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Última ceia |
Esta quinta-feira santa
faz voltar no tempo a minha lembrança para resgatar umas coisas boas que
ficaram lá atrás. Minha mãe me transmitiu muitos e bons ensinamentos, tal qual
por sua vez aprendeu.
O que me disse sobre a quinta-feira
santa? Tratava-se como ela e seus contemporâneos denominavam da QUINTA-FEIRA
MAIOR, dia de RESPEITO. Não me lembro de que tenha dado outras explicações. Era
maior, de respeito e disse tudo. Mas como
é a véspera da paixão e sucede a quarta-feira, quando eu sempre ia à “procissão
do encontro” deixando-me penetrar de toda aquela representação, também não
perguntava. Bem, tinha o “lava-pés”. E ai se inseria esse dia tão pleno de amor
divino, quanto o é o de amanhã.
Associada à ideia de ser um
dia de grande respeito, mais de uma vez era
com um misto de decepção e emoção que contava daquele homicídio acontecido
exatamente nesse dia. Se matar já é um desatino, acontecer numa quinta-feira
feira maior, nem pensar, era o cúmulo.
Hoje, estamos mais bem
instruídos sabemos melhor, na quinta-feira da semana santa comemoramos a
instituição de dois grandes sacramentos, na última ceia de Jesus com os
apóstolos: o Sacramento da Eucaristia, sacramento do amor, e o da ordem que faz
quem o recebe, sacerdote para sempre.
Eucaristia é o sacramento
em que Jesus se dá como alimento e que agora, por vontade da Igreja, passou a
ser sempre nas duas espécies, isto é: comungamos corpo e sangue de Jesus. Trata-se
do modo como Jesus quis continuar dando a prova maior de amor da qual temos notícia.
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D. Luis M. Villela Arcebispo de Vitória |
Por sua vez, o sacerdócio ministerial
se encarrega de cumprir o que Jesus mandou. Depois de transformar o pão no seu
corpo e o vinho no seu sangue, Jesus disse aos apóstolos: fazei isto em memória de mim.
Todos somos sacerdotes,
afirmou o Concílio Vaticano II, formamos
um reino de sacerdotes, mas há aquela parcela de convidados em particular,
aqueles que são constituídos pelo sacramento da ordem a conduzirem a Igreja sob
o efeito da graça de Deus: padres, Bispos, Cardeais, o Papa.
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É, portanto, um dia para demonstrarmos
a Jesus nosso agradecimento pelo sacramento da Eucaristia e pelos sacerdotes
que ouvindo seu chamado respondem com generosidade a um serviço tão necessário.
Não esqueçamos que eles precisam de nossa oração para que sejam generosos e
saibam conduzir o rebanho de Deus como bons auxiliares dos Bispos dando glórias
a Deus com suas vidas.