segunda-feira, 25 de novembro de 2019

POLITICA, NACIONAL, MAS CONTINUA NO PAPEL




POLITICA NACIONAL DE LEITURA E ESCRITA
No dia 12 de julho de 2018, veio à luz, a Lei nº 13. 696. Com o fim de instituir a Política Nacional de Leitura e Escrita, segundo o texto, como estratégia permanente para promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas de acesso público no Brasil.
   Prevê responsabilidade como implementadores da lei, a União, o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação, chamando a dar as mãos Estados Distrito Federal e Municípios e conclamando, com é natural, mas sem que haja consciência disto pelos referidos, com a participação da sociedade civil e de instituições privadas. Todo cidadão, todo ente dotado de personalidade jurídica própria.
A esta altura desta escrita, sou presa da curiosidade de saber qual a data prevista para sua entrada em vigor, e não deveria, mas me surpreendo: vige desde sua publicação a 13 de julho de 2018. Confirma-se o mal que faz a falta de divulgação, de como as leis brasileiras  (sem que aconteça só aqui) são como se diz, “verdadeiro enfeite”, não se cogita de praticá-las e a responsabilidade  que é de todos  passa batida, continuando tudo como antes.
No papel é maravilhosa, estabelecendo pelo seu art. 2º suas diretrizes assim enunciadas: I - a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas;  II - o reconhecimento da leitura e da escrita como um direito, a fim de possibilitar a todos, inclusive por meio de políticas de estímulo à leitura, as condições para exercer plenamente a cidadania, para viver uma vida digna e para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa;  III - o fortalecimento do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), no âmbito do Sistema Nacional de Cultura (SNC); IV - a articulação com as demais políticas de estímulo à leitura, ao conhecimento, às tecnologias e ao desenvolvimento educacional, cultural e social do País, especialmente com a Política Nacional do Livro, instituída pela Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003 ; V - o reconhecimento das cadeias criativa, produtiva, distributiva e mediadora do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das bibliotecas como integrantes fundamentais e dinamizadoras da economia criativa.
No parágrafo único também consta que . A Política Nacional de Leitura e Escrita observará, no que couber, princípios e diretrizes de planos nacionais estruturantes, especialmente do: I - Plano Nacional de Educação (PNE); II - Plano Nacional de Cultura (PNC); III - Plano Plurianual da União (PPA).
Os  objetivos da Política Nacional de Leitura e Escrita são declinados no art 3º:   - democratizar o acesso ao livro e aos diversos suportes à leitura por meio de bibliotecas de acesso público, entre outros espaços de incentivo à leitura, de forma a ampliar os acervos físicos e digitais e as condições de acessibilidade; II - fomentar a formação de mediadores de leitura e fortalecer ações de estímulo à leitura, por meio da formação continuada em práticas de leitura para professores, bibliotecários e agentes de leitura, entre outros agentes educativos, culturais e sociais; III - valorizar a leitura e o incremento de seu valor simbólico e institucional por meio de campanhas, premiações e eventos de difusão cultural do livro, da leitura, da literatura e das bibliotecas; IV - desenvolver a economia do livro como estímulo à produção intelectual e ao fortalecimento da economia nacional, por meio de ações de incentivo ao mercado editorial e livreiro, às feiras de livros, aos eventos literários e à aquisição de acervos físicos e digitais para bibliotecas de acesso público; V - promover a literatura, as humanidades e o fomento aos processos de criação, formação, pesquisa, difusão e intercâmbio literário e acadêmico em território nacional e no exterior, para autores e escritores, por meio de prêmios, intercâmbios e bolsas, entre outros mecanismos; VI - fortalecer institucionalmente as bibliotecas de acesso público, com qualificação de espaços, acervos, mobiliários, equipamentos, programação cultural, atividades pedagógicas, extensão comunitária, incentivo à leitura, capacitação de pessoal, digitalização de acervos, empréstimos digitais, entre outras ações; VII - incentivar pesquisas, estudos e o estabelecimento de indicadores relativos ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas, com vistas a fomentar a produção de conhecimento e de estatísticas como instrumentos de avaliação e qualificação das políticas públicas do setor; VIII - promover a formação profissional no âmbito das cadeias criativa e produtiva do livro e mediadora da leitura, por meio de ações de qualificação e capacitação sistemáticas e contínuas; IX - incentivar a criação e a implantação de planos estaduais, distrital e municipais do livro e da leitura, em fortalecimento ao SNC;  X - incentivar a expansão das capacidades de criação cultural e de compreensão leitora, por meio do fortalecimento de ações educativas e culturais focadas no desenvolvimento das competências de produção e interpretação de textos.
Estabelece competência e prazo para elaboração do Plano Nacional do Livro e Leitura bem como as metas e ações, nos termos de regulamento. Não olvida a urgência de viabilizar a inclusão de pessoas com deficiência, observadas as condições de acessibilidade e o disposto em acordos, convenções e tratados internacionais que visem a facilitar o acesso de pessoas com deficiência a obras literárias.
Criou o “Prêmio Viva Leitura” que será concedido no âmbito da Política Nacional de Leitura e Escrita com o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas, nos termos de regulamento. Finaliza deixando a cargo do Ministério da Cultura, hoje incorporado ao da Cidadania e do Ministério da Educação regulamentar o que  disposto na Lei.
Tem-se extrema necessidade de que haja participação popular, mas quem se ocupa de outros afazeres acha que está excluído, ou ignora responsabilidade. O que se vê são esforços isolados de uma falange de abnegados lutando pelo patrimônio cultural, muitas vezes às próprias custas ou mediante os centavos que puder arrecadar com o que faz.
A autoria foi da então Senadora da República, Fátima Bezerra (PT), atual governadora do Estado do Rio Grande do Norte.
A incompetência política se constitui em grande e lamentável entrave. A maioria dos chefes do poder executivo e mesmo os nobres Edis são pessoas a quem não se pode negar o mérito de expor-se a uma eleição, mas em termos de cultura... quanto mais de instrução.
Alegro-me por poder dizer que entre 2018 e 2019 distribui, sim, distribui mais de dois mil livros. Além de ter bancado publicações com recursos próprios, consegui uma parte com “diligências” honestas se bem que poucas.
Quem lê, é melhor informado, pode aprender, ser autor de suas conclusões sobre o que vê, ouve ou vive, alcançar em todos as dimensões o status de CIDADÃO.
Marlusse Pestana Daher                                                                                  Vitória, 25 de novembro de 2019

Lei na íntegra, abaixo.