sexta-feira, 7 de setembro de 2012

DIA DA PÁTRIA

Pela Av. 18 de Julho, Montevidéu, curto espaços, ouço pessoas, como se portam, como reagem. Gosto, penso que seja uma forma de melhor conhecer a realidade que se visita.

De repente, meus olhos pousam numa placa onde está escrito. Nesta data no ano de 1830, foi jurada nossa primeira Constituição, de acordo com as formalidades estabelecidas na Lei de 26 de junho desse mesmo ano. Em Montevidéu, o ato se realizou na Sala “del Cabido” com a participação de altas autoridades civis, eclesiásticas e militares, e na sua frente, na Praça Matriz, prestou juramento o povo”.

Li, sai refletindo, voltei para fotografar, pois não poderia esquecer nenhuma palavra, em especial, as quatro últimas: “O povo prestou juramento”. Realmente, é o povo quem jura.

No nosso país democrático, proferem juramento de cumprir a Constituição, os que assumem cargos que integram os três poderes, legislativo, executivo e judiciário. E como todo poder emana do povo, resta implícito que cada brasileiro é quem jura cumprir a Constituição do seu país. Não pretendamos isto dos que são representados. Se dá com aquisição da cidadania plena, aos dezoito anos de idade, quando se endossam todos os direitos inerentes a todo cidadão.

Dia da Pátria, observado feriado nacional. Em outros lugares também, mas na capital do país repetem-se as comemorações com desfiles de militares, de civis e de estudantes. Com que consciência todo esse aparato acontece ou se trata de apenas um momento?

O amor a ser tributado à Pátria é o mesmo que à família, tal qual já dissera Rui Barbosa: “Pátria é a família amplificada”. Não se contam os laços de sangue, muito menos a cor da pele, todos os que nascem ou vivem aqui, somos originários da mesma célula. Importa cuidar de tudo, como cuidamos da nossa casa, conservar e proteger tudo, como se tudo fosse só nosso. Ninguém tem o direito de dizer que se isenta.

Basta de reivindicar direitos olvidando obrigações, o espírito cívico ou amor pátrio tem as mesmas características da virtude da caridade, pela qual se há de amar o próximo como a si mesmo e consequentemente: preserva-se o ambiente para a presente e para as futuras gerações, incrusta-se todo desenvolvimento com o selo da sustentabilidade, já não há espaço para individualismos, o mundo se globalizou.

Que neste Dia da Pátria aquele sol da liberdade que brilhou com sua independência, amanheça esplendoroso para todos, emita raios de ciência que Pátria não é abstração, mas se forma de todos que com orgulho a chamam de MÃE.