sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

VOLTEI!

Parabéns, Marilena Soneght,
pelo seu aniversário. Os céus façam chover além de tantas águas, como nesse tempo,
muitas energias divinas sobre você.

Deus a abençoe e dê muitas forças nas lutas que sei que empreende todos os dias.

Nossa Senhora cubra-a com seu manto de amor, guarde-a na paz do seu olhar.


Nota: Estive com alguns problemas técnicos e só consigo "voltar ao ar", hoje 31 de dezembro.
Até já.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Carta a Sonia Lora.

Querida Sonia,

As palavras são palavras e nem sempre traduzem o que desejamos dizer, ou melhor,  comunicar. Às vezes irritam, quantas vezes alguém nos está falando e preferiríamos que calasse, quantas vezes o que ouvimos não é exatamente o que precisamos ouvir, quantas e quantas vezes gostaríamos de ouvir o que ninguém nos diz.
Assim é que ao tomar essa iniciativa, não me falta a certeza de que posso dizer, mas devo estar ciente, absoltamente consciente de que entre a teoria e a prática a distância que existe pode ser abissal.
Ontem, você provou aquela sensação que muitos milhões de outros nossos semelhantes já provaram com bem maiores (e bota maior nisso) consequências. Em plena luz do dia, sol a pino,  um marginalizado (não disse marginal), nada menos,  ordena-lhe que saia do seu carro, entra e o leva com muitos pertences que lhe farão falta e outros que obter segundas vias lhe consumirão energias, gastos...
Certamente, a sensação é de perplexidade: aconteceu comigo!
Dir-lhe-á alguém: "vão-se os anéis, ficam os dedos". É verdade. Mas hoje o que você está a provar, turba o entendimento perfeito, rouba o brilho das ações e dos olhos, confunde a mente.
"Há coisas piores"...  gostaria que soubesse que compartilho sua decepção, ou não entender e faço minhas as suas orações ao rezar pelo que a feriu na alma. É o melhor a ser feito.
Lembre que já passou por momentos diversos cujo quilate era bem mais alto e que a consumiram um pouco, porém, decorrido certo tempo, não passam de lembranças que esmaecem sempre mais.
É assim, tal qual afirmou Teresa, a grande: ... tudo passa só o amor fica.
Se não puder ser diferente, acolha todos os sentimentos que os puder provar, transforma-os em rosas, margaridas, violetas, orquídeas. Na próxima quarta-feira, dia do seu encontro semanal com Nossa Senhora lá no Convento da Penha, leva o imenso masso perfumado, deponha no altar da Mãe. Ela que já está ao seu lado, prevenindo suas necessidades, com os mesmos sentimentos que a moveram em Caná, dissipará as nuvens e fará brilhar o sol do perdão, do acolhimeto e da graça conduzindo-a ao amor do Filho.
Na porta da casa, inverta os papéis e batendo, diga a Ele: eis que estou à sua porta e bato.  (Ap. 3,19)     

Aquele abraço

Marlusse                      

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PONTES, PARA QUE SERVEM?



Fiz companhia a Sonia na divagação de suas lembranças daquele moinho. Daquele sim, porque embora na região em que viveu sua infância, pudessem ter existido outros moinhos, aquele era o da sua casa, seu moinho. Único entre tantos.
Nossa cronista, num passe literário, encadeou os atos e utilidades propiciadas pelo moinho que: “fazia o milho virar fubá, que era colocado em uma panela de barro, que se fazia uma polenta, que a polenta era o nosso jantar e que o moinho “amanhã” ia rodar novamente”. Quanta sabedoria havia nos antigos, em quem descobriu modos de não passar falta, ter os meios com que fazer, embora a luz elétrica não existisse em todo lugar.
Mas eis que de repente a amiga falou de solidão ao mesmo tempo que rechaçou a possibilidade de sentir-se só, até porque diz ela: “não suporto a idéia de que perdemos oportunidades de vivenciar momentos mágicos”.
Entretanto, confesso que precisei chegar à última frase, pois, de tudo o que  realmente me prendeu no seu escrito foi quando disse, encerrando o texto: “o meu amado moinho deu lugar a uma ponte pequena, por onde ninguém mais passa”. E o que parecia um encerramento na verdade se fez começo dessa feita, da minha divagação.
Para que servem pontes? É fácil responder, basta olhar uma. Elas são construídas desde as mais simples, apenas para o que servem. São utilidades que permitem às pessoas atravessarem por cima de canais fluviais de maneira mais segura, mais rápida, mais eficaz. São passagem de quem deixa o lado de cá, rumo ao lado de lá. Pontes servem para unir, quem vai ao encontro, separar quem não quer mais ficar.  Desse modo, se tornam relevantes, deveras importantes para a vida moderna, sua falta se constitui em dificuldades e  verdadeiro entrave ao desenvolvimento e ao progresso.
Imagino que no lugar do moinho havia um curso dágua em nada insignificante, até porque não foi simplesmente colocada uma “pinguela” (aquele tronco às vezes grosso, outras, nem tanto, que exigem equilíbrio),  mas se construiu uma ponte.
Como é que agora ninguém mais passa por lá? Não é só pela ponte das lembranças de Sonia que ninguém mais passa. Há inúmeras pontes que foram abandonadas, que caíram com o tempo e não foram refeitas, perderam importância.
É que essas pontes se constroem com cimento e ferro, ou com boa madeira como as que tio Gigi fazia. Há pontes que não precisam desses materiais, são representadas pelos sentimentos, por onde se passa livremente, não se paga pedágio. São seguras, afagam, enternecem, enxugam lágrimas, enriquecem, chamam-se amizade, acolhimento, misericórdia, ternura, amor, há quem prefira a travessia a nado, se cansa e demora mais, mas a grande maioria transita por elas num ir e vir constante, os transeuntes caminham com firmeza, ninguém entrava a passagem do outro.
As luzes-sorrisos representadas pelo brilho do olhar, pela placidez de cada face dão testemunho, é só contemplar.    
8/12/2010 00:08:54                   

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imaculada Conceição

Caro(a) Leitor(a)

A festa da Imaculada nos coloca diante de um dos momentos mais intensos da história, um momento mágico ou cheio de graça, como sua principal protagonista foi reconhecida, daí porque o repetimos, quando a saudamos: Ave ó Maria, cheia de graça.
Gosto de construir como apoteose no meu pensamento, um provável momento em que materializado o tempo, a Santíssima Trindade decidiu que para resgatar a humanidade do pecado e consequentemente da morte, a segunda pessoa, Jesus, viesse à terra e que tal aparecimento não fosse resultado de um ato singular decorrente do próprio poder, mas em tudo semelhante ao como nascem todos os homens, isto é, concebido no seio de uma mulher que após o período gestatório O fizesse vir à luz. O ventre que servisse à realização de tal propósito, fosse íntegro, limpo, puro, liberto de toda mácula e tudo aconteceu num 08 de dezembro.
É festa da Imaculada Conceição, festa da Vida e da predestinação de Miriam para ser Mãe do Filho de Deus. É a festa das festas entre as que se dedicam à Nossa Senhora.
Nosso coração se engalana. Nosso peito se estufa e sentimos que se trata daquela que assumiu em todos os termos a maternidade confiada pelo seu filho, ao mesmo tempo em que muda de papéis e se faz irmã para quem precisa de uma irmã, amiga para quem precisa de uma amiga, companheira para quem não quer andar só, mas é, sobretudo mãe. Mãe dotada de um coração imenso capaz de abrigar todos os filhos, de pensar e prevenir individualmente suas necessidades, proteger e abençoar.
Passam as gerações, mudam-se hábitos, tudo acontece e a devoção a Nossa Senhor permanece numa demonstração segura de que homens e mulheres reconhecem seus atributos e sua grandeza singular, reconhecem sua intercessão e agradecem seus favores.
Desejo-lhe provar a mais santa alegria nesse dia da Imaculada Conceição. Ela que como ninguém soube amar Jesus nos inspire o que devemos fazer, como fazer; o que devemos pedir, como pedir; enfim, sirva-nos de despertador quando adormecemos e pela indiferença nos tornamos incapazes de amar ao próximo forma que traduz e atesta se amamos deveras a Deus.

Com afeto,

Marlusse

8/12/2010 00:43

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VAMOS MALHAR

Não é de fácil imaginação a paz que seria experimentada, a beleza em que o mundo se tornaria, como a vida seria muito melhor, se todos fossem para o outro o que gostariam que o outro fosse para si.

Melhor ainda ou ainda mais tendo a iniciativa de ser o primeiro, não esperar ser amado para amar, não esperar ser compreendido para compreender, não esperar receber para dar. Você acha que não é fácil, eu também. Você acha que é impossível, ah isso eu não acho não.

Ficou difícil sim perdemos ou nunca adquirimos o hábito “de fazer” celebrando a paz.

Falei em hábito. Hábito é um gesto, um costume que vivemos ou que repetimos com freqüência. Quando o hábito é bom praticamos o bem, o contrário? O contrário é o contrário, um desastre, uma pena.

Alguém disse que o hábito determina as ações humanas, como no caso da educação, a gente tem que fazer enorme esforço, alguns exercícios para se acostumar, depois que se acostuma, fica fácil.
Estamos no advento, preparando-nos para mais uma vez comemorar o Natal de Jesus. Vamos malhar?
Tem gente que malha para manter o corpo em forma. Vamos malhar os nossos gestos para serem agradáveis, vamos malhar nosso vocabulário, vamos malhar as palavras que dizemos para que os outros gostem de nos ouvir. Vamos malhar nossos sentimentos, se forem ruins, fora com eles e como resultado teremos paz na terra entre os homens pro Ele amados.

domingo, 5 de dezembro de 2010

ERRADICAR A POBREZA

Tornou-se argumento de discussões diversas e de dúvidas as maiores, o fato de a Presidente eleita Dilma Roussef ter afirmado em sua campanha o propósito de erradicar a pobreza.

Casualmente, estava assistindo o programa partidário numa oportunidade em que ela afirmou: "vou erradicar a pobreza".

Não é ofensa dizer a uma pessoa, você não leu a Constituição Federal. É verdade, a grande maioria desconhece os grandes objetivos fundamentais do Brasil no seu texto esculpidos. Vejam:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
 III - ERRADICAR A POBREZA e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

A cerimônia de posse na sua suntuosidade esconde momentos amargos que vão ser vividos pelo Presidente e que não devem ser simplesmente relegados ou fazendo de conta que não existem. Quando a Senhora Dilma Roussef assume esse dever, ela apenas o faz imbuída da consciência do dever que lhe assiste, ou seja, cumprir a Constituição Federal. Ao proferir o seu juramento (de posse) ela dirá exatamente: "Juro, cumprir a Constituição e as Leis". Não pode fazer com os dedos cruzados, como quem anula com o gesto o que proferem os lábios, daí o braço estendido.

Cai porque bem pensando, nenhum Presidente precisa elaborar um programa de Governo com outros propósitos, da Constituição já consta tudo o que deve ser feito.

Pobreza é viver em situação de miséria, é não ter salário digno, é a falta de educação e saúde que muitas vezes é também a principal causa da criminalidade. Trata-se sem dúvida de uma tarefa gigantesca a qual  se torna maior pelo fato de a maior pobreza não ser  a que deriva da situação de miséria a que estão relegados os despossuídos.

O problema é outro e decorre de um outro tipo de pobreza, certamente deplorável, a pobreza de espírito e Dilma terá muito que lutar contra esses outros pobres, os que preferem que essa massa de pessoas humanas cheias de dignidade (inc. III, art 1º CF), permaneça onde está para que continue servindo aos seus propósitos mesquinhos e exploratórios.

Ela vai-se deparar com verdadeiras tropas de choque, opositores ferrenhos que ameaçarão sua estrutura governamental. Esperamos que seja mais forte.  Vai ter que passar por cima de muitos interesses. A futura Presidenta poderá fazer isto. Não lhe faltarão autoridade e vontade e ao Brasil não faltam recursos capazes para o necessário suporte.

Erradicar a pobreza não é falácia, cumpre que aconteça. Nossa Pátria é muito grande, rica e próspera e precisa que seja realmente de todos em todos os termos.

Marlusse Pestana Daher
5/12/2010 10:34:34

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LITURGIA MUSICAL

Ouvem-se muitas pessoas dizerem que gostam de ouvir música! Inegavelmente,  a música tem um imensurável poder de enlevar, de transportar o espírito de torná-lo leve e assim quase a alcançar o êxtase. Poucas vezes a oitiva primeira de uma música me absorve. Do mesmo modo, letra de música em língua que não domino dificilmente me coloca no estado que descrevi. Uma das minhas canções preferidas é o tema do filme “Suplício de uma saudade”: É tão sublime o amor, (Love is many splendored thing).Por ter assistido o filme e conhecer a letra, quando ouço a música, simplesmente mergulho no âmago da beleza e vou fundo. Acresce-se que são encontradas orquestrações de diversos ritmos, ainda que haja um muito melhor, ou seja, aquele que soa no filme.Definitivamente, em significativa proporção, as composições hodiernas são verdadeiras bobagens, sem início, sem meio, nem fim, frases desconexas, ritmos alucinantes e pouco ou nenhum valor emocional de verdade. Ao contrário, ouça-se a orquestra de Ray Conniff. Cada acorde é estupendo. Percebo cada um individualmente. E para não se dizer que falo de clássicos, revelo que o mesmo acontece com as baterias de Escolas de Samba, o conjunto é espetacular, há nuances que precisa saber perceber, o som do tamborim, da cuíca... Só assim, saboreia-se a plenitude. Quem sabe de mim, sabe também que gosto muito, muito mesmo, da música popular brasileira. Como se pode não gostar de ouvir e cantar: “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Ou “das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que gosto de ter” (Isolda); “Viver e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha).  Ou nada menos que todas as composições de Adoniran Barbosa, incrível leitor do cotidiano que conseguiu levar para a música e para o verso o sabor do que mais belo há nessa vida: as circunstâncias, sentimentos e tudo que envolve caminhantes dos dias, todas as pessoas e principalmente os que se incluem entre os economicamente fracos. A música tem também uma missão, falar da cultura, contar a vida, transmitir mensagem, para que quem vier depois tenha como saber o que pensavam, como agiam, como faziam o que faziam seus ancestrais.Há definições: “a música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que constitui-se basicamente em combinar sons e silêncio seguindo ou não uma pré-organização ao longo do tempo”; é também: “arte que consiste em combinar sons de forma harmoniosa”.Aceito os dois conceitos como forma inicial de penetrar o significado, tanto quanto ouso dizer que são incompletos, nunca soube que sentimentos imensos, abissais, possam ser definidos. Quem mergulha na música não pára para definir, não tem como e quando volta ao seu natural não encontra palavras.Bem pensando ao se ouvir uma música, que nos penetra e nos enleva, celebramos sentimentos e para isso há toda uma liturgia a comandar esse ritual.
Marlusse Pestana Daher 1/12/2010 02:00