Ester Abreu e Silvana Sampaio, da Academia Feminina Espírito-santense de
Letras marcam presença nas comemorações do aniversário de Biblioteca Pública
Estadual e fazem contatos com crianças.
A Acadêmica Ester apresentou e presentou bibliotecas escolares com seu livro
infantil.
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Menina saúda Ester. |
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Contando história. |
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Silvana na sua especialidade de contadora de história. |
E mais uma poesia do "poetíssimo" Weber Muller
D E G R A U S
Posso sentir quanta
alegria perdida
Vejo-me sozinho, em
esquinas
Como um jogador,
apostando na sina...
Sempre que desço os
degraus
Sinto-me decapitado
como a nau
Navegando em alto
mar, sem direção
Preso a um passado
cheio de solidão...
É preciso descer os
degraus do coração
Ancorar ,em porto
seguro, a embarcação
Deixar-me levar pelos
ventos que sussurram aos ouvidos
Tirar lições dos
momentos vividos!
Degraus... São muitos
os degraus...
Traduzidos em
comportamentos maus
É preciso descê-los,
sem medo do porvir
Humildemente,
fazer-me pequeno e me redimir...
Não posso me dar ao
luxo de fingir
Disfarçar e
enganar-me , ao ponto de me iludir
Quantos degraus ainda
preciso descer?
São tantos...Que não
consigo compreender...
Seria tão simples os
degraus descer
Se se me permitisse
um renascer
Bastaria ser fiel,
manso e humilde , acolhendo ao irmão
Num gesto de amor,
sublime lição!...
Mas guardo comigo
esse segredo
Num ato covarde, frio
e cruel
Envenenando-me...fazendo vítima do meu próprio
fel.
Degraus...é preciso
descê-los...um a um...calmamente
Abrir meu coração ,
remover a pedra, serenamente
Deixar que a luz
passe pelas fissuras
Clareie meu ser e
promova verdadeiras curas.
Degraus, apenas
degraus que eu mesmo construí
Amealhei antipatias,
inimizades, rancores e me feri
Pois é, pra quê? De
nada adiantou-me a pele de cordeiro
Se o lobo continuou a
habitar meu coração – infeliz hospedeiro.
Partilhar o pão dos
pobres, estender a mão ao ultrajado
Abster-me da
autossuficiência, do comodismo, da inveja e do maldizer
Comungar do amor de
Cristo, fazer-me pequeno, auxiliarão o meu descer.
Quero morrer para nascer de novo
Subir e descer
degraus, juntar-me ao fiel povo
Que estradas caminha,
luta e persevera
Na construção de um
reino novo, cheio de divinas quimeras !
Weber Müller - Inverno de 2013.