sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O DESPREFEITO



Há uns dias tive um “embate“ com uma pessoa da qual gosto bastante, acho-a do tipo daquelas que dizemos “é um doce”. Tudo em decorrência de fato que o “desprefeito” da minha São Mateus, foi salvo apenas por um voto de diferença, livrou-se da cassação que lhe impôs a justiça local no episódio de distribuição de água à população, em virtude do sofrimento do Cricaré  que perdeu forças, pela falta de chuva. O mar o invadiu e a população (salvaram-se muito, muitos poucos), só tinham em suas casas água salgada. 
Urubus fazem parte da paisagem de São Mateus

De olho na “cadeira,” possuidor que é de uma nascente, começou a distribuir água principalmente em favor da população mais carente que com esse gesto, encabrestou. Uso esta expressão porque foi objeto de reação da minha interlocutora, afirmando que não era/é animal. E quem disse isto? Cabresto se usa só em cavalo para indicar a direção que deve seguir. E como quem consegue dominar uma população e ela ainda lhe agradece, só por analogia, se usa, para dizer que “o tal a todos indica por onde ir”, segundo suas vontades, seu despreparo para a função, sua ganância, etc.

Foi livrado da perda do mandato, porque uma das maiores certezas que temos é de que a justiça não vem sendo justa. E é evidente que a esse caso se aplica o que já afirmara Ruy Barbosa no seu discurso “Oração aos Moços”: “Justiça que tarda, não é justiça, mas injustiça institucionalizada”. 

daquela pessoa, nas instâncias superiores, processos têm tramitado com velocidade de deixar qualquer um “de queixo caído”, o que significa ou comprova que é utopia dizer que na prática, todos são iguais perante a lei.  Logo ele, Facchin, além de atrasar por uns dias o julgamento, se constituiu na grande decepção dos que pensavam diferente a respeito do seu voto, autorizados como eu mesma, pela forma com que se tem havido em seus julgamentos.

O que se ouve dizer é que o povo da periferia o idolatra porque continua distribuindo esmolas. É preciso perguntar a essa gente, depois de ganhar água, sua casa é melhor? Seus filhos estão na escola? Você os pode sustentar com dignidade, passear com eles quando é domingo, por exemplo. Você é mais feliz, ou continua precisando de tanta coisa ainda porque o salário que ganha não dá para comprar?

Não é bom o prefeito que faz festas de arromba e solta foguetes. É bom quando o povo se desenvolve, a economia prospera, todos vivem por sua própria conta.