quinta-feira, 30 de abril de 2015

CAPA DO FRAUTA AGRESTE - CONCURSO

Como as fontes.


ACADEMIA MATEENSE DE LETRAS

EDITAL 01/2015

A Presidente da Academia Mateense de Letras – Amaletras – em vista das comemorações do Ano Literário 2015, “Maria Antonieta Tatagiba”, torna público que se encontram abertas até o dia 31 de maio do corrente ano, inscrições para escolha de capa da reedição do único livro publicado pela homenageada, com o título, FRAUTA AGRESTE.

Comporão também a edição: o único conto de sua autoria  e outras poesias.
Podem concorrer alunos de qualquer nível (fundamental ao superior) dos estabelecimentos de ensino em São Mateus – ES.

O vencedor(a) além de ter seu trabalho na capa do livro, receberá medalha e  cinco exemplares da obra.

Os trabalhos devem ser apresentados em folha A4 (em condições de reprodução ou para imprimir (boa resolução) e recolhidos pelo(a) Professor(a) interessada no certame que os  entregará à Correspondente amaletrista, Profª Adriana Gusmão, - Coordenação de Área e Formação contínua, Secretaria Municipal de Educação – São Mateus -ES.

São Mateus, 26 de março de 2015

Marlusse Pestana Daher                                                                   Presidente


quinta-feira, 23 de abril de 2015

CONVIVÊNCIA HUMANA

A convivência humana requer sabedoria e disponibilidade.  Sabedoria para conviver com diferenças, para aceitar a maneira de ser do outro, ter habilidade com agilidade de assimilar por exemplo, o lugar do outro e interpretar sua ação ou reação como se fosse nossa, como se fôssemos nós os protagonistas daquele seu agir.  

Disponibilidade que é mais que ir ao encontro para prestar os serviços que nos forem solicitados, prevenir, prever, saber qual é a necessidade que o outro tem para que ao nos dispormos a tal serviço, já levemos a solução do que for sua angústia ou esperança.

Esses são sentimentos que sempre predominaram no espírito de Maria e tão bem manifestados naquelas bodas em Caná da Galiléia, quando, sem que ninguém lhe tivesse pedido nada, ela intervém junto ao Filho para que os noivos fossem poupados do vexame iminente que os rondava.

Ter tal percepção é ser capaz de saber que a medida do serviço ao próximo é um servir sem medida, é estar ao lado, é fazer com que “nosso cansaço o outro descanse”.

Maria foi capaz de tudo isso, O Deus de Maria é o Deus que reconhece a humildade de quem se sente servo e não se opõe, quando Deus intervém em sua vida, no particular de sua história.

Apressemos o passo e façamos por onde nos recompensar pelo tempo perdido e nos esquecemos que é quando desviamos o curso da nossa estrada que enveredamos por caminhos onde o Deus de Maria não está.

Do programa Cinco Minutos com Maria

domingo, 5 de abril de 2015

FEMINICÍDIO, SOLUÇÃO OU APARÊNCIA

Esse fundo branco, quando sai, não consigo tirar.
Deixo ou não publico o artigo.


Não consigo deglutir o advento de tantas leis. Como se repetem! Legisladores, quem sanciona e respectivo séquito fazem pose de quem finalmente encontrou a solução.
- Ah! mata sua mulher, sua irmã, ou mesmo sua mãe, agora. Seu crime vai ser um feminicídio, você vai pegar de 12 a 30 anos de cadeia. “Conheceu, papudo”! 
Refiro-me à tão festejada Lei 13.104/2015 que denominou feminicídio, os crimes que “resultam de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher”: ou “os crimes contra mulher por razões da condição de sexo feminino”.
O Código Penal, nos exatos termos que dele constam foi repetido em si mesmo com o feminicídio. Entre as circunstâncias que agravam a pena, sempre teve e tem esculpido no art. 61 que o agravamento acontece no caso de a vítima ter “as seguintes condições: e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Red. da Lei 11.340/2006);    g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão”.
A questão não é de lei, mas de omissões impunes, infindavelmente repetidas. Elas atravessam placidamente os tempos, indiferentes à ausência de políticas sérias que produzam resultados senão imediatos, no mais curto prazo. 
Em vigor, a lei vai ser aplicada a todo aquele que já é adulto que em casa é a maldade personificada em relação aos familiares, máxime em relação à mãe e às irmãs, em relação à esposa, às próprias filhas, pois, (segundo seus argumentos insanos) a elas compete estar a seus pés, servi-lo, do nascer ao pôr-do-sol, refeição na medida do seu gosto, mesmo que não tenha comprado, roupa lavada e passada e essas outras coisas mais de conhecimento geral.
São insanos, não são normais, assemelham-se antes a animais que a humanos. O que mais se desenvolveu nesse tipo foram as células do machismo. Tornaram-se tão cegos que sua visão só alcança o limite do umbigo. Nem pensar nos pequenos aprendizes de macho, os filhos.
Entretanto, pergunte-se: receberam proteção integral do Estado quando se desenvolviam?


Proferida há mais de dois mil anos, posto que atualíssima, repita-se esta máxima: “educai as crianças e não será preciso punir os homens” (Pitágoras). Acrescento Goethe: Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.
Marlusse Pestana Daher
Vitória, 2 de abril de 2015  8:20

MOMENTOS HÁ POUCO

Gabriela e Rachid em Mraflores - Lima  - Por-do-sol

Marquinhos

Mateito

Domingo em família. 

Idem

Sonia e Jim na posse dela
como amaletrista

Neusa e Valsema
Posse Amaletras 

Amaletristas 

Com Wanda Alckmin e Gilcea Rosa
Comendadoras "Cecília Mereles"

Bolo ocomemoratvo
Ano Cecília Meireles - Amaletras 

Posse Afesl de Neusa Glória
Parecia a deusa Atenas 

Em Éfeso

sexta-feira, 3 de abril de 2015

RUMO AO ENCONTRO DE JESUS NO CAMINHO DA CRUZ


Quinta-feira santa. Findara a celebração da Missa em particular comemoração ao que ela representa: o dia da instituição da Eucaristia e consequentemente, do sacerdócio. É a esses ungidos que compete celebrá-la “em memória de mim” (Jesus).

Depois da oração final o Celebrante ainda deu alguns avisos. Entre mais, disse: “por essas horas Jesus tendo sido preso e condenado, está sendo torturado. Amanhã, celebraremos sua morte”.

Premida pelo compromisso que tinha em seguida, sai logo da Igreja, mais tarde, deitei-me para dormir. Eis que nesta manhã, ao despertar, me lembro que Jesus se encontra em apuros, na mão dos seus algozes. E o vejo exangue, corpo em chagas e insultos indizíveis brotam de cada lábio daqueles insanos que parecem ansiosos pelo passar ainda mais rápido das horas para levá-lo ao patíbulo infame.

Detenho-me alguns instantes na observação desses fatos, quando reparei que se revezavam nos açoites. O que cedia o chicote, não o fazia sem antes golpear-lhe mais uma vez a cabeça, onde a coroa de espinhos pontiagudos, a certo ponto, se entortavam no contato com o osso do crânio e da fronte que  só por milagre, não conseguiam ultrapassar. Como prêmio recebiam mais uma dose de uma bebida certamente alucinógena, que aumentava-lhes o ódio e o desejo de matar.

Mas o Senhor nada dizia. Sequer uma lágrima rolava-lhe pela face e não porque a dor não fosse intensa, mas porque sua capacidade de refazer-se a cada golpe tinha como condimento o amor de quem é capaz de “amar até o fim”.

De repente, sou impelida a levantar-me, vestir-me, tomei meu café sim, não deixei sem cumprimento nenhuma parte dessa minha liturgia matinal. Mas claro que acelerei e reduzi o tempo. Logo estava pronta, fechei a porta do meu apartamento por fora, desci pelo elevador, ganhei a rua disposta a ir ao encontro de Jesus, unir-me aos amigos que o acompanhavam.

No portão, pergunto-me que direção tomar e sem esperar resposta, vou em frente. Estou decidida, preciso encontrar Jesus.

A manhã está ligeiramente nublada, fresquinha, mas ainda assim brilha o sol. As ruas estão limpas, o ar é bom, as folhas das árvores não estão tristes, balouçam ao ritmo do vento que sopra.  Poucas pessoas trafegam pelas ruas, estarão possuídas pelo silêncio da prepotência imposta pelo julgamento cruel.

- Por que aquela caixa ali? Ao aproximar-me, vejo que há duas pessoas que forraram a calçada com outra caixa e dormem embaixo daquela. Os pés estão sujíssimos da caminhada sobre o pó preto, privilégio desta cidade. Roupas velhas, desbotadas e sujas também. 

Passo, só pude ter compaixão naquele momento, não lhes ouso perturbar o sono que me parece profundo apesar do ambiente. 

Mais a frente, um adolescente louro dá sinal de que acordara por ali. Num bocejo enorme, expõe por inteiro o interior de uma boca pouco saudável, de dentes que começam a enegrecer.

Prossigo e vejo aquela senhora que com uma criança nos braços envolta “em faixas”, corre afoita rumo ao primeiro ponto de ônibus que encontra e olha ansiosa a chegada de cada coletivo. Ao ver que os primeiros a passarem não eram o que a levaria ao hospital infantil demonstra enorme desalento. Refaz-se, renova a expectativa. Ao surgir o que a interessava, entra rapidamente e parece um tiquinho mais tranquila.

- Que é aquilo, gente? Dois policiais espancam severamente um rapaz já rendido, antes que eu chegasse perto, vejo-os empurrarem para dentro do cofre da viatura e saírem em disparada. Acabara de furtar um celular.

Por aquela via perpendicular pela qual eu seguia, vejo sair de uma transversal um casal, mais outro e outros mais. Aprofundo o olhar e vejo que rumavam à Igreja lá no final. Vão adorar Jesus, em oração, acompanhá-lo até a hora nona do seu sacrifício.

Na minha busca, no meu ir ao encontro de Jesus, vou imaginando tudo que ia acontecendo.  Contemplo-O, quando aos empurrões e açoites é posto para fora do lugar do tormento (o sinédrio), quando lhe põem nos ombros a cruz pesada, quando cai e se levanta.

De repente, não posso conter a interrogação:  “Deus meu, por que os abandonaste”? Vejo Maria, sua mãe, que ao ficar sabendo da condenação veio-lhe ao encontro, chega acompanhada de outras mulheres. Diante do que vê não pode calar o que na alma explode: “vós que passais, vede se há dor maior que a minha dor”.

Entreolham-se profundamente, dos respectivos olhares o outro recebe acalanto e lado a lado, seguem o restante do trajeto. Com assentimento do olhar, ela anima as mulheres para que interpretem bem a advertência de Jesus de que deveriam antes chorar pelos próprios filhos.  Ela o vê cair mais duas vezes. Agradece ao Cirineu que a certo ponto, ajudou seu Filho a carregar a cruz.

No Gólgota, a profecia do velho Simeão lhe ressoa aos ouvidos: ele tinha razão. Uma espada de dor transfixa o peito de Maria. Mas tem oportunidade de assistir a mais um gesto corriqueiro dos que praticava nas estradas da vida. Concede ao ladrão que lhe pede: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Como poderia não sofrer tanto, vendo o filho ser desnudo, deitado na cruz, ser crucificado. Esvair-se, clamar pelo Pai, receber vinagre ao invés de água, ao clamar “tenho sede”. Finalmente, expirar depois de um grande grito, ter o peito furado por uma lança de soldado frio,  de onde saiu a última gota de sangue.

Ainda recebe o corpo do Filho morto em seus braços e o acompanha à sepultura. Ali se daria a confirmação do que Jesus dissera: “destruí este templo e em três dias, o reerguerei de novo”.

Sexta-feira santa, dia de silêncio, de respeito. Encontrei parte dos Jesus que sofrem em cada uma das pessoas que citei: “aqueles que não têm onde repousar a cabeça”, os que dormiam na calçada; aquele que é desprezado ou considerado sem importância por ser “filho  de um simples carpinteiro” (ou de quase ninguém), o adolescente que despertava; as mulheres angustiadas que correm em busca de tratamento para os filhos doentes, como a cananeia; os esquecidos pelo Estado que não os educou na infância, mas uma vez adultos tem o desplante de punir pura e severamente. Os que descobriram o valor da fé e que seguem nas práticas sugeridas pela Igreja assegurando-se a vida eterna. São os que entoarão aleluias na páscoa!

Eu sabia que Jesus, aquele que “renunciou à sua condição de Deus, despiu-se de sua natureza, humilhou-se até a morte e morte de cruz” não estaria por ai, mas não tenho dúvida de que em todos os que encontrei ele estava. Ele está em todos, máxime nos que sofrem.

Passei por aqui, por esta escrevinhação-reflexão bem umas três horas. Valeu como imersão no clima de Paixão do Senhor.

Renovo meu propósito de servir e repetirei sempre como o fez o Mestre, “eu vim para servir”.






Marlusse Pestana Daher                                                                           Vitória, 3 de abril de 2015 12:40.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

NÃO É QUESTÃO DE IDADE

A Constituição de 1988 proporcionou a criação das condições necessárias para 
a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
 afastando-se da doutrina da situação irregular para se vincular 
à doutrina da proteção integral, pela qual toda criança ou adolescente é considerado
 sujeito de direitos e por se encontrar em fase especial de desenvolvimento, 
necessita, portanto, da proteção do Estado. 
Adv Everton André Luçardo Borges

Não sou contra a redução da maioridade penal, sou a favor de que os direitos fundamentais de todas as pessoas sejam indistintamente reconhecidos, dando a cada uma os meios de gozá-los e cumpri-los.

Sempre se disse que o Congresso Nacional é movido à ocasião, que o legislador não usa da acuidade necessária no sentido de que no destino, a norma seja eficaz. Porque dizer: “as leis são como salsichas, se soubéssemos como são feitas não as comeríamos”.


É ruidosa a grita por implantação de políticas públicas, na direção da educação e da saúde. Entretanto, ainda não se viu determinação necessária ou vontade de realizar, por parte dos que recebem o poder que emana do povo, mas o esquece e age em vista de seus interesses, da consecução do próximo mandato, mesmo com o sacrífico dos interesses do Estado como um todo.

Quer-se reduzir a maioridade penal. Preparemo-nos para ver adolescentes de idade inferior serem usados com o mesmo fim.

Tendo atuado na Vara da Infância e adolescência credencio-me a falar por experiência vivida. Atendi mãe pedindo que o filho fosse “preso”; mãe fingindo que era manca com pano na boca como se babasse, pedindo entrega do filho; adolescente que matara cinco pessoas, a última reduzida a pedaços, posta em saco e jogada num rio. Praticamente, todas, famílias uni parental, sem emprego, sem salário, habitando guetos, quem sabe, vivendo do resultado da prática dos atos infracionais perpetrados por esses mesmos filhos.

O delinquente é produto da desordem na qual foi gerado, foi criado e vive. É produto do meio sim, porquanto, suscetível de receber influências de toda parte, desde o glamour do estrelato, à opulência do poder, ao encantamento do aplauso, à ganância do ter. Se não alcança, toma outro rumo no qual, ao menos aparentemente, encontra o que procura.

Não se vai ao alto pelo último degrau da escada. Não nos faltam leis. Ignoramos o que ditam. Nenhuma, por si, alcança o próprio fim.  Não será a segregação em prisões que reduzirá a criminalidade. Ali, se  formam doutores nela.

Antes, importa que se proceda ao reconhecimento da condição de pessoa da pessoa humana, a cada uma seja dado o que é seu. Coloquemos esse contingente de crianças na escola, propugnemos no sentido de que pela educação sejam despertadas suas virtudes, o potencial de dotes em tantos sentidos e áreas que com certeza todas têm. Façamos com que ouçam nossos aplausos.


A Nação que não educa suas crianças deve-se envergonhar de puni-las na idade adulta.