domingo, 14 de maio de 2017

DEUS LHE PAGUE, MÃE

Pelas emoções que provaste,
quando soubeste que me formava gente
em teu ventre. 

Pelas dores que sentiste
no momento em que eu vim à luz,
antecipadamente. 

Pelos  cuidados específicos
que me dispensaste 
nos primeiros tempos de vida,
nos sucessivos
e até, quando eu já era adulta demais. 

Por ter-te ouvido 
cantando canções de teu tempo,
mesmo quando havia 
razões de sobra 
para chorar. 

Por que me acompanhaste
vida a fora,
Pelos cuidados  depois incabíveis
porque eu não carecia deles 
e teu amor de mãe não via.

Pela preocupação se bem me alimentei
Se nada me fazia 
menos alegre ou feliz. 

Pelas vezes em que
tive que deixar o que fazia,
só para atender a um pedido teu. 

Durante 100 anos 
passaste por esta terra
sem resmungos, sem falta de amor, 

Foi testemunhado numerosamente
nos comentários 
inclusive de tantos amigos, 
assim que te foste. 

Por isto e por tudo, Mãe,
Por tudo que também não sei.

E se interrompo esse rosário de lembranças
parando por aqui,
é porque o tempo se torna curto
para lembrar tanto
e não te esquecer jamais.

Na glória eterna,
no ver Deus face a face
o mesmo que viveste respeitando
e amando.
Porque o mereceste,
Deus lhe pague, Mãe!