domingo, 20 de outubro de 2013

DEUS É AMOR

A fé de Maria tem fundamento na certeza mais lúcida e profunda de que DEUS É AMOR. Foi por isto que não obstante tudo, não obstante  todas as avalanches que se projetaram contra seu Filho permaneceu inabalável na mesma fé, na sua confiança em Deus.
Todos precisamos ter um ponto no qual fixar nossa fé, caso contrário, haverá tempo em que somos todo entusiasmo na prática de coisas da vida espiritual: será o participar assiduamente de um grupo de oração, de encontros da RCC, ou de outro movimento desses que povoam nossa Igreja, mas no primeiro contratempo, ou no primeiro choque que nos atinja, tudo vai por água abaixo, tudo aquilo que era feito, todas as práticas piedosas ou devocionais perdem o sentido, acaba-se deixando tudo para lá.
Nossa Senhora aderiu ao projeto de Deus, consentindo que o Verbo de Deus se encarnasse no seu ventre. Sabia que ali estava o Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, portanto capaz de manter-se equidistante de quaisquer ataques advindos da insanidade dos homens.
No entanto, ainda recém-nascido, teve que fugir com Ele para o Egito para que não fosse morto por Herodes, à proporção que foi crescendo não via acontecer nada de especial em sua vida, ou que se tratasse do filho de Deus; teve que procurá-lo por três longos dias, quando o perdeu no caminho de volta de Jerusalém, só casualmente o reencontrando, discutindo com os doutores, ora veja-se!
E quando Ele iniciou sua vida pública? não tardou para que as hostilidades ao seu agir se revelassem. Teve que lidar com algum constrangimento como o das Bodas de Caná, ao pedir que desse um jeito em favor dos noivos para que não faltasse vinho e ouviu um seco: “minha hora ainda não chegou”, mas sai impávida dando àquelas palavras sentido outro, mais ou menos assim: “prepare o caminho” . De fato, vai aos que serviam e simplesmente aconselha: “façam tudo o que Ele mandar”.
E as calúnias, e a perseguição, e a condenação, e o correr ao seu encontro, quando lhe disseram que coroado de espinhos e carregando pesada cruz, Ele já estava a caminho do Gólgota? Lá, a tempestade se fez. Maria ouviu ferro batendo em ferro, viu quando a cruz foi erguida e o estremecimento do seu corpo, acompanhou cada contorcimento dele, composto de carne que se formara somente da sua, viu o jorrar da última gota de sangue, tudo.
O que terá sentido ao ouvir ecoar na amplidão aquele doloroso grito por que me abandonaste?
Ainda assim, sua fé prevaleceu e Maria não duvidou sequer por um instante, de que Deus é amor.
Marlusse Pestana Daher
Vitória, 20 de outubro de 2013  12:22