sábado, 23 de novembro de 2019

SÃO QUATRO


DEUS É AMOR

O Amor de Deus por nós é tão grande que fez com que mandasse seu Filho ao mundo para morrer, pagando pelos nossos pecados.  

Temos um canto: ”prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” é um verdadeiro convite que nos é feito. Cantamos ainda diversos exemplos que Jesus nos dá em diversos sentidos e completamos: “agora vai, também ama teu irmão”.

A medida do amor é amar sem medida. No último livro que li da Santa Madre Teresa de Calcutá ela escreveu: “não posso perder meu tempo em desejar mal ou odiar alguém, é tempo que perco de amá-lo’”.
Realmente o segundo mandamento se assemelha ao primeiro. O primeiro é “amar a Deus sobre todas as coisas”. O segundo é semelhante e ordena: “ama a teu próximo como a ti mesmo”
Jesus escolheu os seus discípulos principalmente na categoria dos pescadores – sem qualificação, qualificou-os - e os tornou pescadores de alma, pescadores de corações.  Todos pelo batismo, somos chamados à vida de fé, a seguir Jesus Cristo, portanto fazendo o que ele fez, “amando como Ele amou, vivendo como Ele viveu, sentindo como Ele sentia”, como canta o Pe. Zezinho.  Não há um outro modo ou outro jeito.
Isabel profetizou que Maria seria chamada bem-aventurada por todas as gerações. Estava inspirada pelo Espírito Santo que colocou tais palavras nos seus lábios.  A interpretação que se deve dar é que tendo Maria acabado de pronunciar solenemente seu primeiro Sim, o repetiria pela vida a fora enquanto seu Filho exercesse sua missão.
E não se pode esquecer que aos pés da cruz, não obstante o que via, as torturas impingidas ao Filho, quando humanamente tinha todas as razões para se revoltar, Maria nunca duvidou de que “Deus é Amor”.



ANUNCIAÇÃO

Li dia desses um texto que me causou grande emoção, semelhante a que provo, quando leio belas poesias, belos pensamentos, belas orações... E não era a primeira vez. Com uma diferença, entraram, desceram ao mais profundo da minha alma, pela forma que traduz e em sendo quem é o personagem referenciado. 
Diz que nove meses antes da chegada dos novos tempos, o Filho de Deus cheio de reverência, disposto a fazer tudo que o Pai quisesse como mais tarde traduziria o apóstolo Paulo com as seguintes palavras: “renunciando à sua natureza divina, se colocou como mais ninguém depois o faria diante do Pai e lhe disse “Eis que venho, ó Pai, cumprir a vossa vontade”“.
Contemporaneamente, em algum lugarejo da pequena Galileia, na insignificante Nazaré, Deus enviou o Anjo Gabriel, levando uma mensagem ou proposta a fazer a uma jovem, “achada em graça diante Dele”. É o que faz o mensageiro que provoca assombro, “o que está acontecendo”?
 Imagine-se que estupefação prova aquela criatura, era tudo muito estranho, beirando o impossível. O Anjo compreende, mas a segunda parte do anúncio é ainda mais intrigante, quando diz: “conceberás, darás a luz um Filho, por-lhe-ás o nome de Jesus, Ele será grande e chamado Filho do Altíssimo”.
Agiganta-se a surpresa da menina cujo nome é Maria pelo que desabafa: “mas como é possível se eu não conheço homem”.
O Anjo a tranquiliza: “tudo que vai acontecer é obra e graça do Espírito Santo”. Foi o suficiente para que Maria recuperasse a paz habitual que a inundava e se entregasse ao abandono em Deus, e respondeu com firmeza: “Sou Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra”.
E logo: “o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós”.


DOIS SIM, UM ÚNICO AMOR

São dois Sim, pronunciados quase ao mesmo tempo. O sim de Jesus, quando afirma “eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa vontade” (Sl 39) e o Sim de Maria que adere sem reservas ao projeto que Deus lhe reservou, respondendo ao Anjo que lhe foi anunciar a grande notícia: “sou a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”.(Lc. 1,38)
A comparação não nos tira a convicção ou consciência que o Sim de Jesus era Sim de Deus, portanto muito mais intenso e extenso, como sabemos que foi> Mesmo assim, existe semelhança com ele, o Sim de uma simples humana ainda que diferente das demais porque preservada do pecado original, porque foi encontrada em graça diante do Senhor, viria a ser Mãe de Seu Filho,  seu ventre se constituiria no Seu primeiro tabernáculo, ainda ela, O dotaria da condição humana para fazer-se verdadeiro homem, tanto quanto era Deus.
Esses dois Sim se aliam no processo da salvação que tem como etapas “a encarnação, a paixão, a morte e a ressureição de Jesus” e que dava cumprimento a uma história sem precedentes, independentemente da indiferença ou da ignorância dos seus próprios e desatentos destinatários: a salvação de todos os homens em todos os tempos.
E na hora e no momento mais forte do holocausto, da tortura desumana e cruel ou animalesca até, como sempre fizera em todos os dias da passagem de Jesus pela terra dos homens, Maria adotou a mesma aceitação que Ele, tendo o coração traspassado pela “espada da dor” da qual o Velho Simeão lhe falou na apresentação do Menino ao templo.  
Ali no calvário, Maria repetiu mais uma vez Sim, sofria seu quinhão naquela tragédia, agiu verdadeiramente como corredentora, sem contudo se esquecer ou duvidar por sequer um instante, de que “Deus é amor”.


CORREDENTORA

Temos repetido em diversos programas: não obstante tanta contradição que presenciava na vida daquele Filho, em determinados momentos mais parecendo ser apenas homem, como  na cena  tempestuosa do calvário, Maria nunca questionou por que Deus não fazia nada para salvar o próprio Filho de tanta ignominia, de tanto sofrimento. Ao contrario consentia que a maldade fosse sempre mais dolorosa e os sofrimentos cada vez mais indizíveis.

E não só em particulares instantes,  ela poderia ter feito tais questionamentos, quem sabe dar um bronca em Deus. – como fizeram alguns santos, ás vezes até nós fazemos, ao saber que não merecia, ver que  o que passa não é merecido, que  eram calúnias o que aquela –língua de trapo - dizia.
Não, ela não seria “cheia de graça” se dos seus lábios saíssem uma única palavra de protesto ao que Deus ia permitindo acontecer e deixava rolar.
Maria não é como nós que até muitas vezes meditado a Palavra de Deus em nosso coração, mas que como o caminho percorrido é de pedra e não se deixa penetrar, a semente cai, e tem a  sorte daquela outra,  na beira do caminho, onde vieram os pássaros e a comeram, acabou por não germinar.
Dizemos que somos devotos da Boa Mãe, mas não a imitamos. São outros  nossos pensamentos e  não agimos como ela que conservava a Palavra em seu coração.
Pois é, querido ouvinte, mesmo nas situações mais difíceis da nossa vida, o Senhor  cuida de nós e tudo que faz é por um bem maior, nunca pensemos diferente nem nos entristeçamos, como diz o ditado “tudo o que Deus faz é bem feito, nem nos apoquentemos em vão, porque “Deus é amor”.