quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

ELZA POETA FILHOS E NETOS


A Minha Filha

( Em memória de Daoulah Maria)

 

Cai chuva impiedosamente,

e o frio enregela o ser.

Em aconchego premente,

meus filhos à mim vêm ter.

 

Quando juntinhos à mim,

já quentes do amor materno,

eu recordo o Querubim,

que há dias levou-me o Eterno.

 

Mas, ó! Que duro contraste:

Tu, a minha caçulinha,

na fria tumba ficaste?!

 

Minha saudosa filhinha!

Desde quando me deixaste,

lamento a desdita minha.

 

Elza, a menor, com sua irmã Florita
no dia da 1ª Eucaristia.

 

Amargura

( Á memória de minha filha Daoulah Maria )

 

Estava tão doentinha, já nem sorria,

olhando-me triste e indiferente

meu coração despedaçado sofria

contemplando seu rostinho inocente.

 

A candura que irradiava me fazia

louca, impetuosa de amor fremente,

apertá-la contra meu seio, em ânsia,

sentindo a vida que se ia de repente.

 

Aflorou um sorriso por despedida.

Desvairada acreditei ser a vida.

Docemente chamei: “ - Minha filhinha ...”

 

Quatro anos são passados, eu me lembro

do triste 25 de setembro,

dilaceramento da alegria minha.

 

 

Vigília

(Oferecido à minha filha Dalza)

 

Noites de insônia, sofrimento intenso

marcam-me a face em lágrimas banhada;

tu, que és das filhas o modelo, penso:

como ficar sem ti, ó filha amada?!

 

Procurarás felicidade plena,

na concretização do amor sonhado

voando no esplendor, linda falena -

entregarás tua vida ao noivo amado.

 

A casa de teus Pais, fica vazia,

sem ter tua presença, o teu carinho.

A saudade me fere, como espinho.

 

Contudo, parte, filha, é a lei de Deus!

Que nunca o pranto chegue aos olhos teus.

E que haja no teu lar, paz e alegria.

 

 

Encantamento

( Oferecido ao meu 1º neto: José Tyndall Pires Frattezi )

 

É lindo e robusto meu netinho,

verdadeiro escrínio de ternura!

Nele concentro todo carinho,

deslumbramento de real ventura.

 

Vê-lo bater pernas e bracinhos,

em incontida alegria gutura,

suster não posso as emoções minhas,

e o coração enlevado perdura.

 

Debruço-me ao berço embevecida,

retirando áquela criaturinha

sacrário de amor da sua avozinha.

 

Meigamente afago envaidecida

aquele pimpolho róseo e louro,

síntese do belo, meu tesouro.