O Evangelho se refere apenas,
a São José.

Digamos que, apesar do
silêncio do Evangelho, a Igreja encontrou nas Sagradas Escrituras citações esplêndidas
que muito bem se aplicam a quem “foi amado por Deus e pelos homens, por isto
sua memória é bendita” (Eclesiástico 45,1). Um homem “justo que floresce como a
palmeira na plenitude da força, como o cedro do Líbano plantado na casa do
Senhor” (Sl 91).
Na sua referência a ele,
vamos ler em Mateus, que estando José para se casar com Maria de Nazaré, se
surpreendeu com a constatação da gravidez dela. Com certeza fez muitas
indagações cujas respostas não teve, posto que, ainda não era chegado o tempo.
Assim, resolve partir em silêncio, comprando as consequências do falatório que
havia de permear as conversas dos seus concidadãos, tal qual o fariam em vista
de uma mulher grávida antes de conhecer o marido.
Parte e uma vez cansado da
caminhada, entrega-se ao repouso. Foi quando um anjo lhe aparece em sonho e diz:
preocupa não, Zé, Maria continua digna de você que é um homem justo. A verdade
é que ela concebeu do Espírito Santo, na hora, dará a luz um filho e lhe dará o
nome de Jesus, trata-se de quem vai salvar o povo dos seus pecados. (Mt. 1,18-21).
José não fazia parte dos “doutores
da lei”, mas era sábio bastante, deveras receptivo ao menor toque da graça. Era
tal qual os pobres em espírito, coração repleto de todas as bem aventuranças, não
carecia de muito verbo para entender como Maria, “as coisas que da parte do
Senhor lhe eram ditas”.
Volta e assume seu papel
na Família sagrada, o de cuidador. Por não ser mudo, certamente falou, mas não
se tem uma única palavra como saída de seus lábios. Em silêncio, chegando a Belém, preparou o
lugar onde Jesus nasceria. Em silêncio, acompanhou Maria na busca que culminou
com o reencontro do Menino Jesus no templo, entre os doutores, discutindo com
eles.
Sabe-se que trabalhava.
Era ele que recavava os recursos para o sustento da família, que bem cumpriu em
santidade e justiça o que lhe cumpria fazer para facilitar que o Filho de Deus e
de Maria crescesse em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.
Ele terá levado para casa
a lenha para que fossem cozidos os alimentos que os três ingeriam, repôs aquela
janela que na velha casa ameaçava desprender-se. Era em José que Maria
encontrava respostas para as perguntas que tinha, quando via que seu Filho
rodeado de tantas promessas, por exemplo, crescia e acabou por alcançar os 30
anos, vivendo uma vida simples, simplesmente, como cidadão de Nazaré.
Para ter sido distinguido
por Deus para tão nobre missão não foi preciso que os Evangelistas decantassem
suas virtudes, ou exaltassem seus méritos. Nós entendemos tudo. Ele não teria
condição de conviver com seres tão santos e tão puros, se não fora igualmente
tão santo e tão puro.
A bênção, São José!