
Desde a entrada do Anjo em sua casa, anunciando: “achaste graça diante do
Senhor, conceberás, e darás à luz um Filho”. Aceitou que acontecesse em sua
vida como Deus mandou, sua caminhada por esta vida foi da mais perfeita
entrega, do mais perfeito abandono ao projeto de Deus.
Maria contemplou entre seus braços, aquele menino verdadeiro homem, mas
tinha certeza de que era também e sobretudo: verdadeiro Deus. Ao aconchegá-lo
em seu peito, como fazem as mães em momento de intenso carinho, como a nenhuma
outra é possível, Maria podia dizer em verdade: meu filho, meu Deus!
Meu filho, sim, Jesus era filho de Maria, tinha o DNA de Maria, mas era
também verdadeiro Deus.
Terá havido algum momento em que ela certamente teve que ensinar a ele
algumas coisas. Em certos momentos, compreendeu a inutilidade, ou quando acabou
de certa forma como que fulminada, ao reencontrá-lo no terceiro dia de busca,
entre os doutores no templo, discutindo com eles ao dizer: “por que fizeste
isto conosco? Teu pai e eu estávamos morrendo de aflição, enquanto te
procurávamos”. E como resposta, ouvir sem rodeios: “por que me procuravam?
Esqueceram que me devo ocupar das coisas do meu Pai”?
Augusto Cury, o médico e escritor na sua visão de religioso
presbiteriano, diz o contrário, quanto a mim, “não sei se Maria teve muito o
que ensinar ao seu Filho homem, já que Ele era também verdadeiro Deus e
onisciente.”
Prefiro pensar que Maria guardava tudo no coração, sábia e humilde como
era, ia fazendo bom uso de tudo, à proporção que cada necessidade aparecia.