários da manifestação do
Deus que veio ao mundo aos povos distantes dos quais faziam parte, num sinal de
que sua pátria e seu reino se estende a todo o orbe.
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A Befana. |
Países europeus ao invés
de presentear no Natal, presenteiam as crianças boazinhas neste dia. Encarregada
da tarefa é uma simpática velhinha. A Befana.


Dançando e cantando, saem
visitando as casas do lugar onde são recepcionados com bebida ou café, vai do
final de dezembro até 6 de janeiro, mas pode estender-se um pouco mais.
As canções que entoam
versam sobre temas religiosos ou ligados ao nascimento de Jesus, o tom de voz e
a precariedade do som torna ininteligível a audição, mas isto pouco importa,
porque o que importa mesmo é oque acontece.
Cheguei até aqui sem ter
assistido “ao vivo e a cores” uma dessas apresentações, porque entre os medos
que minha mãe nos inculcou fazia parte: o boi do “rei de boi”, a besta... mesmo
que ambos não tenham sido nunca, mais que uma pessoa vestida que corria atrás
das pessoas que também se divertiam tanto quanto, ao correrem delas. Faz parte
da festa.
Que pena nunca ter
assistido? me aguardem. Onde eu
estiver e que acontecer folia de reis,
saibam, não serei mera espectadora, vou cair na dança.
Vitória, 06 de janeiro de
2014
11:39