sexta-feira, 27 de abril de 2012

UM MESTRE INDIGNADO

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

Luiz Antônio Simas 

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais “O cravo brigou com a rosa”. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada". Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que “O cravo brigou com a rosa” faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro? É Villa Lobos, cacete! Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/Tá com a cabeça quebrada/Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar”. Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, melodia de Heitor Villa Lobos e letra da Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz. Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichanos. A Sociedade Protetora dos Animais cairia em cima com processos.Quem entra na roda dança, nos dias atuais. Não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil, estimula o sexo sem amor, a vulgaridade.Ninguém mais canta: “Pai Francisco entrou na roda, tocando seu violão, vem de lá Seu Delegado, e pai Francisco foi pra prisão”. O pobre do Pai Francisco foi preso apenas por vadiagem, mas atualmente ficaria sob a suspeita de ser traficante.Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não lembrar à garotada a desigualdade de renda entre os homens. Dia desses alguém (não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda) foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse que algum filho estava militando na causa da preservação do mico-leão-dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho. Vivemos tempos do 'não me toques que eu magoo'. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do humor, da criatividade, da divertida sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma. Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão-de-chácara de baile infantil - de deficiente vertical. O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afro descendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, “Orca, a baleia assassina” e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto-de-fome, pau-de-virar-tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha. Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil. O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra puta-que-o-pariu e o centroavante pereba tomar no olho-do-c... , cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de “Jesus, Alegria dos Homens”, do velho Bach. Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé-na-cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro-funeral, o popular tá-mais-pra-lá-do-que-pra-cá,  já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade". Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do Pé-Junto.
Luiz Antônio Simas (Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio)



quarta-feira, 25 de abril de 2012

DESPERTAR


Quantos já terão alguma vez percebido a grandeza do despertar. Todos que já estiveram à beira de uma praia, vendo a aurora despontar ou o dia nascer, terão ficado encantados com a maravilha das cores que variam de acordo com a incidência da luz, é sempre um es-pe-tá-cu-lo! Tal qual se canta naquela canção: quando amanhece o dia no meu rincão, parece que a natureza tem coração!
Pois o amanhecer de um homem ou de uma mulher é ainda mais bonito! Todos os órgãos, o organismo inteiro que se achava adormecido, entregue ao sono reparador, desperta aos poucos, se encaixa o coração, comandando o pulsar das veias e finalmente acontece o abrir dos olhos  e  Deus que nos diz com infinito amor paterno: Olá! Acordou filho(a)? tenha um bom dia e para tanto não lhe faltará a minha graça!
Tenhamos consciência e avaliemos o dom de Deus que cada dia se constitui. Um dia são horas que se multiplicam em oportunidades que nos são dadas de praticarmos um mundo de ações, oportunidade de ser bons, de ajudar o próximo nas suas dificuldades, ser companheiro de caminhada, ser Cirineu (sabe o que significa ser Cirineu não é? Cirineu foi aquele que ajudou Jesus a carregar a pesada cruz).
Em cada momento, sejamos misericordiosos, semeemos amor. Evitemos que a inveja domine nossos sentimentos. Façamos elogios aos outros (ao menos três vezes no dia).
Será muito gratificante e nunca mais provaremos aquela sensação de um sentir estranho, sem saber porquê.

sábado, 21 de abril de 2012

ENSAIO SOBRE O AMOR

Na obra “A Arte de Amar” do poeta Italiano Ovídio, que nasceu em 43 A.C. diz que  “É com arte que se manejam a vela e os remos que faz com que os barcos naveguem céleres; é a arte que permite aos carros correrem velozes; e a arte deve governar o Amor;”.   Se o amor é governado pela arte, tudo o que amamos, fazemos com arte, e a apreciação e o exercício da arte nos deixa mais aptos a realizar qualquer coisa que amamos com mais destreza. 

Sem arte, não há vontade, e sem vontade, não há vida. Refiro-me aqui à vontade de fazer qualquer coisa. No meu caso, uma boa aula, uma boa tradução, a arte de atender bem as pessoas ...  Nesse sentido, somos todos artistas, porque tenho certeza que se todos os indivíduos, artistas profissionais ou não, exercessem a arte em suas vidas e carreiras, viveríamos em um mundo bem melhor.

 Nos tempos de hoje, tenho visto pessoas com a fronte espremida, o olhar vago e fundo, com uma interminável pressa de que o dia termine, de que o ano termine, e inconscientemente, de que a vida termine. Para esses
homens “sérios”, que acham que a arte é distração, refresco, bobagem,
Nietzsche diz no prefácio de “O nascimento da tragédia”: A esses homens sérios, sirva-lhes de lição o fato de eu estar convencido de que a arte é a tarefa suprema e a atividade propriamente metafísica desta vida”

Vez por outra, tenho também encontrado homens e mulheres sérios e responsáveis, que na maioria das vezes cumprem com suas tarefas e obrigações, mas não se esqueceram da graça da vida, da alegria, do riso, dos devaneios, da gentileza, do amor ao próximo.  Isso é algo extremamente precioso que torna a vida desses indivíduos muito mais rica e valorosa. Valor que acaba transcendendo suas existências e alcançando o mundo de tantas outras pessoas que acabam absorvendo e reproduzindo esse amor.

Para falar desse sentimento, vou contar com a ajuda do poeta americano Walt Whitman. Nada melhor que o maior dos transcendentalistas, para falar disso. E ele disse assim nas primeiras três linhas do poema “Song of Myself” (Canção de Mim Mesmo):
 “Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo,
E aquilo que eu presumir também presumirás,
Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.”
 O trecho fala que somos feitos dos mesmos átomos, ou seja, da mesma matéria humana, independentemente da existência individual . O que fazemos conosco, não afeta só a nossa vida, mas a vida de todos os que nos cercam, e mesmo indivíduos que nem sonhamos que vamos afetar. Alguns cineastas têm retratado essa cadeia de ações e reações, como nos filmes “Crash” de Paul Haggis, e “Amores Perros” e “Babel” de Guillermo Arriaga.

A expressão artística oferece não só bonitas palavras e sons que agradam aos ouvidos, ou imagens que agradam os olhos.  Por exemplo, quantas vidas transformará um professor que exerce a arte de educar , ou os pais que fazem de seu lar um refúgio seguro para seus filhos, ou médicos que olham nos olhos de seus pacientes enquanto conversam com eles.

Hoje, a maioria de nós tem se esquecido de viver com base no amor, as pequenas delicadezas que cativam as almas, o “bom dia” e o “obrigado” que valorizam os trabalhos mais simples ou os mais complexos. Tudo que trata do amor é piegas, fora de moda, perda de tempo, bobagem. Sem a arte e o amor, nossos barcos seguem navegando sem rumo, espatifando-se uns nos outros e afundando num mar de rancor e tristeza. Somos robôs sem alma ou destino, perdidos em uma república platônica.

Fernanda Hott, membro da AFESL

segunda-feira, 16 de abril de 2012

NOSSA SENHORA DA PENHA

SENHORA DA ROCHA E DO AMBIENTE

A cada ano se renova o espetáculo de fé que a festa de Nossa Senhora da Penha sempre proporciona na segunda-feira seguinte ao 1º domingo de Páscoa. Neste ano, em 8 de abril.
Às celebrações que acontecem durante o oitavário, acorrem milhares de pessoas sequiosas de amor, do amor que têm para dar e que também esperam receber em forma de graças pelas mãos benditas daquela que todas as gerações chamarão bem aventurada. 
É curioso notar que quem o afirmou foi a própria Senhora nossa, após ter contaminado Isabel com a força do Espírito Santo da qual se plenificara, quando em adesão perfeita ao projeto do Pai, disponibilizou-se sem reserva para que consigo acontecesse tudo o que fosse segundo a Sua vontade, já que vivia plenamente a certeza de não ser mais que Serva do Senhor. Ao mesmo tempo, tinha toda consciência de que tal submissão significa a plenitude da paz.
Não foi uma afirmação improvisada. Maria conhecia as escrituras. O que acabava de afirmar consta do Antigo Testamento mais precisamente em (I Sm 2,1-10), o que demonstra que Maria conhecia a Sagrada Escritura e a meditava e desde então já guardava a Palavra no seu coração.
A vida de Maria nos permite um rosário infindável de descobertas, novas e adaptadas ao nosso tempo. Porque Maria quis que seu santuário fosse construído lá no topo da rocha, temos as versões do quadro que sumido era encontrado lá em cima. Maria quis estar no alto para divisar todo o entorno onde estivessem seus filhos.. E por que entre o verde da mata?
Ah Maria é verdadeira poetisa! No alto, está mais perto do céu e tem um mundo de mar com o qual se extasiar. Maria está no meio da floresta, de uma fração que se mantém conservada da “Mata Atlântica” abundante no Brasil de ontem, hoje reduzida a uns cinco por cento. Ali, tudo é feito para que seja conservada. Ali, há pássaros que com seus cantos, entoam em sinfonia, louvores ao Criador; bichos que rastejam e na sua locomoção vão-se encarregando de difundir espécies, micos saltitantes, uma variedade de animais, muitos que até nem são vistos, mas ali está um ecossistema exuberante e cumprindo potencialmente o papel que tem entre as criaturas de Deus.
Deste modo, penso que Maria deveras já sabia os depredadores em que se constituem mulheres e homens e com carinho de mãe os exorta a protegerem a terra e a floresta de onde recavam todas as coisas de que precisam para a vida, para poder viver.
Assim, quando neste ano, subirmos a Penha, por qualquer das duas ladeiras, além de entoarmos hinos e orações, detenhamo-nos na contemplação do verde que ali permanentemente entoa salmos à vida. Analisemos aquelas vidas e nos deixemos transbordar de compaixão pelas tantas agressões sofridas.
Em relação ao ambiente, agir com paixão é tudo que de tanto precisamos. Coloquemo-nos ao lado de Nossa Senhora, ouçamos sua voz que nos vai mostrando os detalhes, que nos conta de como e com quanto amor seu Filho criou tudo que ali se vê; por nós, por nosso amor e nesta festa da Penha, façamos um propósito solidário: pelas mãos de Maria, ser defensores ferrenhos do ambiente, amar e cuidar dele com paixão, não o usemos como se fossemos seus senhores absolutos, mas como quem sabe que muitas gerações que ainda estão por vir, precisarão dele saudável e íntegro.
Aqui está uma forma de festejar Nossa Senhora da Penha, mais que com louvores comuns que muitas vezes não passam de entusiasmo passageiro, concretamente, como resposta a um amor sem fim. Sentir o ambiente como um outro, tanto quanto o outro, representado por quem nos é semelhante.

domingo, 15 de abril de 2012

EU VOS DOU A MINHA PAZ

Nossa Senhora, Rainha da Paz! Nos dias atuais, sente-se que é feito um sempre mais crescente apelo pela paz. A humanidade está-se dando conta por quanto tempo marginalizou a paz, achou que ela não precisava ser cuidada, ou quem sabe, pensou que não precisa de paz ou que suas potencialidades pessoais lhe bastavam para estar  bem.
Daí estarmos vivendo cheios de sobressaltos, com tantos medos a ponto de já existir quem evite sair de casa, principalmente, à noite.  Há quem já não sai de vez.
O mundo está conturbado. Falta paz na família, onde os esposos não cumprem as promessas feitas um ao outro no dia do casamento, ou porque os filhos se tornam rebeldes, parte pelo desgoverno da casa, parte pelo que colhem na sociedade onde convivem, onde se reúnem outros tantos desajustados ou carentes como eles.
Os crimes se multiplicam, a facilidade de encontrar uma arma de fogo já acabou com tantas vidas, de pobres inocentes, de jovens, de adultos de anciãos.
A paz não é produto que se compre em venda, supermercado ou loja. Paz é um esforço sereno e contínuo que se propaga através daqueles que, como Jesus, são mansos e humildes de coração.
Ao aparecer aos apóstolos, Jesus disse: Paz! Eu vos dou a minha paz! Os apóstolos nos representavam. Nós também somos destinatários da paz assegurada por Jesus.
O nome de Maria sempre esteve associado à paz. A ela já foram dados tantos títulos, todos traduzidos pela sua participação no atendimento das nossas necessidades. Ela é também Nossa Senhora da Paz. Peçamos que interceda por nós e nos tornemos construtores e divulgadores, portadores da PAZ, que na essência é Jesus. Onde Ele não está também não há paz.
É preciso levá-Lo a todos e no mundo haverá paz.

Escrevi para meu programa “Cinco Minutos com Maria em 9 de julho de 2005. ... nada mudou.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

MULHER E ESCRITORA



X Encontro Internacional de Escritoras - Panamá 2012
Tema: Mulher e escritura em Diana  Morán

O Encontro internacional de Escritoras é iniciativa da escritora peruana, Elizabeth Altamirano, que contou com o apoio do Centro de Escritoras de Arequipa na municipalide do mesmo nome no Peru.

Seu objetivo é convocar o público leitor e as criadoras de literatura, para encontros através dos quais haja possibilidade ampla de conhecer vozes significativas da produção literária. São convidadas também instituições acadêmicas e culturais para uma verdadeira festa de artes durante a qual se contam com exposições de temas ligados à poesia e à prosa, com um apelo de gênero.

O primeiro encontro aconteceu em Arequipa no Peru em 1998. seguiram: 2000: em Montevidéu; 2001, no  Uruguai; 2003: Río Gallegos, Argentina; 2004: San Juan, Porto Rico; 2005: Guadalajara, no México; 2006: Nigrán, Baiona, Espanha;  2008: Caracas - Venezuela; em 2010: Bogotá, Colômbia e por fim na cidade do Panamá.

HOMENAGENS

Com o objetivo de visibilizar escritoras latino-americanas de grande valor tanto para seus países como para a região, o encontro presta homenagens que constituem parte dos painéis temáticos e de criação dentro do encontro.

No Panamá foi a vez de Diana Morán, (educadora, poeta e política). Nascida em Cabuya, cidade do Panamá, em 17 de novembro de 1929. Faleceu na cidade do México em 10 de fevereiro de 1987. Uma vida que vale a pena ser conhecida.

No contexto atual, se faz necessário o reconhecimento e a participação histórica das mulheres na vida cultural, no âmbito da produção literária e artística.

Até porque se constitui em reconhecimento dos direitos da mulher e promove em páreo de igualdade, seu desenvolvimento na sociedade.

Definitivamente, é fundamental que docentes participem desse espaço, como protagonistas, de forma a criar uma nova atitude entre o ensinamento e a aprendizagem.

Os recitais nas Escolas Públicas principalmente, se constituíram em grande momento face o encantamento demonstrado pelos alunos, perante a escritora. Basta observar as fotos.


Lembrando o recital numa Escola, escrevi esse poema:

MOMENTO

Há momentos, momentos e momentos.
momentos que passam,                                        
momentos por passar,
momentos prolongados,                                                        
momentos que se perpetuam,
momentos passageiros,
momentos em todos os momentos.

Momentos de nascer, de viver e de morrer,
momentos de alegria intensa,
momentos de nada entender,
momento de tristeza,
momento de alegria e de espairecer.

A vida é assim,
feita de momentos.
grandes ou impactantes,
silenciosos e preciosos,
momentos que se vão
que escapam pelos dedos da mão
momentos que são únicos
e aqueles que uma vez partidos,
não se refazem nunca mais.

Eu tenho,
tu tens,
ele tem,
todos temos os nosso momentos.

Tenho vários!
Belos?
Nem tanto, mas a maioria sim.

Todavia,
fazer poesia para registrar momentos,
tem que ser por momento
deveras especial.

Momento para expor em quadro,
de parede branca como a paz!
com molduras de cristal,
o fundo prateado
e no interior, tudo absolutamente dourado.

Como aquele momento,
em que no umbral da sala
em que alunos de escola pública                                     
a outras e a mim esperavam
(No Panamá).[1]
antes que adentrássemos a sala,
foram apondo em cada peito
uma rosa vermelha
adornada de outras pequeninas flores brancas,
enfeixadas  por um laço vermelho.

O gesto era acompanhado
de quase semi adoração.
valorizaram muito as visitas prometidas.
Era inevitável, que não me batesse no peito
profunda e sincera emoção,
por aquele momento deveras único,
pelo qual agradeço a Deus e
que indubitavelmente,
não olvidarei jamais.

quarta-feira, 11 de abril de 2012         08:26




[1] X Encontro de Escritoras latino-americanas - 30 de abril de 2012.
 Presença de representantes de todos os países da América do Sul.

terça-feira, 10 de abril de 2012

ATÉ 2020, U. LÁ, LÁ!

Brasil pode eliminar desmatamento até 2020, diz governador do Pará




Por Butler, do Mongabay
Visto por muito tempo como pária por sua alta taxa de desmatamento, o mundo está começando a olhar para o estado do Pará por suas ideias para proteger as florestas tropicais Brasil pode reduzir o desmatamento amazônico à zero até 2020 enquanto aumenta os meios de subsistência rurais e mantém um crescimento econômico saudável, falou o governador do Pará ao mongabay.com nos bastidores do Fórum Mundial Skoll, uma grande conferência de empreendedorismo social, na última semana.
O governador Simão Jatene espera que uma revolução no manejo e governança da terra possa mudar a maré no Pará, um estado que perdeu mais floresta amazônica – 90.000 km2 de floresta amazônica desde 1996 – nos últimos 15 anos do que qualquer outro no Brasil.
O governador não é nenhum ativista. Sua motivação vem de um eleitorado amplo que exige um fim para o desmatamento.
“Não há mais qualquer dúvida de que precisamos parar o desmatamento”, disse ele. “A grande pergunta é como.”
De acordo com o governador, a receita para o sucesso envolve uma mudança de abordagens de cima para baixo para inovações de baixo para cima baseadas na participação multilateral.
“A abordagem histórica era de cima para baixo, mas tinha uma chance muito limitada de sucesso no Pará, que tem 1,25 milhão de quilômetros quadrados e tem tudo, de agricultura intensiva em fronteiras de florestas a áreas remotas de floresta intacta.”
Jatene acredita que esforços de comando e controle têm contribuído significativamente para a queda de 78% no desmatamento da Amazônia brasileira nos últimos anos, mas ir além significa dar mais controle aos municípios, que podem adotar políticas específicas para condições locais dentro de um quadro de metas governamentais de redução de desmatamento mais abrangentes.
Jatene vê o Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Pará como um fornecedor de estrutura sob o qual as iniciativas locais operam. O cadastro é um sistema que exige que fazendeiros e agricultores registrem suas propriedades.
A participação no CAR cresceu exponencialmente desde que foi lançado em 2009, de 400 em seu primeiro ano para 40 mil em 2011. A razão é simples: os produtores não podem obter ou vender crédito para compradores se não forem registrados.
Jatene afirma que o Pará visa ter 100 mil produtores – cerca de 50% do total do estado – registrados até 2013.
“Muito do desmatamento aconteceu na Amazônia por causa de uma crença por parte dos autores de que eles não seriam punidos”, declarou Jatene. “Com o CAR, a propriedade da terra não é mais anônima.”
O CAR é o primeiro passo para um proprietário obter uma licença ambiental. Sob o CAR, um proprietário deve ter um plano de longo prazo para restaurar qualquer floresta ilegalmente desmatada aos níveis exigidos.
“Se um proprietário não entra em conformidade, ele é punido. O objetivo do CAR é parar novos desmatamentos.”
O CAR é bom para fiscalização e incentivos, que Jatene argumenta que são necessários para encorajar boas práticas, especialmente entre pequenos agricultores, que representam uma porção crescente do desmatamento à medida que este, como um todo, diminui.
“O desafio é colocar os pequenos agricultores no cadastro”, disse ele. “Começamos com os grandes, que são 80% do problema.”
“O benefício para os pequenos agricultores é a infraestrutura – isso os traz ao CAR.”
Jatene afirma que a infraestrutura inclui melhores estradas em vez de novas estradas, o que décadas de pesquisa mostraram que leva ao desmatamento.
“Estradas melhores melhoram o modo de vida porque os produtos atingem o mercado mais rapidamente e em uma condição melhor”, declarou ele.
Saúde e educação são outros benefícios.
Quando o mix certo de governança e incentivos se unem, a transformação pode ser surpreendente. Tomemos o caso de Parágominas, um município no Pará cuja taxa de desmatamento era tão alta que estava na lista negra federal, restringindo seu acesso a crédito e mercados.
Parágominas se transformou em uma “cidade verde”, eliminando quase que totalmente o desmatamento ilegal através da adoção de novas práticas de manejo florestal, estabelecendo uma força policial ambiental local, e oferecendo treinamento para fazendeiros e agricultores para aumentar a produtividade, utilizando melhor as terras já desmatadas.
A cidade foi retirada da lista negra no último ano, tornando-se um modelo para outras jurisdições longínquas, como o Congo e a Indonésia.
“Os municípios que estão desenvolvendo o programa já estão vendo os benefícios”, disse ele. “Eles estão tentando replicar o modelo de Parágominas.”
Mas o período de transição de um modelo de desmatamento para um desenvolvimento de baixo carbono pode ser inicialmente prejudicial.
“A transição inicial provoca perda de empregos porque a economia local é baseada no desmatamento”, afirmou Jatene. “Essa transição ocorre em um momento crítico para o governo.”
“É por isso que um programa de educação verde é importante.”
Jatene vê a necessidade de investimentos substanciais na educação em nível municipal para sair do modo de vida de atividades que destroem florestas.
“O acesso universal à educação está quase ocorrendo no Pará”, explicou Jatene. “A questão é a qualidade da educação.”
“Empregos de baixa qualificação tendem a estar na indústria do desmatamento. É por isso que se precisa de educação.”
Novas indústrias e inovação requerem educação e treinamento. Jatene diz que o Pará poderia triplicar sua produção agrícola, fazendo um uso mais produtivo de terras pobremente utilizadas e já desmatadas. A tecnologia poderia aumentar ainda mais os rendimentos. Mas Jatene também vê potencial para além da agricultura.
“Precisamos de uma revolução do conhecimento”, afirmou ele. “Podemos gerar um conhecimento de cima para baixo em termos de uso florestal, incluindo produtos sem madeira florestal, como o açaí e as plantas medicinais.”
A Amazônia tem uma grande riqueza em forma de biodiversidade, o que poderia se tornar a base de novas indústrias indígenas.
O governador também vê potencial em capitalizar o valor de serviços ecossistêmicos, como o carbono e a água.
“A grande redução no desmatamento do Brasil nos últimos anos foi uma contribuição tão grande quanto o Protocolo de Quioto”, declarou ele. “Isso foi feito sem pagamentos internacionais para serviços ambientais – o Brasil não foi pago. Isso poderia ser uma ferramenta muito poderosa para reduzir ainda mais.”
Mas a população local terá que ver benefícios diretos da redução do desmatamento para tornar tais programas eficazes.
“Uma redução adicional no desmatamento.


Nota:  Peçamos a Deus que seja verdade e que deveras aconteça.

Disponível no site: http://envolverde.com.br/noticias/brasil-pode-eliminar-desmatamento-ate-2020-diz-governador-do-para/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=10

domingo, 8 de abril de 2012

O DIA DECLINA E A NOITE JÁ VEM


Na última Santa Missa do Domingo de Páscoa, lembramos o episódio a respeito daqueles dois discípulos, um deles de nome Cleópas, que depois dos acontecimentos finalizados no Gólgota, desolados empreendiam volta para a cidade de Emaús.
Estavam desesperançados, tendo em vista que jogaram todas as suas fichas no êxito do reino que pensavam que Jesus tivesse vindo fundar e ao contrário, viram-no morrer de forma desumana e cruel sem que dos seus gestos desprendessem – segundo as suas cabecinhas -nenhum sinal de que fosse o filho de Deus.
Durante a caminhada foram abordados por Jesus num encontro ao longo da estrada por onde comentavam o fato e iam muito tristes. Jesus interroga o que os deixava em tal estado e admirados eles repondem:  Como então, não sabe que Jesus o grande Mestre, foi traido e morto covardemente?
Nesse ínterim, os dois chegam ao destino, enquanto Jesus demonstra propósito de prosseguir.
Mas não! Dizem, fazendo com que Jesus ficasse: fica conosco, Senhor, é tarde o dia declina e a noite já vem. Fica, vamos ceiar juntos. Jesus condecede e fica.
Já a mesa,  foi no momento em que tomando o pão, partiu-o, que  foi reconhecido e os discípulos exultaram, mas Jesus desapareceu.
- Cara, bem que o nosso coração ardia enquanto nos falava. É Ele, Jesus está vivo! Ressuscitou como disse. 
Supondo que todos tenhamos ressuscitado com Cristo, certamente só nos ocuparemos das coisas do alto. É bom estar muito atento para ouvir o que diz o outro, é a voz de Deus que arde no nosso coração enquento ouvimos.
É assim, que todos os dias serão bons dias de Santas Páscoas.

Marlusse Pestana Daher
22:53 - 08-04-2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012


Queridos amigas e amigos.

Ainda são trevas, porque a morte de Jesus – in memoriam - está prestes a acontecer.

Ao mesmo tempo, já surge ao longe o lampejo de um novo dia que indica a ressurreição.

Boa Páscoa e que Cristo ressuscitado seja nossa alegria!

Marlusse

quarta-feira, 4 de abril de 2012

UM MARÇO PARA NÃO ESQUECER

No começo de março, há pouco findo, fui informada de que a Câmara Municipal de São Mateus homenagearia 12 mulheres pela passagem do “Dia Internacional” celebrado no dia 8 do mesmo mês.
Cada um dos 11 Vereadores fez uma escolha pessoal e todos uma a mais para ser homenageada. Esta última fui eu. Claro que fiquei lisonjeada com tão honrosa distinção. Era preciso não ser humana para não ficar.



                                                  O abraço do Presidente-ex-aluno.
Assim, no dia 10 de março de 2012, realizou-se no Clube “Ouro Negro”, sessão solene da CMSM onde foi outorgada belíssima placa com dizeres especiais, assinada em nome de todos os Edis, pelo Presidente, Carlos Alberto Gomes Alves. Foi-nos consignado TÍTULO HONORÁRIO DE HONRA AO MÉRITO. 
Cada Vereador fez entrega do título a sua escolhida. Para o mesmo fim, foram convidadas dez mulheres que representam a luta da mulher na política e a consolidação do preceito constitucional que prevê: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,  (Inc. I, art.5º) para proceder a entrega a mim.
Convidada a falar, na oportunidade, recomendaram-me que o fizesse sobre a experiência vivida nos seis anos em que fui vereadora e presidente daquele poder no último biênio.
Foi fantástico ver a platéia vibrar com o que ia dizendo Entre mais, critiquei leis que se promulgam como se a Constituição já não previsse a matéria/objeto, como uma que anda “no prelo” e que obriga pagar a mulher o mesmo que ao homem no exercício da mesma função.
Por acréscimo grande número de quem estava presente foi  aluna(o), quando dei aula de português no “Ceciliano Abel de Almeida”.
Foi uma beleza! Cada afirmativa era um delírio de aprovação. É impossível não sentir o vibrar das cordas do coração onde me ressoava um hino de amor e gratidão a Deus, aos que me querem bem, pela homenagem.

Em março, ainda tem mais. Depois conto sobre o Encontro de Escritoras no Panamá com novas emoções.