
Abomina-se o tempo em que o bipartidarismo dominou em nosso país.
Houve restrição das liberdades, a opção política se restringia a ser oposição ou situação.
Na
plenitude dos tempos, aconteceu a abertura e muitas coisas mudaram. Os partidos
políticos se multiplicaram e pelo modo como se comportam, fazem jus a serem
definidos como "união voluntária de cidadãos com
afinidades ideológicas e políticas, organizada e com disciplina, visando a disputa do poder político".
Entre as críticas que a eles se fazem, está a falta de
ideologia, ou melhor dizendo, de metas que orientem sua caminhada e mediante
elas se hajam, quando no exercício do poder que uma vez alcançado, nenhum quer
perder, nem se importam se os meios para se perpetuarem forem menos nebulosos,
como o exemplo é recente.
Tais
metas não foram omitidas no
texto dos seus estatutos ou não teriam logrado registro, antes porque só se
ocuparam delas, no momento da respectiva redação. O que se veem são
filiações cujo ato restringe-se à assinatura da respectiva ficha, a proposta
que o partido tem a maioria desconhece.
São frágeis, tal
fragilidade se reflete no como se escolhe um candidato: em virtude
de laços familiares, amizade ou compadrio, troca de favores, expectativa de
cumprimento de promessas de toda sorte. E aqui o partido assume potencialmente
o sentido do termo: Partido Político, do latim, pars, partis: = rachado,
dividido, desunido".
Nem falta uma
confusão generalizada entre democracia e cidadania, quando não se pensa se
tratar da mesma coisa. Democracia é
o governo do povo mediante escolhidos e cidadania
é a capacidade de distinguir entre direitos e deveres, exercê-los em plenitude,
não renunciar ainda que em parcela mínima a qualquer expressão dela.
A democracia
será tão mais expressiva quanto mais consciente for o exercício em
potencial da cidadania. Requer então que se saiba da proporção de liberdade que
encerra, que não se destina a uso restrito ou pessoal apenas, mas mediante o
pensamento das consequências coletivas que podem advir do seu mau uso e do
atravancar do passo de uma nação que outra coisa não é, senão os homens e mulheres,
viventes na mesma reunidos.
Não obstante
contarmos com nada menos que trinta e dois partidos, incluindo o Solidariedade,
o que temos em verdade é situação, formada pelo PT e sua base aliada e a
oposição, os outros, no momento liderada pelo PSDB, um bipartidarismo à novos
tempos.
Muito se fala
em reforma política, está-se sempre na expectativa de que aconteçam coisas
diferentes, mas tudo permanece como antes.

Podemos
formar o PQQ, "Partido de Quem Quiser", com fim obrigatório e único: usar
nossa voz, ser cidadão em potencial e fazer valer os ideais da democracia,
quando então o Brasil será de todos e os bens que temos, sem empobrecer ninguém
fará chegar a cada um seu próprio quinhão.
16:01 - 18 de
janeiro de 2014