Sem opção, prossegui.
Mesmo porque me dispusera a ver pessoas, o colorido dos biquínis, das sungas, das
saídas-de-praia, enfim, de tudo de que pouco se veste quem vai ao mar ou apenas
à praia.
Tive que adiar a Missa,
atrasei-me, tendo que ir bem mais longe para fazer o retorno.
A rua interditada virou
passarela, onde uns praticam corrida ou simplesmente caminham, outros vão de esqueite,
ou dão voltas num improvisado quadriciclo, tocado a quatro pernas. Alguém
encontrou uma forma de aumentar o orçamento. De forma bem artesanal, construiu
vários, que ficam à disposição de quem os quiser alugar. Não falta quem queira.
Uma multidão está lá se
deliciando com a brisa que mesmo o sol forte não impede de soprar, se o
ambiente é praia. Centenas de sombrinhas compõem uma visão característica desse
tempo. Famílias inteiras, jovens, adultos e crianças, dividem o mesmo ambiente,
não é preciso ingresso para entrar, ninguém precisa pedir licença para estar.
Na chegada, com esteira num braço, cadeira no outro, alguns levam isopor com
comida e bebida, afinal de contas, toda praia que se presa tem que ter seus
“farofeiros”. Um olhar geral e encontrado mesmo que pequeno espaço na areia,
ali a barraca é armada e cada um por sua vez se aboleta confortavelmente, todos
de frente para o mar. Em verdade, “melhor que isso só dois issos”.
Verão é para isso mesmo,
para que as pessoas tenham oportunidade de tirar férias, viajar, quem puder,
estar mais tempo com a família. No nosso país de praias maravilhosas,
dificilmente há quem dispense procurá-las e desfrutar da melhor forma possível
os agradáveis momentos que se pode proporcionar. Quem mora em Vitória, pois,
tem acrescida a agradável sensação de estar na “cidade sol de um céu sempre
azul”.
Observe-se: na praia, todos têm
o mesmo objetivo, todos se vestem quase iguais, se acomodam de forma mais que
semelhante, olhar para frente, vista do mar, delicia de contemplação com as
ondas que vêm e que vão. Mesmo que não falem todos com todos, todos estão
irmanados e respeitam as individualidades.
Bem que se pode repetir
tal convivência onde não é mar.
Lá pelas 14 a dispersão
começa progressivamente com volta à casa. Mas a praia e o mar não ficarão
jamais sem presença humana, começa a chegar o pessoal da caminhada, mães, pais
ou babás que empurram carrinhos com bebês para o passeio do entardecer, alguns
jogam vôlei ou o que gostam.
No horizonte o sol se põe,
o céu assume um tom áureo infinito, a cada olhar com intervalo breve, uma nova
visão se oferece, até que o astro rei se esconde por inteiro, a noite vai
chegando, enquanto ainda há gente que caminha.