Hoje
ao passar pela enorme construção do Tribunal Regional do Trabalho, imaginei, deverá
ficar bem bonito... Não precisaríamos dele, se no mínimo as pessoas entendessem
que “o operário merece seu salário”. Trata-se de uma afirmação que não vem do
homem comum, mas de um Evangelista, no caso, o autor do terceiro Evangelho, Lucas
10,7, que exercia profissão de médico e certa feita, sentiu a inspiração do
Espírito Santo de Deus que o chamou para que escrevesse.
Foi
natural que meu pensamento voasse para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo,
ali perto, para o prédio da Justiça Federal igualmente, nas imediações.
E
prossegui na minha análise, se há tribunais é porque há conflitos, são diversos
os especializados, como este, como o da Justiça Federal. As apesar de numerosas
varas existentes nos fóruns, no entanto, são insuficientes. Quanta despesa para manter
ambientes propícios aos que lá trabalham e profiram as melhores decisões.
Faço
uma pausa, ainda continuando a escrever, para dizer que malgrado nosso: inocente
é condenado por assalto, apesar de os dois verdadeiros assaltantes o terem
inocentado. Caluniador vira caluniado e leva ótima vantagem. Coisas tão claras
passam absolutamente despercebidas. Pessoalmente sei e provo a existência de ao
menos três decisões recentes, absolutamente erradas. Valha-nos Deus!
Há
quem diga que há muita assessoria e sobre ela recaem os erros, mas acho que
erra mais quem assina o errado.
E
tudo isto? Desde os primórdios das nações contava-se com juízes, com
promotores, com advogados, com os responsáveis pela proteção do verdadeiro
direito, reconhecendo-o a quem o tem, tanto quanto o tem.
E
se existe toda aquela estrutura e se pensa em ampliações, é evidente: existem
conflitos e para dirimi-los o Estado investe do respectivo poder, cidadãos e
cidadãs os quais possuam saber jurídico e reputação ilibada.
Saber
jurídico porque o requerem os componentes da demanda, meios que resultem da
melhor hermenêutica, e reputação ilibada
porque só quem a tem conserva princípios morais a tanto indispensáveis, não
deixando inseguros os jurisdicionados.
Estamos
com um exemplo claríssimo do desencanto do povo, ao mesmo tempo com o encanto
que demonstra pelo juiz Sérgio Moro, por tudo que está fazendo, bem aplicando o
direito. E ele nada mais está fazendo o que lhe compete, o que é seu dever.
É
a tal história quem não está acostumado
estranha. Com toda sabedoria que lhe
foi peculiar, em certa oportunidade, disse o Cardeal Paulo Evaristo Arns, da
Arquidiocese de São Paulo: quase tudo não
está certo entre nós, quase nada está certo entre nós.
E
isto nos causa muitos transtornos, já até virou piada, o número de farmácias
que surgem em Vitória, nos mais diferentes pontos e das mesmas empresas. Quando
nossa vida não decorre em tranquilidade somos acometidos dos mais diferentes
males e para cada um já existem uma ou várias explicações ou causas. E tomam-se
remédios.
O
respeito pelo outro, o reconhecimento do seu direito, não cobiçar o que é dele,
contribuir para sua paz (pode dizer que é utopia), seria suficiente para que
prescindíssemos de tribunais.
E
porque não é assim, as suas prateleiras esburram de processos, as doenças
assolam, atingem a cada um de nós, aos que amamos, a todos.
Exatamente
por isto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que já escolheu outros
temas e lemas assemelhados para a Campanha da Fraternidade que celebra a cada ano, no tempo da quaresma,
neste o tema é fraternidade e superação
da violência e o lema: somos todos
irmãos! (Mt 23,8). A violência campeia em nossos dias e não só nas
metrópoles, mas nas pequenas cidades, lugarejos, lá no rancho fundo, por toda
parte.
É
como falou o Bispo auxiliar de Brasília, secretário geral da CNBB, D. Leonardo
Steiner: ... a temática é exigente. Ela tem
muitos aspectos, tem muitas nuances, tem abordagens que necessitamos fazer
diante da amplitude do tema.
Procuremos
entender um pouco mais: violência é um mal absolutamente sem sentido, para
dizer o mínimo, aproveitemos os encontros e as oportunidades que a Igreja está
oferecendo. Com certeza aprenderemos qualquer coisa que, no entanto, pode ser o
impulso que nos projetará no rumo da perfeição.
Marlusse
Pestana Daher
Vitória, 3 de março de 2018 00:04