segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SOBRE A EDUCAÇÃO


Ao longo de muitos séculos, inúmeras foram as grandes personalidades que, em vários pontos do universo, emitiram abalizadíssimas opiniões a respeito da indiscutível importância da Educação, não só para a vida das pessoas e das sociedades, mas, também, da própria humanidade. É o que facilmente se infere das incontestáveis e expressivas lições que seguem:
1ª) – a Pitágoras (570 a.C. – 497 a. C), filósofo grego,  atribui-se esta bela sentença:“Eduquemos as crianças de hoje para não termos que punir os adultos de amanhã”; 2ª) -  a Marco Túlio Cícero (106-43 a. C,), estadista romano, confere-se esta assertiva: “quem não lê, mal ouve, mal fala e mal vê”; 3ª) – Victor Hugo  (1802-1885), poeta e dramaturgo francês, teria burilado esta pérola: “Abrir escolas é fechar  cadeias”; 4ª) –  Monteiro Lobato (1882-1948), escritor pátrio, teria projetado que: “Um País se constrói com homens e livros”; 5ª) –  John Dewey, educador americano,  teria lecionado que: “Educação é processo de vida, educação é vida”; 6ª) - por fim, a Fundação Roberto Marinho sintetizara: “Educação é tudo”.
Lamentavelmente, em Índice de Desenvolvimento Humano, o Brasil ocupa o 85º lugar no ranking mundial, pois, em Saúde, é o 72º; em Segurança, (Violência) é 18º; em Educação, situa-se em 88º lugar, com 8,7% de analfabetos absolutos (12,9 milhões), com 68% de analfabetos funcionais, com 1,65 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola e, entre 20 países, é o penúltimo em valorização do professor.
Se, por um lado, para a alegria dos brasileiros, o Brasil é campeão em Samba, em Carnaval e em Futebol, por outro, para tristeza dos mesmos, o Brasil é também campeão em carga tributária (36% do PIB, quando nos países semelhantes é de 21%), e campeão em corrupção, pois ocupa o 69º no ranking mundial. Eis aí a razão primeira do fracasso da gestão pública, acrescida da incompetência dos respectivos gestores, de que são exemplos frisantes os gastos com a Copa de 2014 (até agora, 28 bilhões, com previsão de chegar a 33 bilhões), cotejados com os gastos das Copas do Japão, em 2002, R$ 10,1 bilhões; da Alemanha, em 2006, R$ 10,7 bilhões, e da África do Sul, em 2010, R$ 7,3 bilhões.
Recentemente, as nossas autoridades federais, despertadas, não pelas lições seculares acima elencadas, mas, sim, pelas últimas, ruidosas, procedentes e profícuas manifestações públicas, foram obrigadas a tomar a iniciativa de, por lei, assegurarem a destinação de 75% dos royalties do pré-sal para a Educação e de 25% do mesmo para a Saúde, estimando-se que a Educação receberá, nos próximos 10 anos, a quantia de R$ 70 bilhões adicionais, o que, à primeira vista, parece-nos representar volume razoável de recursos, se eles vierem a ser aplicados com a esperada correção e justeza, o que, há muito, espera o povo brasileiro que, com grande sacrifício, paga altíssimos impostos.
Concluindo, sustentamos que nunca se deve perder de vista que o descaso com uma Educação universal e de qualidade – como, permanentemente, tem ocorrido no Brasil - compromete, gravemente, o presente e o futuro da Nação. Aproximando-se o dia 15 de outubro, dia consagrado aos abnegados, mas desprestigiados e desvalorizados professores, urge que os homenageemos! Por derradeiro achamos que merece transcrevermos dicção de Antônio Gomes Lacerda: “A educação não tem preço. Sua falta tem um alto custo”.
Salvador Bonomo
Ex-Deputado Estadual e Promotor de Justiça aposentado
Vitória, ES, 06.10.2013.