Quando parte fica branca, não consigo tirar, desculpe.
Sem
fundamento, mas já ouvi dizer, de determinada disciplina do currículo escolar:
“não tem serventia nenhuma”. Uma grande bobagem!
No
meu “ginasial”, os livros didáticos que nos iniciavam na conquista da cultura eram
completos. Poderíamos entender melhor de
quase tudo, do que é ser cidadão, do que é ser democrata, se melhor tivesse
sido a plantação por parte de quem devia ministrar conhecimentos.
Continuamos
tempos a fora, a choramingar as deficiências da nossa educação. Sua falta continua
provocando resultados indesejáveis e sacrificando desde individualidades à
grandeza da Nação. A maioria dos conhecimentos detidos pela nossa gente são
frases feitas, conceitos aprendidos sem acuidade, simplesmente ouvidos de quem ouviu
simplesmente e simplesmente transmite. Apesar de promovermos até eleições para
os mais altos cargos do exercício do poder.
Democracia,
palavra da vez. Traduz-se em governo do povo, ou seja, “é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis
participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na
proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições
sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política”.
É tão comum ser assim traduzida que da menção acima, encontrada em Wikipedia,
não consta nome de autor.
Sem consciência do que é viver
democraticamente, acabamos por ser superficiais no tratamento das coisas,
acabamos por ser demasiadamente crentes e nos deixamos levar pela primeira aura
de um nem tão sincero afago ou de um gesto de pseudo solidariedade. E o que é
pior, deixamo-nos sucumbir ante o ardil de S. Exª, o marqueteiro.
A maior prova está no resultado das
eleições presidenciais. Seria outro, se a democracia fosse vivenciada em sua
extensão, se ao invés de dar o pão, salvo extrema necessidade, se ensinasse a
pescar, se nossa gente fosse tratada olhando-se primeiro para sua dignidade de
pessoa, se não fosse usada para alcançar o poder e uma vez lá, as estratégias
governamentais não fossem mero faz de conta, sem colocar a Nação a serviço de
qualquer partido, se a coisa pública em nenhum momento fosse profanada com tantos
desvios e tanta roubalheira.
Democracia é sim governo do povo. Tal
verdade, contudo não se completa se lhe faltar o complemento dela indivisível, pelo povo. Governo do povo, pelo povo é
muito, muito mais do que encher barriga, até porque cumpre-se não se olvidar que
não é só de pão que vive o homem.
Marlusse Pestana Daher,