Ao longo de muitos séculos, inúmeras foram as grandes personalidades que, em
vários pontos do universo, emitiram abalizadíssimas opiniões a respeito da indiscutível
importância da Educação, não só para a
vida das pessoas e das sociedades, mas, também, da própria humanidade. É o que facilmente
se infere das incontestáveis e expressivas lições que seguem:
1ª) –
a Pitágoras (570 a.C. – 497 a. C), filósofo grego, atribui-se esta bela sentença:“Eduquemos as crianças de hoje para não
termos que punir os adultos de amanhã”; 2ª) - a Marco Túlio Cícero (106-43 a. C,), estadista
romano, confere-se esta assertiva: “quem
não lê, mal ouve, mal fala e mal vê”; 3ª) – Victor Hugo
(1802-1885), poeta e dramaturgo francês, teria burilado esta pérola: “Abrir escolas é fechar cadeias”; 4ª)
– Monteiro Lobato (1882-1948), escritor
pátrio, teria projetado que: “Um
País se constrói com homens e livros”; 5ª) – John Dewey, educador americano, teria lecionado que: “Educação é processo de vida, educação é
vida”; 6ª) - por fim, a Fundação Roberto Marinho sintetizara: “Educação é tudo”.
Lamentavelmente, em Índice
de Desenvolvimento Humano, o Brasil ocupa o 85º lugar no ranking mundial, pois,
em Saúde, é o 72º; em Segurança, (Violência) é
18º; em Educação, situa-se em 88º lugar, com 8,7% de analfabetos absolutos (12,9
milhões), com 68% de analfabetos funcionais, com 1,65 milhão de jovens de 15 a
17 anos fora da escola e, entre 20 países, é o penúltimo em valorização do
professor.
Se,
por um lado, para a alegria dos brasileiros, o Brasil é campeão em Samba, em Carnaval
e em Futebol, por outro, para tristeza dos mesmos, o Brasil é também campeão em
carga tributária (36% do PIB, quando nos países semelhantes é de 21%), e
campeão em corrupção, pois ocupa o 69º no ranking mundial. Eis aí a razão
primeira do fracasso da gestão pública, acrescida da incompetência dos respectivos
gestores, de que são exemplos frisantes os gastos com a Copa de 2014 (até agora, 28 bilhões, com previsão de
chegar a 33 bilhões), cotejados com os gastos das Copas do Japão, em 2002,
R$ 10,1 bilhões; da Alemanha, em 2006, R$ 10,7 bilhões, e da África do Sul, em
2010, R$ 7,3 bilhões.
Recentemente, as nossas
autoridades federais, despertadas, não pelas lições seculares acima elencadas,
mas, sim, pelas últimas, ruidosas, procedentes e profícuas manifestações
públicas, foram obrigadas a tomar a iniciativa de, por lei, assegurarem a
destinação de 75% dos royalties do pré-sal para a Educação e de 25% do mesmo para
a Saúde, estimando-se que a Educação receberá, nos próximos 10 anos, a quantia
de R$ 70 bilhões adicionais, o que, à primeira vista, parece-nos representar volume
razoável de recursos, se eles vierem a ser aplicados com a esperada correção e justeza,
o que, há muito, espera o povo brasileiro que, com grande sacrifício, paga
altíssimos impostos.
Concluindo, sustentamos
que nunca se deve perder de vista que o descaso com uma Educação universal e de
qualidade – como, permanentemente, tem ocorrido no Brasil - compromete, gravemente,
o presente e o futuro da Nação. Aproximando-se o dia 15 de outubro, dia consagrado
aos abnegados, mas desprestigiados e desvalorizados professores, urge que os homenageemos!
Por derradeiro achamos que merece transcrevermos dicção de Antônio Gomes
Lacerda:
“A educação não tem preço. Sua falta tem
um alto custo”.
Salvador Bonomo
Ex-Deputado Estadual e
Promotor de Justiça aposentado
Vitória, ES, 06.10.2013.