Há
uns dias tive um “embate“ com uma pessoa da qual gosto bastante, acho-a do
tipo daquelas que dizemos “é um doce”. Tudo em decorrência de fato que o
“desprefeito” da minha São Mateus, foi salvo apenas por um voto de diferença, livrou-se
da cassação que lhe impôs a justiça local no episódio de distribuição de água à
população, em virtude do sofrimento do Cricaré
que perdeu forças, pela falta de chuva. O mar o invadiu e a população
(salvaram-se muito, muitos poucos), só tinham em suas casas água salgada.
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Urubus fazem parte da paisagem de São Mateus |
De olho na “cadeira,” possuidor que é de uma nascente, começou a distribuir água principalmente em favor da população mais carente que com esse gesto, encabrestou. Uso esta expressão porque foi objeto de reação da minha interlocutora, afirmando que não era/é animal. E quem disse isto? Cabresto se usa só em cavalo para indicar a direção que deve seguir. E como quem consegue dominar uma população e ela ainda lhe agradece, só por analogia, se usa, para dizer que “o tal a todos indica por onde ir”, segundo suas vontades, seu despreparo para a função, sua ganância, etc.
Foi livrado da perda do
mandato, porque uma das maiores certezas que temos é de que a justiça não vem sendo justa. E é
evidente que a esse caso se aplica o que já afirmara Ruy Barbosa no seu
discurso “Oração aos Moços”: “Justiça que tarda, não é justiça, mas injustiça
institucionalizada”.
Só daquela pessoa,
nas instâncias superiores, processos têm tramitado com velocidade de deixar
qualquer um “de queixo caído”, o que significa ou comprova que é utopia dizer
que na prática, todos são iguais perante
a lei. Logo ele, Facchin, além de atrasar
por uns dias o julgamento, se constituiu na grande decepção dos que pensavam
diferente a respeito do seu voto, autorizados como eu mesma, pela forma com que
se tem havido em seus julgamentos.
O que se ouve dizer é que
o povo da periferia o idolatra porque continua distribuindo esmolas. É preciso
perguntar a essa gente, depois de ganhar água, sua casa é melhor? Seus filhos
estão na escola? Você os pode sustentar com dignidade, passear com eles quando
é domingo, por exemplo. Você é mais feliz, ou continua precisando de tanta
coisa ainda porque o salário que ganha não dá para comprar?
Não é bom o prefeito que
faz festas de arromba e solta foguetes. É bom quando o povo se desenvolve, a
economia prospera, todos vivem por sua própria conta.