DEUS É AMOR
O Amor de Deus por nós é
tão grande que fez com que mandasse seu Filho ao mundo para morrer, pagando
pelos nossos pecados.
Temos um canto: ”prova de
amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” é um verdadeiro convite que nos
é feito. Cantamos ainda diversos exemplos que Jesus nos dá em diversos sentidos
e completamos: “agora vai, também ama teu irmão”.
A medida do amor é amar
sem medida. No último livro que li da Santa Madre Teresa de Calcutá ela
escreveu: “não posso perder meu tempo em desejar mal ou odiar alguém, é tempo
que perco de amá-lo’”.
Realmente o segundo
mandamento se assemelha ao primeiro. O primeiro é “amar a Deus sobre todas as
coisas”. O segundo é semelhante e ordena: “ama a teu próximo como a ti mesmo”
Jesus escolheu os seus
discípulos principalmente na categoria dos pescadores – sem qualificação,
qualificou-os - e os tornou pescadores de alma, pescadores de corações. Todos pelo batismo, somos chamados à vida de
fé, a seguir Jesus Cristo, portanto fazendo o que ele fez, “amando como Ele amou,
vivendo como Ele viveu, sentindo como Ele sentia”, como canta o Pe. Zezinho. Não há um outro modo ou outro jeito.
Isabel profetizou que Maria
seria chamada bem-aventurada por todas as gerações. Estava inspirada pelo
Espírito Santo que colocou tais palavras nos seus lábios. A interpretação que se deve dar é que tendo
Maria acabado de pronunciar solenemente seu primeiro Sim, o repetiria pela vida
a fora enquanto seu Filho exercesse sua missão.
E não se pode esquecer que
aos pés da cruz, não obstante o que via, as torturas impingidas ao Filho,
quando humanamente tinha todas as razões para se revoltar, Maria nunca duvidou
de que “Deus é Amor”.
ANUNCIAÇÃO
Li dia desses um texto que
me causou grande emoção, semelhante a que provo, quando leio belas poesias,
belos pensamentos, belas orações... E não era a primeira vez. Com uma
diferença, entraram, desceram ao mais profundo da minha alma, pela forma que
traduz e em sendo quem é o personagem referenciado.
Diz que nove meses antes da
chegada dos novos tempos, o Filho de Deus cheio de reverência, disposto a fazer
tudo que o Pai quisesse como mais tarde traduziria o apóstolo Paulo com as
seguintes palavras: “renunciando à sua natureza divina, se colocou como mais
ninguém depois o faria diante do Pai e lhe disse “Eis que venho, ó Pai, cumprir
a vossa vontade”“.
Contemporaneamente, em
algum lugarejo da pequena Galileia, na insignificante Nazaré, Deus enviou o
Anjo Gabriel, levando uma mensagem ou proposta a fazer a uma jovem, “achada em
graça diante Dele”. É o que faz o mensageiro que provoca assombro, “o que está
acontecendo”?
Imagine-se que estupefação prova aquela
criatura, era tudo muito estranho, beirando o impossível. O Anjo compreende,
mas a segunda parte do anúncio é ainda mais intrigante, quando diz:
“conceberás, darás a luz um Filho, por-lhe-ás o nome de Jesus, Ele será grande
e chamado Filho do Altíssimo”.
Agiganta-se a surpresa da
menina cujo nome é Maria pelo que desabafa: “mas como é possível se eu não
conheço homem”.
O Anjo a tranquiliza:
“tudo que vai acontecer é obra e graça do Espírito Santo”. Foi o suficiente
para que Maria recuperasse a paz habitual que a inundava e se entregasse ao
abandono em Deus, e respondeu com firmeza: “Sou Serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a sua Palavra”.
E logo: “o Verbo se fez
carne e veio habitar entre nós”.
DOIS SIM, UM ÚNICO AMOR
São dois Sim, pronunciados
quase ao mesmo tempo. O sim de Jesus, quando afirma “eis que venho, ó Pai, para
fazer a vossa vontade” (Sl 39) e o Sim de Maria que adere sem reservas ao
projeto que Deus lhe reservou, respondendo ao Anjo que lhe foi anunciar a
grande notícia: “sou a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”.(Lc.
1,38)
A comparação não nos tira
a convicção ou consciência que o Sim de Jesus era Sim de Deus, portanto muito
mais intenso e extenso, como sabemos que foi> Mesmo assim, existe semelhança
com ele, o Sim de uma simples humana ainda que diferente das demais porque
preservada do pecado original, porque foi encontrada em graça diante do Senhor,
viria a ser Mãe de Seu Filho, seu ventre
se constituiria no Seu primeiro tabernáculo, ainda ela, O dotaria da condição
humana para fazer-se verdadeiro homem, tanto quanto era Deus.
Esses dois Sim se aliam no
processo da salvação que tem como etapas “a encarnação, a paixão, a morte e a
ressureição de Jesus” e que dava cumprimento a uma história sem precedentes,
independentemente da indiferença ou da ignorância dos seus próprios e
desatentos destinatários: a salvação de todos os homens em todos os tempos.
E na hora e no momento
mais forte do holocausto, da tortura desumana e cruel ou animalesca até, como
sempre fizera em todos os dias da passagem de Jesus pela terra dos homens,
Maria adotou a mesma aceitação que Ele, tendo o coração traspassado pela “espada
da dor” da qual o Velho Simeão lhe falou na apresentação do Menino ao templo.
Ali no calvário, Maria
repetiu mais uma vez Sim, sofria seu quinhão naquela tragédia, agiu verdadeiramente
como corredentora, sem contudo se esquecer ou duvidar por sequer um instante,
de que “Deus é amor”.
CORREDENTORA
Temos repetido em diversos
programas: não obstante tanta contradição que presenciava na vida daquele
Filho, em determinados momentos mais parecendo ser apenas homem, como na cena tempestuosa do calvário, Maria nunca
questionou por que Deus não fazia nada para salvar o próprio Filho de tanta ignominia,
de tanto sofrimento. Ao contrario consentia que a maldade fosse sempre mais
dolorosa e os sofrimentos cada vez mais indizíveis.
E não só em particulares
instantes, ela poderia ter feito tais
questionamentos, quem sabe dar um bronca em Deus. – como fizeram alguns santos,
ás vezes até nós fazemos, ao saber que não merecia, ver que o que passa não é merecido, que eram calúnias o que aquela –língua de trapo -
dizia.
Não, ela não seria “cheia
de graça” se dos seus lábios saíssem uma única palavra de protesto ao que Deus
ia permitindo acontecer e deixava rolar.
Maria não é como nós que
até muitas vezes meditado a Palavra de Deus em nosso coração, mas que como o
caminho percorrido é de pedra e não se deixa penetrar, a semente cai, e tem a sorte daquela outra, na beira do caminho, onde vieram os pássaros e
a comeram, acabou por não germinar.
Dizemos que somos devotos
da Boa Mãe, mas não a imitamos. São outros
nossos pensamentos e não agimos
como ela que conservava a Palavra em seu coração.
Pois é, querido ouvinte,
mesmo nas situações mais difíceis da nossa vida, o Senhor cuida de nós e tudo que faz é por um bem
maior, nunca pensemos diferente nem nos entristeçamos, como diz o ditado “tudo
o que Deus faz é bem feito, nem nos apoquentemos em vão, porque “Deus é amor”.