sexta-feira, 30 de novembro de 2012

VIAGEM


Deixo para vocês esta homenagem à poesia.

Se quiserem ouvir pode ser com Emilio Santiago:       Luarhttp://www.youtube.com/watch?v=BiqSs4irpHk

VIAGEM.

Oh tristeza, me desculpe / Tou de malas prontas

Hoje a poesia veio ao meu encontro

Já raiou o dia, . . . vamos viajar

Vamos indo de carona / Na garupa leve

Do tempo macio / Que vem caminhando

Desde muito longe / Lá do fim do mar

Vamos visitar a estrela / Da manhã raiada

Que pensei perdida / Pela madrugada

Mas vai escondida, . . . querendo brincar

Senta nessa nuvem clara / Minha poesia

Anda se prepara / Traz uma cantiga

Vamos espalhando música no ar

Olha, quantas aves brancas / Minha poesia

Dançam nossa valsa / Pelo céu que um dia

Fez todo bordado de raios de sol

Oh poesia me ajude / Vou colher avencas

Lírios, rosas, dálias / Pelos campos verdes

Que você batiza de jardins do céu

Mas, pode ficar tranquila / Minha poesia

Pois nós voltaremos / Numa estrela guia

Num clarão de lua . . . .quando serenar

Ou talvez até, quem sabe / Nós só voltaremos

No cavalo baio, no alazão da noite

Cujo nome é Raio, Raio de Luar.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

UM NOVO AMANHECER


Para refletir no advento: Um novo amanhecer (Lc 21,25-28.34-36)

por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
 

 A partir do primeiro domingo de Advento, iniciamos o ciclo C do Ano Litúrgico, o qual segue o evangelho de Lucas. Segundo Tito (3,4), Lucas é o evangelista da "manifestação do carinho de Deus e de sua amizade para com os homens", dos pobres e dos pecadores, dos pagãos e dos valores humanísticos e também das mulheres.
O grande anseio de Lucas, ao escrever a Boa Notícia de Jesus, era "verificar a solidez dos ensinamentos recebidos" (1,4). Ele quer tirar dúvidas, quer mostrar a beleza do seguimento de Jesus, para fazer arder de novo o coração dos cristãos e cristãs e continuar, assim, a missão.
Por isso, o ciclo C será o ano da práxis cristã segundo o modelo de Jesus Cristo. A quem Lucas vai descrever como um homem de oração, de ternura humana, de convivência fraterna, ao mesmo tempo que é também o profeta por excelência, o novo Elias, o porta-voz credenciado do Altíssimo.

O que significa celebrar o tempo de Advento?

Podemos tomar como ponto de partida a palavra «Advento»; este termo não significa «espera», como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa «presença», ou melhor, «chegada», quer dizer, presença começada.
Na Antigüidade, era usada para designar a presença de um rei ou senhor, ou também do deus ao qual se presta culto e que presenteia seus fiéis no tempo de sua parusia.
O Advento significa a presença começada do próprio Deus. Por isso, recorda-nos duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento.
Por isso, antes de continuar, paremos para refletir juntos onde já descobrimos a Presença de Deus em nosso mundo tão conturbado?

Os cristãos e cristãs vivemos na certeza consoladora que «a luz do mundo» já foi acesa na noite escura de Belém e transformou a noite da morte, do pecado humano na noite santa da vida humana em plenitude.
O apelo do evangelho de hoje é a levantar e erguer nossas cabeças, porque o Filho de Deus já irrompeu na história humana, foi tecido nas entranhas da humanidade.
Seguindo a tradição do Antigo Testamento, na descrição de diferentes fenômenos cósmicos que Lucas apresenta no início do evangelho de hoje, o manifesto de Deus está presente na nossa vida, está agindo no mundo por meio de tantas pessoas de diferentes raças, culturas, religiões...
Somos nós que temos que descobrir sua Presença, e mais ainda, somos também nós que, por meio de nossa fé, esperança e amor, somos convidados a fazer brilhar continuamente sua Luz na noite do mundo.

Pode ser um bom "exercício" deste tempo, reunidos em comunidade, em família, partilhar juntos/as as luzes que cada um/a de nós temos acessas, pessoal ou comunitariamente.

Agora vem a outra orientação importante do evangelho de hoje: "Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida".
Um dos males de nosso tempo é, sem dúvida, a falta de sensibilidade, vivemos uma vida centrada em nossos próprios interesses, fazendo-nos cegos, surdos e mudos ao sofrimento de nossos irmãos e irmãs.
Atitude totalmente contrária ao Deus de Jesus Cristo: "Eu vi a miséria de meu povo..., ouvi seu clamor...e conheço seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-los..." (cfr. Ex 3,7).
Neste tempo, na esperança de Deus que continua vindo e agindo em nosso mundo, somos convidados/as a aliviar nosso coração daquilo que nos "narcisiza" e desumaniza, para ter um coração mais fraterno e solidário.
Ali Deus se fará presente, "nascerá" novamente, porque onde dois ou mais estejam reunidos em meu nome, eu estarei presente no meio deles.

Disponível Centro de Estudos Bíblicos.

domingo, 25 de novembro de 2012

JESUS CRISTO REI


Meu Reino não é deste mundo? (João 18,33-37) 
 
 Edmilson Schinelo e Ildo Bohn Gass
 
 Centro de Estudos Bíblicos (CEBI)
 
Para Jesus, a morte se mostrava iminente. Talvez lhe restasse apenas uma saída: fazer o jogo do poder, oferecido por Pilatos. Isso significaria abandonar o projeto que tinha assumido e proposto a seu grupo de seguidoras e seguidores. A conversa é tensa e Jesus pouco fala. O mundo de Pilatos não é o seu.
Ampliar imagemÉ assim que a comunidade joanina nos descreve o confronto entre dois projetos: o "mundo" e o "Reino". Ao ser indagado, Jesus assume a sua realeza. Mas esclarece: "Meu Reino não é como os reinos deste mundo" (João 18,36).
Na história da interpretação dos textos joaninos, com certeza essa é uma das frases que mais serviu para manipular a proposta de Jesus. Muitos a interpretaram como a afirmação de que a missão de Jesus foi "salvar almas para depois da morte" e não salvar vidas. Seu Reino foi jogado apenas para o céu (o pós-morte), como se Jesus não tivesse dito em sua oração: "venha o teu reino, seja realizada na terra a tua vontade, como é realizada nos céus" (Mateus 6,10).
Meu Reino não é como os reinos deste mundo
Nos escritos joaninos, o termo mundo significa tudo o que se opõe ao projeto de Deus. Uma tradução mais adequada da resposta de Jesus a Pilatos poderia ser: Meu reino não é como (de acordo com, conforme) este mundo. Ora, as comunidades joaninas sabiam muito bem como era o mundo de Pilatos, representante do Império Romano na Judeia. O mundo do Império impunha seu poder pela força das armas e pelas negociatas e artimanhas, entre relações desleais, corruptas e corruptoras. A proposta de Jesus é outra, seu Reino não compactua com este mundo.
O Reino de Jesus se apoia no poder serviço (João 13), que não busca prestígios, mas que doa sua vida até a morte na cruz para que a vida aconteça em plenitude (João 10,10).
Jesus é rei, mas de outro projeto político
Muitas vezes, a frase em questão também é utilizada para justificar a postura de gente que afirma que "política e religião não se misturam". No intuito de justificar seu comportamento religioso teoricamente apolítico, pessoas e grupos também "espiritualizam" a leitura do movimento de Jesus: enquanto "rei espiritual" dos judeus, o Mestre almejava anunciar uma mensagem de paz totalmente espiritual e religiosa. Infelizmente, não raras vezes, muitos dos que defendem essa postura, se líderes religiosos, vivem atrelamentos vergonhosos com políticos e empresários. E, se políticos ou empresários, quase sempre pedem as bênçãos de um líder religioso para suas ações e seus empreendimentos financeiros. Justificar o sistema com elementos e símbolos religiosos não seria, portanto, juntar religião e política. Questionar o sistema por meio da fé, isto seria.
A proposta de Jesus é uma proposta religiosa, de vivência de uma espiritualidade radical, que não se contenta com a superficialidade, mas vai até raízes mais profundas. Por essa razão, uma proposta altamente política. Ele mesmo, no capítulo 17, roga ao Pai pelos seus: "Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Mas não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno" (João 17,14b-15).
Quem é da verdade, escuta minha voz
A concepção hebraica de verdade difere da mentalidade greco-romana. Enquanto para Aristóteles "a verdade é a adequação do pensamento à realidade", para um hebreu autêntico, verdadeira é a pessoa fiel ao projeto de seu Deus e de sua comunidade. Verdade é sinônimo de fidelidade.
Em sua conversa com Pilatos, Jesus não tem receio de afirmar: "Vim ao mundo para dar testemunho da verdade" (João 18,37). Testemunhar a verdade é doar a vida até as últimas consequências. É fidelidade ao projeto amoroso do Pai.
"E quem é da verdade, escuta a minha voz". Quem decide viver a verdade, o amor fiel, adere ao projeto de vida que vem do Pai, tal como a ovelha, ao ouvir a voz do seu pastor, segue-o pelo caminho (João 10).
Para a comunidade joanina, romper com os reinos deste mundo é assumir uma forma de espiritualidade que estimule relações alternativas, de justiça e de ternura, de partilha e de paz. A paz, fruto da justiça e não a paz imposta pelas armas dos impérios deste mundo (João 14,27).

sábado, 24 de novembro de 2012

CONVÉM SABER


É de dar ORGULHO!

Repasso por julgar justo mostrar um lado dos militares que a mídia nunca divulgou.

Nós militares sabemos que no meio civil tem inúmeros assemelhados em procedimento correto. Pena que os poucos ruins é que dominam o poder.

Repasso para que os jovens da Nação também saibam.

Filha de Presidente Milico ( INDELETÁVEL )    

ASSIM SÃO ESSES ESTRANHOS MILICOS!    

Sou casado com a Isolda Médici Crisostomo, sobrinha e afilhada de batismo do Presidente Médici, tanto que ele 1970 (como Presidente) foi a Bagé para ser nosso padrinho de casamento.
Mas o que gostaria de repassar são duas historias verídicas, para ressaltar o caráter deste Presidente Militar.
Em uma ocasião, durante seu governo, foi construída uma estrada moderna unido as cidades de Bagé e Livramento. O Presidente Médici tinha uma fazendola (digo isto porque ela é realmente pequena), herança de seus avos. Acontece que esta fazendola, quando do projeto inicial, não estava no eixo desta estrada moderna. Médici foi consultado para saber se gostaria, se com um pequeno ajuste, a estrada viesse a passar na fazendola. A reação do Presidente foi imediata: proibiu que se fizesse alteração no projeto com este objetivo.   

Em outra ocasião sabedor que haveria um aumento no preço da carne, por repasses de vantagens do Governo, mandou que seu filho Sérgio vendesse uma "ponta" de gado, que já estava pronta, ANTES do aumento, para que não viessem a dizer ele se beneficiou com o aumento.
O Presidente Médici não morreu pobre, afinal veio da classe média e nela permaneceu. Morreu com o mesmíssimo patrimônio que tinha ao chegar à Presidência. Seus filhos, noras, netos e demais familiares jamais tiraram vantagens econômicas pelo cargo de seu parente ilustre.
Este e outros exemplos nos enchem de orgulho, de ter o PRESIDENTE MEDICI deixado este legado de honra, civismo e respeito ao Povo Brasileiro.   

Pouco depois que cheguei a Berlim, o Presidente Geisel visitou a Alemanha. o Prefeito Stobbe subiu a escada do avião e recebeu Geisel no alto da escada e desceu com ele. Eu estava embaixo e dias anteshavia feito a visita habitual ao Prefeito. Quando cumprimentei Geisel, o Prefeito disse mais ao menos isso em alemão: "Presidente, o seu Cônsul deve ser muito importante, pois acabou de chegar e já trouxe o Presidente a Berlim" Geisel sorriu.Uns meses depois a filha Lucy esteve em Berlim num programa cultural.Acompanhei-a durante o dia. Perguntei a ela se o pai falava alemão. Respondeu que não, talvez tivesse uma vaga noção. Explicou que sua mãe falava alemão, mas que o pai de Geisel era muito rigoroso e no tempo da guerra, como era proibido falar alemão, seu avô (opai de Geisel) fazia questão que se falasse só português em casa e não ensinou alemão aos filhos.

Não sei se Amália Lucy Geisel ainda estará viva. Pouco mais velha doque eu, tinha alguns problemas de saúde. Pois bem: ela era Professora do Colégio Pedro II e, mesmo quando o pai era Presidente, ia de casa ao trabalho de ônibus. Cansei de encontrá-la neles, ela e eu a caminho do centro do Rio. Meu pai chamava isso de "os três dês do milico": decência, decoro, discrição".

ASSIM SÃO ESSES "ESTRANHOS" "MILICOS"!E falava-se horrores do Andreazza...Que estaria riquíssimo, que teria ganho de presente das empreiteiras um edifício na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, que não tinha mais onde guardar dinheiro.


Primeiro, morreu o Cel. Mário Andreazza. Quando Ministro dos Transportes, foi responsável pela construção da ponte Rio-Niterói, obra que teve empréstimo inglês de 2 bilhões dedólares (Sim! Dois bilhõesde dólares!). Por ocasião de sua morte, seus 37 colegas de turma tiveram de fazer uma vaquinha para que o corpo pudesse ser transladado para o Rio Grande do Sul.

Portanto, depois de gerenciar tanta verba pública, bem administrada, diga-se de passagem, morreu pobre. Já em 2003, foi a vez de Dona Lucy Beckman Geisel. Seus últimos anos de vida, viveu de forma pobre e discreta. Morreu em acidente de carro na lagoa Rodrigo de Freitas. Ano passado, foi a vez de dona Dulce Figueiredo, que ficou viúva em1999, do último Presidente militar.
Em 2001, devido a problemas financeiros, teve que organizar um leilão para vender objetos pessoais do marido. Foi a forma que encontrou para sobreviver dignamente. 

Faça suas comparações com os políticos de hoje e compare o estilo de vida do último presidente brasileiro, de sua mulher que frequenta o mais caro cabeleireiro do Brasil, as mais caras butiques, os mais caros cirurgiões plásticos, gastou os mais altos valores do cartão de crédito, que não precisava prestar contas. Nunca fez um trabalho social pelo Brasil. Só o que fez foi viajar com o marido por todos os lugares do mundo, às expensas do suor dos brasileiros trabalhadores.Seus filhos enriqueceram da noite para o dia.   
Isto é que são políticos "populares".     
Tirem suas conclusões.

QUEM MANDA?


NÃO É O PREFEITO QUEM MANDA OU INDEPENDÊNCIA E HARMONIA  

Não raro deparamos com pessoas que pugnam pela falta de sentido do Poder Legislativo a começar pelas Câmaras Municipais. Sugerem que se acabe com a instituição, desconhecem que num regime republicano, e por isto prevê a Constituição Federal: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (Art. 2º).

O Legislativo é um dos três poderes, aos Vereadores compete legislar sobre assuntos que a própria Constituição Federal reserva ao âmbito dos municípios. Não é possível extinguir Câmaras Municipais sem que pudéssemos fazer o mesmo com as assembleias legislativas, com a câmara federal e com o senado.

Uma Câmara Municipal tem papel relevante. Significa que os Srs. Edis, seus componentes, devem-se pautar à altura da atribuição recebida. É um poder diferente do Executivo. Temos apenas um prefeito, mas no mínimo nove vereadores, pelo que, este se constitui numericamente, no mais representativo dos três.

Ainda se vota por simpatia, por compadrio, mediante venda do que é a maior expressão de liberdade de um povo, o voto, e para legislar, o que cria obrigação para todos. Ao Poder Legislativo compete a fiscalização do Poder Executivo, em caso de desvios, pode julgar e até cassar um prefeito.

As eleições municipais realizadas no mês passado reconduziram ou levaram novos integrantes ao Poder Legislativo. É comum que neste tempo comecem as articulações sobre a ocupação dos diversos cargos, máxime o de Presidente. E eis como é ao menos muito triste, constatar-se a falta de independência com que se movimentam alguns (a maioria ou todos os Vereadores? – a seu tempo, deputados e senadores?) quando atribuem ao Prefeito (governador, presidente) o que consideram sem ser, verdadeiro direito de apontar o nome de quem quer ver na cobiçada cadeira.

Li com a tristeza mencionada, declaração do mais votado, numa abordagem sobre sua pretensão de ser Presidente da Câmara, quando respondeu que a escolha é do Prefeito.

Senhores Vereadores, o povo os elegeu como integrantes de um poder constituído. O que lhes compete é observar a harmonia indispensável para alcançar os objetivos da Nação, jamais, renunciar a independência que lhes recomenda, oferecendo meios para exercê-la em plenitude.

Diga o Poder Legislativo o que é. Acabe com a vontade de quem quer acabar com as Câmaras Municipais. Comece com o demonstrar que ali, não é o Prefeito quem manda.
 
Publicado em A GAZETA 16/11/2012.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

E NÓS NÃO DIZEMOS NADA


E nós não dizemos nada

Na primeira noite, eles se aproximaram
e colheram uma flor do nosso jardim.
E nós não dissemos nada.



Na segunda noite, já não se escondem,

Pisam as flores, matam o nosso cão

E nós não dizemos nada.

 
Até que um dia, o mais frágil deles

entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a lua

e conhecendo o nosso medo

arranca-nos a voz da garganta.

 
E porque não dissemos nada

Já nada podemos dizer!

                                                           (Anônimo- afixado na Escola de Lamaçães)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O ASSUNTO VOLTA ÀS MANCHETES



MENORIDADE PENAL SIM 

Constituídos em dilema para Deputados Federais e Senadores, tramitam no Congresso Nacional, (ao menos nove) projetos que visam a redução da maioridade penal. A iniciativa decorre da parte daqueles que entendem que o adolescente infrator aos dezesseis anos, já tem o mais pleno conhecimento da gravidade do que pratica, da conduta pela qual se determina. Pode até ser.

        A atuação no Juizado da Infância e da Juventude permite que se tome conhecimento de casos os mais díspares, com as mesmas sutilezas, habilidades ou mais, praticadas por adolescente que em nada o diferencia do que o maior de idade faz.

        Damásio de Jesus e outros penalistas alertam que a mudança não é simples, uma vez que a maioridade é cláusula pétrea constitucional e via de consequência não pode ser mudada. Implicaria em alterar também o Código Penal, o Código de Processo Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Não se entende, portanto, porque os Srs. Parlamentares adiam tanto uma definição indiscutível. Votem pela inconstitucionalidade e ponha-se um ponto final. Trata-se de um tema que não pode ter julgamento político, isto é, quando se pretende, ou até se deve dar satisfação à sociedade em determinado caso.

        Quando Deus criou o mundo extasiou-se ante o que via, porque tudo era bom. Se as coisas são boas, muito melhores são as pessoas, todos os que nascem, inclusive o adolescente que acaba por vir a ser taxado de infrator. Esses adolescentes não são ruins foram tornados ruins, não são marginais, foram marginalizados.

        Corre-se o risco de tornar repetitiva, mas vai-se assumir e dizer mais uma vez que eles não chegam a tal ponto de uma hora para outra. Há todo um processo de degeneração de suas vidas, provocada pela falta de moradia, pela fome, pelas privações de toda sorte e, quando descobrem que mesmo que seja mediante uma maldade, conseguem o que desejam, partem com tudo para conseguir.

        Idade a ser tida em conta, não é só a melhor, como eufemisticamente se trata os que ultrapassam os 60. Cada idade tem seu tempo e “tudo tem seu tempo certo debaixo do céu”. (Ecl 3,1). Deputado muito jovem? pode dar  no que deu.  Promotor e Juiz jovem, por exemplo, tem que receber uma preparação para desempenhar o cargo. É perigoso facultar-lhe pura e simplesmente o porte de arma, por exemplo.  Enfim, o processo que prepara a pessoa para ser o que deve ser e fazer o que deve fazer é exigente e não pode ser desconsiderado em nenhum detalhe. Impõe-se uma preparação.

 Não se vê preocupação com o momento que precede o seguinte cujo viver pode significar muito mais do que se tem em reservas, para ultrapassá-lo. Quando a meninada está na rua, cheirando cola, cometendo pequenos furtos, faz-se de conta que não se está vendo. Mas quando imita o adulto que comete crime, quer-se simplesmente penalizá-la.

Educação ainda é a grande meta, preparação contínua e eficiente para que as novas gerações assumam progressivamente e eficientemente sua função em cada momento da vida. Isto tem que ser exigido.

E principalmente, enquanto a pobreza for tórrida, quase nada será refrescante.

(22 de maio de 2009)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

DAS PROVAS E DOS TÍTULOS

O Presidente do Tribunal de Justiça acaba de suspender as férias dos juízes, como parte do seu reconhecido empenho em acelerar a deficitária prestação jurisdicional. Não acontece só no Brasil, como não justifica que por isto nos tranquilizemos. Que tal acontecer no Espírito Santo, a inversão deste status?

Não se neguem os passos significativos que já foram dados. A instituição dos juizados especiais, por exemplo,  foi vista como início da solução, mas a lei alterada na ponta, causou sua quase ineficácia. Determina que a audiência no crime seja em seguida ao delito; à uma conciliação infrutífera no cível, suceda logo a instrução e julgamento.

Até o “esquema juizado arbitral” foi introduzido na judicatura. Mutirões, juízes leigos instruindo e sentenciando. Seria projeto de sentença, mas breve homologação faz virar sentença, e encerra-se a prestação jurisdicional na instância.

Quem vai ao Juizado Especial, vai ao Poder Judiciário. Não quis recorrer a um árbitro.  É portanto inaceitável.

Causa gritante: déficit de juízes, incompetência de candidatos ao cargo.

Não é bem assim. O que está superado é o modelo adotado para aferir conhecimentos nos concursos. A Constituição Federal (inc. II art.37) prevê que “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos”, mas não especifica, ou que a primeira prova se constitua de dezenas de questões objetivas de tal forma enredantes, que mesmo luminares do direito, podem não saber respondê-las. No acréscimo do dispositivo está o mais importante: “de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego”.

O que compete ao juiz é decidir. Para tanto, precisa examinar os termos da lide, confrontar com as provas e a luz do direito, sem olvidar o contexto social, proferir seu veredito com lucidez e imparcialidade. Esta capacidade deve ser aferida antes.

É tempo de mudança, ao Judiciário entre mais, compete mudar o modelo de provas para admitir juízes. É conhecido o expressivo número de excelentes profissionais que tentaram até mais de uma vez galgar a magistratura, seriam capazes de judicar com competência destacada, mas não lograram superar “a prova”. Que isto seja compreendido e em breve se reconhecerá que a Justiça, conforme lhe compete, tornou-se célere, graças ao trabalho profícuo de luminares do direito que enriqueceram a constelação dos bons magistrados.

Marlusse Pestana Daher

 

domingo, 11 de novembro de 2012

ARAÇÁS

Recebimento do título CIDADÃ LITERÁRIA



Adolescentes mateenses



O Centro Cultural Araçá é uma Organização de Sociedade Civil, ONG - Organização Não Governamental- sem fins lucrativos - idealizada por universitários dos cursos de Pedagogia e Biologia da CEUNES / UFES em 1994.
Desenvolve Projetos de Educação e Proteção Social, tendo como eixo a arte e cultura, favorecendo crianças e jovens de São Mateus-ES.
Possui uma proposta não formal de educação, voltada para a construção da cidadania que vai além de uma atitude assistencial e imediatista, oferece oportunidades para que crianças e jovens desenvolvam habilidades e descubram suas aptidões e que também encontrem um caminho de inserção produtiva na sociedade.
Nesses quinze anos conquistou vários prêmios e classificou projetos em seleção nacional como nos programas Geração da Paz, Fome Zero e Desenvolvimento Social promovidos pela Petrobras no período de 2001 a 2008. Banco Nordeste, através do Programa BNB de Cultura edição 2001 e 2009, Programa Novos Brasis promovido pela OI FUTURO \ TELEMAR, ano 2008 e Programa Criança Esperança\ Rede Globo durante o ano de 2006\2007.Foi um dos 10 finalistas no prêmio Itaú Unicef em 2003 conquistando o certificado de Menção Honrosa e por último, no fim de 2008, recebeu dois prêmios do Ministério da Cultura; Prêmio Ludicidade e ponto de Leitura.

O Centro Cultural Araçá oferece atividades em diferentes modalidades intelectuais, artísticas, culturais permitindo que os seus educandos crianças, adolescentes e jovens tenham acesso a atividades culturais e recreativas de qualidade.

Missão:
“Promover a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens através de ações sócio-educativas, favorecendo seu desenvolvimento físico, intelectual, psico-social e educacional, além de ajudá-los a integrar-se produtivamente na sociedade."

Diretoria:
Presidente: Marilena Cordeiro Fernandes de Jesus
Tesoureiro: Maria da Penha Rocha Santos
Secretário: Vaneuton Barros
Suplente: Terezinha Freitas Silva Lóss

Conselho Fiscal:
Samir George Zogheiber
Normélia Bastos Neta
Eduardo da Conceição Silva
Delurdes Rolim

Conselho Administrativo:
Edercival Mesquita Deus
João Carlos Sad Lopes
Maria Valane Uguini Sena

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

POR DETRÁS DE UMA VIDRAÇA

Beatriz Monjardim


O tempo escôa tão lento,
Quando a vida perde a graça!
Põe em tudo um desalento...
Vai se arrrastando... não passa!

É um viver impreciso;
Um canto sem melodia...
Como crinça sem riso,
Sem sonhos, sem fantasia.

No meu jardim vejo flores
De um colorido embaçado;
São como velhos amores,
No meu peito ainda guardados.

Ainda vejo da janela,
O azul do céu e do mar;
__Paisagem numa tela...
Já não me fazem sonhar!

O mundo, é lindo lá fóra!
Mas tudo perdeu a graça...
A vida, eu a vejo agora,
Por detrás de uma vidraça!


 O texto que segue foi mandado também por Beatriz.


Se este anexo tiver imagens, elas não serão exibidas. Baixar o anexo original

A Saudade fala Português

Eu tenho saudades

de tudo que marcou a minha vida.

Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,

quando escuto uma voz,

quando me lembro do passado,

eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,       
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,

do meu primeiro amor,

do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e

daqueles que ainda vou vir a ter,

se Deus quiser...

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro...

Sinto saudades de quem me deixou

e de quem eu deixei,

de quem disse que viria e nem apareceu;

Sinto saudades do futuro,

que se idealizado,

provavelmente não será do jeito

que eu penso que vai ser...

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus;

de gente que passou

na calçada contrária da minha vida e

que só enxerguei de vislumbre;

de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter; de coisas que nem sei se existiram

Mas que se soubesse, decerto

gostaria de experimentar;

Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho

que eu tive um dia e que me amava fielmente,

como só os cães são capazes de fazer,

Dos livros que li e que me fizeram viajar,

dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade

Quantas vezes tenho vontade de                                           encontrar não sei o que, não sei aonde,                                       para resgatar alguma coisa                                                                             que nem sei o que é, e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso

que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês,

mas que minha saudade, por eu ter nascido brasileiro, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados,

para contar dinheiro,

fazer amor e declarar sentimentos fortes,

seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples "I miss you",

ou seja lá como possamos traduzir saudade

em outra língua, nunca terá a mesma força

e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima, corretamente,

a imensa falta que sentimos de coisas

ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...

Porque encontrei uma palavra para usar

todas as vezes em que sinto este aperto no

peito, meio nostálgico, meio gostoso,

mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos

sensíveis, de que amamos muito

o que tivemos

elamentamosascoisasboas  que perdemos                                                       ao longo da nossa existência...   
                                                                
Sentir saudade é sinal de que se está vivo...

Antônio Carlos Affonso

 

 

  

terça-feira, 6 de novembro de 2012

E.DELA.SINTO SAUDADE

FINADO

Rachid Daher Mathias

Chamamos finado àquele que nos deixou em algum momento de nossas vidas, que partiu vítima de uma doença, de um acidente, uma violência... Seja qual for, a causa nos enche de imensa tristeza, dando a impressão de que a dor da separação nunca vai passar.

Depois vem aquele vazio, aquela saudade grande, aquela vontade de tocar, de abraçar, de ver aquele ente querido que nunca mais vai estar aqui.
O que fazer?

As lágrimas que correm pelo pranto sofrido, doído é a única coisa que acalma e deixa depois aflorar a paz e trazer a reflexão e a fé que não pode faltar, que nos leva a pensar que apesar daquela matéria tão querida, quente, macia já se ter desmanchado, o mais importante sempre, o ESPIRITO, vive e sobrevive em um lugar difícil de imaginar, mas que esta lá, junto a DEUS, que nos acolhe a todos pós-morte.

Sou humana e como humano me agarro à matéria e dela sinto saudade. É errado? Pode ser.

Por isso, sendo errado me perdoa, meu DEUS, porque o Senhor pode e assim me consola, me ajuda a sofrer sempre menos com essa dor da separação, com a falta dos elos perdidos.


Não me castigue pelos meus humanos sofrimentos e me permita chorar as faltas e se permita, bom DEUS, me consolar.

OBRIGADO

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

F I N A D O S



Dia de rezar de modo especialíssimo pelos mortos. Podemos ter a tentação de ficar tristes. No fundo... não conseguimos aceitar esse evento, essa certeza absoluta que ninguém discute a que chamamos morte. Ainda é pensamento o qual preferimos “não só pôr para escanteio”, mas “expulsar de campo” do futebol da vida.
Em cada família um ente é só saudade, deveria ser conforme canta Roberto Carlos: “você é a saudade que eu gosto de ter”.
Devemos pedir a intercessão de Nossa Senhora no sentido de que envidemos esforços para acreditarmos na ressurreição.
A morte não é o fim é com ela que se nasce para a vida eterna. Jesus ressuscitou e vivo voltou ao seio da Santíssima Trindade, Nossa Senhora também foi para o céu (céu que não é um lugar, claro, mas o estar face a face com Deus).
A ressurreição de Cristo é certeza de que ressuscitaremos também; não estranho que meu leitor não goste de falar nem ouvir falar de morte, confesso que nem eu. Isso atesta que nossa fé é muito pouca. Olhando para Jesus, meditando todos os acontecimentos da vida Dele, deveríamos ser mais corajosos.
Que todos os santos que já gozam da presença de Deus, face a face, intercedam por aqueles que já morreram e que ainda não viram Deus, que possam merecer logo todo efeito da misericórdia do Pai.
Maria, mãe de Jesus, que por seu singular amor a Deus mereceste antes de todos os homens e mulheres do universo, a glória da assunção, subindo de corpo e alma ao céu, interceda por nós, faz-nos ver e aceitar plenamente, todos os desígnios de Deus, com certeza desígnios de amor e de misericórdia.
 
Republicação do dia 02/11/2010.