quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

COMPAIXÃO

Por meses, quem sabe, no Rio Grande do Sul vamos comentar e chorar pela tragédia que resultou na morte de mais de 200 jovens estudantes na boate de Santa Maria. Tristemente, ela tem um nome que – a posteriori – revelou-se fatal: KISS. O Dicionário A. Houaiss de inglês-português traduz a palavra assim: beijo, ósculo, contato leve, suspiro. Só num segundo momento, sugere: consolar, confortar com carinhos e beijos. Adiante o dicionário anota: aceitar a perda, sucumbir, ser vencido, prostrar-se, aceitar submissamente o castigo. Lá para o fim dos diferentes usos do termo em outras expressões, o filólogo coloca: acariciar com um beijo, entrar em contato leve.

À medida que fui buscando informações desde segunda cedo, 28/01, sobre a tragédia de Santa Maria, entre consternado, abalado como milhares de pessoas, particularmente as famílias das vítimas, procurava compreender os fatos e confesso que foi difícil. A imprensa cumpre o seu papel. Repete à exaustão os motivos mais evidentes que provocaram a desgraça. Agora, começa a focar o noticiário na urgente e necessária fiscalização de casas noturnas, teatros e outros locais públicos que irão passar por rigorosas inspeções. Isto é uma boa notícia, apesar de toda a tristeza e do verdadeiro calvário por que passam as famílias que começaram a sepultar filhas e filhos, enquanto outras aguardam vigilantes, exaustas, mas cheias de fé e esperança, que os sobreviventes nos hospitais se recuperem e possam, com o tempo, voltar à vida de estudos e sonhos.

Uma palavra, porém, me chamou especial atenção no artigo escrito por Martha Medeiros, palavra que a invadiu desde a madrugada de domingo:compaixão. É bom dizer logo que não se trata de pieguice, ter pena, lamentar simplesmente. Compaixão é algo muito mais forte, profundo, singular. Diz respeito à capacidade humana de se identificar com ador do outro e, na medida do possível, amenizá-la, participando de atos de solidariedade, escutando a revolta de quem perdeu a filha querida, abraçando as pessoas, compartilhando recursos sem segundas intenções, dando a mão literalmente para que as pessoas atingidas não caiam completamente prostradas.

Concordo com Martha Medeiros. Ela encontrou uma joia no meio da tragédia, do fogo e da fumaça preta que cegou os jovens, o ambiente, e lhes obrigou a inalar o beijo da morte. Compaixão é um conceito bíblico central, que aparece de modo especial nos profetas. Deus tem compaixão do seu povo. Ele o levanta do solo como uma mãe ergue seu filho para lhe dar de mamar ou para protegê-lo (Oséias). A compaixão é algo tão sagrado que no profeta Isaías se torna um atributo exclusivo, em sua mais alta acepção, da ação de Deus para com o ser humano.

Nesse momento em que tantas famílias sofrem um luto desesperado, quase sem volta, como falar de esperança? Como acompanhar estas pessoas de modo a respeitar sua dor, mas ao mesmo tempo inspirar-lhes amor, carinho, esperança, verdadeiro consolo e conforto? Como não sucumbir diante da desgraça?

Temos muito pela frente nas próximas semanas. Esta dor provocada da forma mais absurda e – deixem-me dizer – irresponsável ainda irá nos acompanhar por muitos dias. Vamos precisar nos apoiar mutuamente, familiares, amigos, amigas, sociedade civil, comunidades de fé, grupos voluntários. A meu ver, será necessário exercitar acompaixão do modo mais terno, concreto e criativo possível. Para que não venhamos a sucumbir como se tudo fosse um castigo, de resto imerecido e brutal.

Texto: Professor Roberto Zwetsch (Faculdades EST – São Leopoldo, RS – 30/01/2013).

 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

UNIÃO ESTÃVEL, OUTRAS QUESTÕES.

1ª publicação fevereiro de 2001, ocorreram mudanças.

Ninguém duvida que nossa legislação por numerosa que seja, não atende a demanda de questões postas à decisão pelo Poder Judiciário. Assim é que, não raro, acabamos por nos deparar com o que se chama de lacuna da lei, ou seja, com seu silêncio a respeito de um assunto ou outro, colocando algum obstáculo a respostas efetivas pela sociedade esperadas.

É que a legislação não tem conseguido acompanhar os tempos, mais precisamente, a multiplicidade de situações que o homem cria no curso de sua existência, atendendo ora a razão, ora a paixão, enfim, dando azo aos apelos que a vida lhe faz.

Entretanto, nada justifica que um Juiz pudesse vir a omitir-se na prestação jurisdicional, alegando lacuna da lei. O Judiciário se erige como poder, exatamente como forma de dizer presente e ter, em nome da justiça, resposta efetiva e pronta ao conflito suscitado. Não poderá deixar sem decisão qualquer questão que lhe seja proposta. Neste sentido, de forma sábia afirmam Aftalión, Garcia y Vilanova(1), com os quais comungo no sentido:

"Contra la opinión de algunos autores, que han sostenido que en el ordenamiento jurídico existen lagunas – o sea, casos o situaciones no previstas – que sería necesario llenar o colmar a medida que las circunstancias mostrasen la conveniencia de hacerlo, debemos hacer notar que el ordenamiento jurídico es pleno: todos los casos que puedan presentarse se encuentran previstos en él (...) No hay lagunas, porque hay jueces".

Desde que a Constituição de 1988, demonstrando solicitude ante a situação concreta de conviventes, pessoas que sem o selo legal, entre si pactuaram tacitamente, obrigações recíprocas, erigiu-a à condição de família, duas leis foram editadas. A primeira,

Lei 8.971/94,cognominada lei dos concubinos. A segunda, Lei 9.278, de 10 de maio de 1996, regulamentando da Constituição Federal:

Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

A partir de então, ao menos dois aspectos vêm apresentando alguma dificuldade: convivência duradoura e sua respectiva repercussão sobre o patrimônio, quando há.

Convivência duradoura


Na regulamentação do dispositivo constitucional acima , veio dizendo o art. 1º da lei citada: É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.

Pergunta-se como é que deve ser entendida essa convivência duradoura ou como deve ser reconhecida. Não é sem razão. Como família, não difere da que se forma mediante casamento. E há casamentos que terminam no dia seguinte até, quanto mais há os que duram apenas alguns meses, pouquíssimos anos, menos de cinco, muitos. E cinco anos é o lapso que o Instituto Nacional de Seguridade Social sempre prescreveu como forma de caracterizar a relação dos outrora companheiros, até amantes, para conceder-lhes benefício.

Logo, se o fato de no casamento não carecer de tempo para configurar o que anteriormente entre os contraentes foi pactuado, dir-se-á ser porque se processou segundo as regras civis. Mas mais que de casamento fala-se em família e é à família que foi assegurada pela Constituição, a proteção do Estado.

Na hipótese de ter havido casamento entre duas pessoas, isto é, tenha havido celebração: do pacto anti nupcial ao ato consumativo, ao ser proclamado: "eu vos declaro marido e mulher", na hipótese de que jamais venham a coabitar ou conviver, se entre os dois não há aquele respeito recíproco recomendado aos cônjuges, se cada um continua adotando o comportamento que antecedeu à celebração; se mesmo vindo a terem filhos, ignoram-nos, poderá ser admitido que a intenção foi outra, jamais que tenham sido movidos pelo ânimo de constituir uma família.

Ao invés, entre os que apenas convivem, mas agem em sentido oposto, visíveis aquelas características, teremos a família. Além disto, não é que seja grande a dificuldade do reconhecimento, pois, o que vai caracterizar uma convivência duradoura, está previsto na própria lei, ou seja, que seja pública, contínua, entre um homem e uma mulher, e que tenha sido com o fim de constituição de uma família.

O lapso de tempo se confunde com o ânimo do qual se alimentam os que se unem. Não será o tanto em anos que caracterizará a união estável, mas repete-se, a prova de que ao se unirem foram determinados pelos pressupostos evidenciados e que a caracterizam.

Como já escrevi em outro artigo

(2): "a dificuldade se evidenciará na hora de eventual necessidade de postulação em juízo, porque, assim como não basta dizer ao Estado Juiz, eu sou casado com fulano, mas tenho que provar mediante exibição de certidão do registro respectivo do meu casamento, não basta que eu diga, vivo, convivo, desde tal dia, ou por este tempo com A. Preciso provar". Entendo que esta prova possa ser produzida antecipadamente e será facilitada pela presença de filhos. Uma forma é valer-se do que dispõe o art. 861 do Código de Processo Civil: "quem pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo regular, exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção", ao Juiz.

Já adotei este procedimento há mais de vinte anos atrás, quando procurada por um casal que se preocupou com a situação em que conviviam, na hipótese principalmente da morte dele, com bem mais anos que ela e porque em seu nome estavam todos os bens que tinham.

A prova testemunhal, por alguém já cognominada "a prostituta das provas" continua sendo meio idôneo, até porque, quando desde sempre admitida, o foi em nome do respeito que se deve tributar à palavra cidadã de todo homem, proferida consoante o dever cívico de ser honesto e verdadeiro.

Efeitos patrimoniais da União Estável


O termo patrimônio na sua origem latina traduz "patris" = do pai, mais "munus" = ofício, encargo. O "pater famílias" era o único detentor da propriedade de todos os bens. Hoje, vulgarizado o termo, corresponde ao conjunto de bens que alguém tem ou ao conjunto de bens de que alguém é titular com as obrigações que disto decorrem.

No casamento, no que diz respeito ao patrimônio, admite-se a opção por uma das três modalidades: comunhão universal ou pela parcial de bens, como de sua total separação.

Erigida à condição de família a união estável, a ela se reconhece na hipótese de rescisão (termo com que a lei se exprime ao mencioná-la), o direito de partilha dos bens. Daqui nasce a questão de como se fará?

Em princípio, responder-se-á, tal qual se faz na separação ou no divórcio. Mas em qual das formas? No casamento, a escolha prévia determinou o regime, o que não acontece na união estável.

A lei não diz. Mas nem nesta hipótese falar-se-á de lacuna, pois, o ordenamento jurídico reservou a determinado agente, no caso, ao juiz, a atribuição de dizer sobre o fato concreto que lhe for apresentado. Que se valha por conseguinte, do disposto no art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil: "quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito".

Como de acordo com a analogia? pelos ditames do bom senso. Como segundo os costumes? segundo o que ouve do povo do qual deve estar muito perto, para não correr o risco de errar, mesmo quando aplicar exclusivamente a lei; e quanto aos princípios gerais de direito, porque os homens já não terão o que inovar em se tratando de si mesmos. Quando pensarem que estarão dizendo algo que seja novo, retrocedam e saibam que no passado, já houve alguém quem disse o que estará dizendo.

Pessoalmente, considero que se devam adotar as regras previstas para a comunhão parcial de bens, ou seja, será partilhado o patrimônio comprovadamente acrescido no curso da convivência pelo esforço comum dos que a constituem, isto é, dos conviventes.

Diversamente, a equiparação de direitos entre os que se casam e os que apenas convivem os desigualaria, pois, reconheceria a estes um direito mais amplo que àqueles, ferindo o bom senso e a própria justiça.

Vai chegar o dia em que os que decidirem conviver sem satisfação dos preceitos civis que se aplicam ao casamento, concluirão pela necessidade de contratar expressamente sobre como deverá ser interpretada suas vontades(3). Estarão condicionados somente a se haverem nos limites do que seja lícito, sendo ambos capazes e sem ferir qualquer preceito de lei. Aliás, tal e qual já previa o Código de Hamurabi – dezoito séculos antes de Cristo: art 128 - Se alguém toma uma mulher, mas não conclui um contrato com ela, esta mulher não é esposa.

Conclusão


Trata-se de assunto novo no mundo jurídico, outras dúvidas virão, outras questões serão postas.

Quando os juízes e tribunais, mediante boa argumentação jurídica, que por sua vez deve brotar da pena das partes, forem provocados, se fará claridade nestas sombras e cada um confirmará o que já lhe dita o bom senso do qual o direito é apenas aquele que o manifesta, expressa ou traduz.

NOTAS


1. Introducción al Derecho, n 1º 27, pág. 233, Buenos Aires, 1975.

2. União Estável e Concubinato

3. Tenho comigo um contrato firmado entre um senhor de mais de 60 anos de idade com o pai de uma garota de apenas 14. Deparei-me com esta situação no Juizado da Infância e do Adolescente em Vitória – ES.

 

 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ESPERANÇA NOSSA


Ao recitar orando a Salve Ranha invocamos Maria como “esperança nossa”.  Essa invocação soa qual aquele grito: mamãe! que sai dos lábios do filho pequeno quando se encontra em necessidade ou perigo, ele sabe a quem deve apelar, sabe que a mãe, certamente, irá ao seu encontro e o resgatará.

Do mesmo modo, age a alma cristã desejosa de salvação, confia-se à intermediação da maternidade segura da Mãe de Deus, invoca-a como esperança de salvação. Como quem se confia a uma pessoa, porque tem um mínimo de convicção de que dela receberá ajuda, trata-se de alguém influente, detentora de poder não gratuito, mas conquistado, forjado ao transpor tempestades, ou que com a experiência da própria vida se credenciou.

Maria, seja pelos poderes que derivam do fato de ser mãe de Deus, seja pela experiência amadurecida na dor, máxime com a morte do seu Divino Filho, penetrou no mistério mais profundo do coração dilacerado de Deus, penetra também nos corações de todas as mulheres e homes que sofrem nesta terra.

Por isto, hoje está ao lado de todas aquelas mães e pais, familiares e amigos dos jovens que se divertindo como queriam, encontraram a morte.  Senhor, acolha todos entre seus braços.

Ela sabe ter compaixão, ter pena e ainda mais, sabe sofrer junto. Em cada momento de dor, em cada enfermidade, em cada angústia, Maria está sempre conosco, amparando e valendo.

Por desígnio de Deus, que a quis nossa Mãe, não foi poupada do sofrimento e até do martírio da alma para que a salvação operada na cruz beneficiasse todos nós.

Muitas são as invocações com títulos que cada um, se quiser, pode  acrescentar  e com ela denominar Maria. Esperança nossa é uma certeza consumada.

Nossa Senhora, intercede pelas vítimas da boite gaúcha, não são só os que morreram, mas também as famílias, amigos, o povo do Brasil, sustenta-nos na fraqueza, ajuda-nos a crescer na fé, Mãe Maria, esperança nossa, salve!

domingo, 27 de janeiro de 2013

DIA DE CHUVA

Ao acordar, percebi que não há luz no dia que vou viver, confirmando assim, a chuva anunciada que deve cair, seja pelo calor intenso que tivemos de suportar ontem, seja pelo serviço de meteorologia.

Tudo está cinzento. Um canto insistente de bem-te-vi chega-me aos ouvidos, logo percebo que não fica sem resposta, será sua cara metade que se identifica de outro lugar; ouço também o chilrear de alguns pardais. Cantam, porque precisam se comunicar, não, com certeza, por gosto, pois, o plúmbeo que domina o espaço não tem beleza.

O outro bem-te-vi acelera o canto,  como que a dizer: estou aqui, já disse que estou aqui.

Começa a chover, uma chuva que sem chegar a ser forte, como de praxe, de repente, banhou tudo que atingiu. Através da mesma janela, chega-me também aos ouvidos o rumor de um ou outro carro que passa, deslizando sobre o asfalto molhado. Nossos ouvidos bem conhecem o que significa aquele chiado: água que se levanta, não sabe ficar em pé, e se deita em seguida, recompondo-se no leito fino que se faz sobre a superfície asfáltica que não a absorve.  

Minha sensação é de recolher-me, no meu canto preferido, é claro, no ambiente que destinei aos meus livros, com uma mesa para os meus devaneios linguísticos ou literários, ao lado da máquina que se tornou amiga de milhões, nem que seja para o simples prazer de mandar mensagens e mais recentemente, para os contatos no “face book”.

Mas sei que não devo, nem posso, hoje, preciso visitar meu irmão, ver minha mãe, como faço todos os dias e como almoçar, se minha cozinha é enfeite?

A sensação me desperta para a inter-relação que existe entre nós e o ambiente e a confirma.  Os ecossistemas são formados, uns do mar, outros da floresta, de cada um dos conjuntos de seres que convivem, convivem, repito,  no mesmo espaço. Somos influenciados, mais que isto,  determinados por eles. Apraz-me ao infinito, saber que sou parte de todos os seres e que todos eles concorrem para meu existir enquanto repito para mim mesma, as regras esculpidas por toda parte, sobre o compromisso que temos em manter o meio ambiente saudável, apto para responder às necessidades não só da presente, mas também das futuras gerações. Tudo em reciprocidade.

Lembro-me de que é preciso captar a mensagem insistente advinda das secas, da infertilidade que se apoderou de terrenos outrora pródigos em safras de todo tipo de grão, das catástrofes, quando os morros deslizam e arrebocam pela enxurrada, tudo que estiver pela frente, não importa qual seja o animal racional ou irracional que prejudicam.

Minha impotência aflora ante o número dos que ficam desalojados, minha dor aflora e persiste em comunhão com a de tantos e tantos que perdem tudo, aquele tudo adquirido ao longo de tantos anos e a duras penas.

Encolher-me? Mas como se viver é um processo que só finda, quando a vida deixa de ser e o corpo perde as faculdades que o mantiveram. Não se pode parar, não podemos nos encolher ou dar vez ao desânimo, ao comodismo, quem sabe, mesmo que determinado por um dia cinzento em que vai chover.

sábado, 26 de janeiro de 2013

TINHA QUE DAR CERTO


Insatisfação geral dá às prestadoras de telefonia, a liderança de tão vergonhoso ranque. Não se constitui novidade para ninguém.

O TJES criou um Juizado Especial especialmente destinado às demandas respectivas. Em face do volume que se criou, já o tornou exclusivo para assuntos “de conta”, outras demandas se distribuem entre os demais juizados.

Pelo que se sabe, três empresas dominam o mercado brasileiro. Já houve proibição de venda de novos chips ou linhas, para umas; condenação em reparação por dano moral coletivo de outras; diferentes modalidades de punição já foram aplicadas, nada é capaz de conter a marcha indiferente, o pouco caso pelas tribulações impostas a uma inteira população de brasileiros, pois, as queixas são as mesmas, os paliativos os mesmos, as prestadoras as mesmas.

Estar-se-á repetindo, pelo que parece, o que se ouviu dizer do programa “Casseta e Planeta”, ou seja, em virtude das críticas que faz a determinadas pessoas, a cada semana tinha que pagar uma multa, mas prosseguia repetindo suas críticas, tendo em vista o retorno em audiência.

Tudo que se tem de tratar com telefônicas tem que ser via telefone. E é aquela coisa, verdadeiro Deus nos acuda. Perde-se tempo precioso sem contar que muitas vezes não se chega ao resultado pretendido ou a ligação cai, quando se liga de novo, tem-se que começar a ladainha e por ai vai. Trata-se de verdadeira demonstração da opulência ou do poder que decorre de quem “nada em dinheiro”.

Infelizmente, a população pensa que já não é mais possível viver, principalmente, sem o telefone celular. Duvido que tenha êxito, mas que tal uma campanha tipo: “por uma semana, não telefone sequer uma vez”.

Tinha que dar certo!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O APÓSTOLO DAS GENTES



São Paulo
Paulo
Comemoramos hoje, a festa de São Paulo, guerreiro inimigo dos cristãos, que afoito, ia pelas estradas de Damasco para mais uma empreitada: organizar uma perseguição aos que acolheram a boa nova proclamada por Jesus, os cristãos.

Judeu de Tarso, depois, cidadão romano por opção, naquela oportunidade, foi milagrosamente interceptado, nada menos que caiu do cavalo no caminho. O próprio Senhor o derrubou, reclamou da perseguição que levava a efeito a Ele mesmo, (por que me persegues?) se manifesta a ele e aponta o modo como deveria passar a viver.

É possuído pela graça, por deveras inteligente que era, o homem se converte, entende que mudar de vida era a melhor escolha e de perseguidor se transforma em colaborador, em apóstolo, o apóstolo das gentes, devido a amplitude que deu à sua tarefa, ao seu ministério, fazendo discípulos e seus colaboradores, outros homens, como é o caso de Timóteo, de Tito, destinatários de cartas que escreveu, verdadeira e suculenta doutrina e que compõem as Sagradas Escrituras.

Não chequei, como poderia? mas ouso afirmar, certamente, não há quem tenha escrito sobre a doutrina de Jesus que não tenha citado Paulo.


Papa Bento XVI observa o lugar do túmulo de São Paulo, embaixo 
do altar central da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, através da janela recentemente aberta na cripta
Bento XVI em visita ao lugar em que Paulo foi preso
Tornou-se símbolo de Apóstolo, exemplo para todos os apóstolos. Apaixonado por Jesus, crente em sua Palavra a ponto de dar toda sua vida e viver de tal forma que quando as forças o abandonaram pela prisão, pelos açoites, pela tortura, sentiu-se autorizado a dizer: “combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”.

Depois de longa prisão, foi decapitado, ao cair, sua cabeça quicou três vezes por terra, em cada ponto que tocou, jorrou uma fonte, água cristalina.

No lugar da prisão e do martírio, existe uma Igreja, as fontes ainda hoje, oferecem água aos visitantes. Fica em Roma na Itália.

É justo que festejemos São Paulo, fiel seguidor de Jesus Cristo, e aprendamos com ele, através da Leitura de suas cartas a levar uma vida comprometida com as coisas do reino do Pai.  



 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ROGAI POR NÓS

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Esta súplica é feita em seguida ao momento que rezamos, relembrando aqueles momentos mágicos nos quais se constituíram o diálogo travado entre o Arcanjo Gabriel, mensageiro de Deus, ao comunicar a Maria de Nazaré: “achaste graça diante do Senhor, conceberás e darás a luz um Filho, Ele será grande e será chamado Filho do Deus altíssimo”.

Tratava-se de uma revelação absolutamente inédita. É natural que na sua simplicidade, Maria não tenha sido capaz de entender o que ouvia e se explica: “não conheço homem”.  Gabriel entende a confusão que se fez no ânimo daquela quase menina e esclarece: “tudo o que vai acontecer, acontecerá por obra e graça do Espírito Santo”.

E a fé ilumina Maria que em atitude de reverência aquiesce e as palavras que profere revelam o sentimento que a possuía em confronto de Deus e da sua vontade: “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Sua palavra”, ou seja, segundo Seu desígnio e projeto de amor, eu cumprirei tudo que me disser, irei até onde esse compromisso me fizer chegar.

De imediato, o Verbo se fez carne, passou a ser gestado no ventre virginal de Maria, até a hora de Belém.

A filha de Ana e Joaquim foi elevada a mais alta condição que a uma criatura seja dado se elevar, a um patamar que nenhuma outra mulher alcançaria, a de Mãe do Filho de Deus.

É compreensível, portanto, que depois de se colocar em tamanha disponibilidade, Maria se tenha credenciado a poder interceder junto ao Filho por todos aqueles que Ele mesmo lhe dera como filhos também.

Note-se que ao proferir este pedido, “rogai por nós Santa Mãe de Deus”, justificamos em seguida, o objetivo que temos, a motivação que nos move, ou seja: “para que sejamos dignos das promessas de Cristo”.

Nem sempre rezamos assim. Com esta fórmula, não pedimos coisas, favores ou qualquer outro bem, pedimos que nossa vida se paute de tal forma que não desmereça os dons que recebemos, não se desvie do projeto de Deus a nosso respeito, possamos conquistar o que Jesus nos prometeu, logicamente, importa que nosso comportamento seja de fiel herdeiro de tais promessas e saibamos como “bons administradores da multiforme graça de Deus”, agir de acordo com o direito e a justiça fazendo da lei do Senhor que é lei do amor, nossa única lei.

domingo, 20 de janeiro de 2013

ORAÇÃO DA CURA INTERIOR


Oração de cura interior. 

Vem Espirito Santo,

Transforma a tensão dentro de mim, em um santo relaxamento.

Transforma a turbulência dentro de mim, e uma calma sagrada.

Transforma a ansiedade dentro de mim, em uma confiança silenciosa.

Transforma o medo dentro de mim em uma vigorosa fé

Transforma a amargura dentro de mim na doçura da graça.

Transforma a escuridão dentro de mim, em uma suave luz.

Transforma a frieza dentro de mim no calor do amor.

Transforma a noite dentro de mim na claridade do teu dia.

Transforma  o  inverno  dentro de mim, na tua primavera.

Endireita o que em mim está torto,  enche o meu vazio.

Arranca o meu orgulho  e faze crescer em mim a humildade.

Acende o fogo do meu amor, ajuda que eu me veja como Tu me vês,

Para confirmar os dons que recebi de Ti  e poder afastar os obstáculos  que impedem a Tua ação.

Vem, Espírito Santo, vem.

Pe. Luis Roberto Dilascio

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

18 DE JANEIRO


Querida Hilda,
 
Hoje é dia do seu aniversário. Não podemos abraçá-la como sempre fazíamos, enquanto você, flor perfumada do nosso jardim, enchia-nos de atenções e de tanto amor.

Posso afirmar-lhe: nosso amor, agora dolorido, continua o mesmo. Farei celebrar uma santa Missa por você. Sei que vai gostar que seja compartilhada com papai e Verinha.

Que Deus a tenha ao seu lado e sob a luz de Sua Face, Sua misericórdia a tenha sempre entre os braços,  único pensamento que, debilmente, nos consola.

Muitos beijos.

Marlusse

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SE EU MORRER AMANHÃ

Se eu morrer amanhã,              

quem sabe o que acontecerá?   
                                                                                                                                                                                                                                                                                                       Pelo que se pode prever,           
                                                                                                                                                     minha mãe  vai chorar.
Chorarão minhas irmãs
e meu irmão,
algum dos meus sobrinhos, talvez.
 
Por alguns dias,
tempos para minha mãe,
minha lembrança será muito forte,
decantadas serão minhas virtudes,
o bem que fiz,
nem tanto o que não fiz.
Das minhas faltas,
dos meus pecados
das minhas caretices
far-se-á questão de olvidar.
 
E meus ideais,
para onde irão
tudo que sei e que cultivo,                     
tudo que desejo pelo bem de todos
para quem passará?
 
Hum, que preocupação mais idiota!
Quem se importa com o que me importa?
Cada um tem seus ideais, seus anseios,
sabe onde quer chegar.
 
Sou muito pouco...
Preciso pensar menos, brincar mais,
 
viver mais descontraidamente...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

DESABAFO

Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na TV:

DE MÃE PARA MÃE:

- Vi seu enérgico protesto, diante das câmeras de televisão, contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM, em São Paulo, para outra dependência da FEBEM, no interior do Estado.

Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientesdecorrentes daquela transferência.

Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, e outros organismos.

Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender seu protesto. Quero com ele fazer coro.

Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos, porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha para mim importante papel de amigo e conselheiro.

Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde meu filho trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.

No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo.

Ah! Ia me esquecendo: mesmo ganhando pouco, e sustentando a casa, fique sabendo que com meus impostos eu estarei pagando, de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na Febem na última rebelião.
Lá no cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas "entidades", que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar onde estão "Os meus direitos"!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

PÁTRIA MADRASTA VIL


Tema: 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?
 
 
Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.
Favor, divulguem, aos poucos iremos acordar este "Brasil".
 
 
 


 
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