domingo, 28 de agosto de 2016

NOSSO PECULIAR ABRAÇO

Com 1 ano. 
Chamei-te para o abraço, 
como tantas vezes faço
E como outras iguais tantas, 
deixando o brinquedo de lado,          
vieste.

Aliás, é sempre assim,
tu nunca te negas vir,
nem nunca recusas receber. 

E aconchegando-te
ainda mais
de encontro ao meu peito,
envolvi-te por inteiro
ou até quanto os meus abraços puderam.

O mesmo fizeste tu,
aconchegas-te sempre um pouco mais
"Tô ingaçado"?
e também no teu abraço
me enlaçaste
ou até quanto os teus braços puderam.  

Cobrindo-te de beijos
senti que como sempre
te deliciavas 
e tanto verdade é
que ouvi teus lábios dizerem:
"'eu nunca mais vou sair deste abraço".

Sorri enlevada,
ante tal declaração de amor,
brotada do quanto sei que 
por ti sou amada
e a recíproca,
ah! quanto é muito verdadeira!

Até porque tantas vezes
quantas te repito,
eu te amo mais que o céu,
que a terra, que o mar.
Ouço em resposta:
eu também te amo, mais que océu, 
que a terra, que o mar. 

E se replico, mas eu te amo
mais, mais e mais,
Maio de 2015.
que a terra, 
que o céu, 
que o mar!
Tu vens a tréplica
e me fazes ouvir:
sou eu que te amo,
mais, mais e mais
que a terra,
que o céu,
que o mar.

Tu vais crescer, tens que crescer.
Será difícil  envolver-te
nos meus abraços,
nem sera fácil 
te dar tantos beijos.
Mas de uma coisa tenhas certeza:
não se apagará de tua cabecinha, 
o amor que tantas vezes,
um ao outro confessamos. 

Ninguém destrói nossa amizade,
O amor que nos une vem de Deus
e é deveras muito grande, 
meu querido Daniel!


27 de junho de 2016
16:54  Voo Rio X P

FAMÍLIA, NOSSO PORTO SEGURO

Soraya Tyndall 
Elza e os filhos Pedro e José
evoca lembrança de sua avó,
Elza Cunha 


Falar dos meus avós é ter recordações felizes.

Lembro-me de minha  infância em Bocaiuva, onde passávamos férias.  A casa da vovó e do Dedén, meu avô, era indescritível... Resumindo, uma delicia!!! Acordávamos todos os dias, com um mingauzinho na beirada do fogão, em pratinhos desenhados. Cada um tinha o seu. Com  cuidado, comíamos pelas beiradas, para não queimar a boca. O sabor... ahhh.. com gostinho de quero mais, me recordo até hoje.

A casa de tantas lembranças.
O quintal era gigantesco. Pés de manga, parreiras carregadas e muitas, muitas plantas, com vasos feitos de cacos de louça pelo Dendén, (mosaico).

A praça em frente da casa dos meus avós era o ponto de encontro da criançada. Recordo-me das palmeiras que com a brisa da noite bailavam à luz do luar. Na mesma praça, havia uma árvore gigantesca, de cuja copa desprendiam “pequenos piões” que  Dendén nos ensinava a girar... era pura alegria e vejam só, brincadeira de criança que levei pela vida.

Nos passeios de Kombi, eu grudava no vidro da gente, só para  ver os paralelepípedos passarem. Nosso destino era o mercado para comprar rapadura, requeijão escuro e geleia de mocotó. Também estava na nossa programação, visita à “Fundação Graciema” para curtirmos a Banda de Música.

Mas nada era comparado à nossa ida à chácara onde chupávamos manga até empaturrar... um sabor delicioso que hoje não encontramos mais. 

Ah! Ir ao encontro do Sr. Gentil, amigo do Dendén, tamém era destino certo.
Depois que o Dendén e a vovó mudaram para Belo  Horizonte, passaram a morar na casa onde resido até hoje. Recordo-me que no alpendre os netos ficavam  em volta da vovó, tirando cabelos brancos enfatizando sua vaidade.
No almoço, o feijão era para mim o prato principal,  ao comer sempre pensava: “como consegue fazer um feijão tão gostoso assim? (KKK... crianças!).

Aos domingos, era sagrado o encontro da família. A casa dos nossos avós chegava a ser um cerimonial, onde pai, mãe, tios, tias, irmãos, primos, prestavam um agradecimento pela oportunidade de estarmos todos juntos. A casa ficava cheia e era um local de muita alegria. Com isto, carrego o legado pra a vida: Família é o nosso porto seguro.

Dendén foi embora... e D. Elza (vovó) tornou-se a matriarca da família. Mulher forte, sensata, generosa, humana, de um coração enorme. Foi boa filha, irmã, esposa, mãe, avó, bisavó e sogra.

Num mundo em que sempre ouvimos piadas de sogra, nossa Dona Elza não se enquadrou. Sempre ouvi, vi e senti da minha avó muita sabedoria. Elogios à minha avó era uma consequência natural. Tive muita sorte por tê-la por perto, graças a Deus.

Os anos foram passando e a vida nos esvaziou com a partida de Vovó, mas ela sempre estará entre nós. Tudo nos remete a sua história de vida, ao seu legado que sempre foi sua memória, onde passado e presente se misturam.


                                                              AINDA FOTOS DO DIA                                                                "que se transformou em festa".