Ainda não se tem o número exato de exonerações no Ministério dos Transportes, mas já se sabe – uma vez que começou pelo próprio Ministro - que serão muitas, apesar de não serem todas as que deveriam ser efetivadas, dado que estará prevalecendo o critério político de limpeza.
Por este critério corta-se apenas o que for inevitável, visível, aparente, mas há que se preservar o apoio na Câmara e no Senado, tendo como premissa que se trata de representantes de um partido político que se envolveram em uma iniciativa dessa natureza, mas que fazem parte da base de apoio político de quem cabe a responsabilidade de conduzir o processo de limpeza política.
Os brasileiros já estão ficando tão acostumados com essas “limpezas políticas” que já não sentem – infelizmente - nestes episódios, um ponto para se preocupar e refletir. Vira o escândalo do dia, mais um entre os muitos do mês, esquecidos depois de um ano.
Esta estória da “limpeza política” do Ministério dos Transportes lembra a estória do marido traído em uma pequena cidade do interior.
Com uma mulher muito bonita e escultural, foi advertido por amigos que sua esposa o estava traindo quando o mesmo não estava em casa. A coisa era tão pública que a traição ocorria no sofá da sala da casa do marido inocente, sem a menor preocupação de fechar as janelas.
O marido ouvia o grupo de amigos que o avisava, mas não acreditava no fato. Tinha plena confiança na mulher e isso bastava para que se mantivesse alheio as falsas denúncias.
Mas tudo tem um limite; pelo menos, o do cansaço. Um dia, na metade da tarde, resolveu dar uma incerta na sua casa e, deste modo, definitivamente, comprovar que aquele mar de denúncias era totalmente sem razão e maldosas.
Ao chegar a casa – sem avisar – ao abrir a porta da sala vê a sua mulher no sofá da sala, em plena relação de amor com um seu aliado político na cidade. Não havia dúvida em relação ao que estava vendo; seu amigo e aliado político o estava traindo junto com a sua zelosa e prendada esposa..
Em poucos segundos viu pela frente anos de respeito e amor supostamente não correspondidos por parte da esposa infiel e do amigo. Raiva de si mesmo, pois havia sido avisado e não acreditou nos efetivos amigos, sendo agora o ridículo da cidade e motivo de zombarias, implícitas e explícitas, pelos moradores da cidade.
O ódio e o sentimento de vieram a sua cabeça e, com muita lucidez e equilíbrio, acabou decidindo que deveria tomar uma decisão que lavasse, na plenitude, a sua honra e que pudesse voltar a ser respeitado na cidade.
Partindo do princípio que a vingança é um prato que se deve comer frio, teve o cuidado de não fazer nada naquele momento, mas sim de tomar a decisão radical no dia seguinte.
No daí seguinte, logo pela manhã, a cidade pode conhecer a decisão radical do homem traído por seu amigo e aliado político. Abriu a porta da casa e – com estardalhaço – jogou o sofá da sala na rua, ou seja, retirou do seu lar a base da infidelidade de sua esposa. Deste modo, sem o sofá, acabava com todo o problema.
Que isso sirva de exemplo para aqueles que ainda acreditam – grupo em extinção - que coisas como esta – quando ocorrem na esfera política – terão soluções radicais e memoráveis, plenamente respaldadas no princípio da ética. Ou seja, sempre haverá um “sofá” a ser tirado da sala.
E há ainda quem defenda a tese do sigilo em relação aos custos das obras da Copa; será – tudo é possível – que estas pessoas ainda vão manter suas posições? Quem viver verá.
Roosevelt S. Fernandes, enamorado conhecedor do que diz
respeito ao meio ambiente e sua proteção.
Excelente palestrante.