Tratava-se
de uma revelação absolutamente inédita. É natural que na sua simplicidade,
Maria não tenha sido capaz de entender o que ouvia e se explica: “não conheço
homem”. Gabriel entende a confusão que
se fez no ânimo daquela quase menina e esclarece: “tudo o que vai acontecer,
acontecerá por obra e graça do Espírito Santo”.
E
a fé ilumina Maria que em atitude de reverência aquiesce e as palavras que
profere revelam o sentimento que a possuía em confronto de Deus e da sua
vontade: “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Sua palavra”,
ou seja, segundo Seu desígnio e projeto de amor, eu cumprirei tudo que me
disser, irei até onde esse compromisso me fizer chegar.
De
imediato, o Verbo se fez carne, passou a ser gestado no ventre virginal de
Maria, até a hora de Belém.
A
filha de Ana e Joaquim foi elevada a mais alta condição que a uma criatura seja
dado se elevar, a um patamar que nenhuma outra mulher alcançaria, a de Mãe do
Filho de Deus.
É
compreensível, portanto, que depois de se colocar em tamanha disponibilidade,
Maria se tenha credenciado a poder interceder junto ao Filho por todos aqueles
que Ele mesmo lhe dera como filhos também.
Note-se
que ao proferir este pedido, “rogai por nós Santa Mãe de Deus”, justificamos em
seguida, o objetivo que temos, a motivação que nos move, ou seja: “para que
sejamos dignos das promessas de Cristo”.
Nem
sempre rezamos assim. Com esta fórmula, não pedimos coisas, favores ou qualquer
outro bem, pedimos que nossa vida se paute de tal forma que não desmereça os
dons que recebemos, não se desvie do projeto de Deus a nosso respeito, possamos
conquistar o que Jesus nos prometeu, logicamente, importa que nosso
comportamento seja de fiel herdeiro de tais promessas e saibamos como “bons
administradores da multiforme graça de Deus”, agir de acordo com o direito e a
justiça fazendo da lei do Senhor que é lei do amor, nossa única lei.