Fico abismada quando entro nas
redes sociais que frequento e deparo com uma infinidade de notícias das mais
“estapafúrdias” que podem ser dadas. Na maioria, são verdadeiro desfazer da
verdade, inversão de costumes e valores, a outra face de uma detalha, destacada
pelo desprendimento de uma moeda, em cuja segunda, se esculpiu, em relação a
todos e a tudo o desamor a ética que em pouco tempo não se saberá mais onde foi
parar.
E ai vem a “curtição”, o
“compartilhamento” a disseminação do joio no meio do trigo. As pessoas estão
desorientadas, atemorizadas, decepcionadas com a hibernação em que se deixaram
estar por longo tempo, durante transcurso de vidas tendo muitas, somado mais de
um centenário recebem de volta o
que
plantou e não dispõem do que mal plantou.
Protestos, indignação, tudo
mesclado do que é e do que não é correto, pelo desconhecimento, das expressões
repetidas só por terem sido ouvidas. Chega às raias do incompreensível. Gente
que “adora” a colocação que acaba de ler, acatando-a totalmente, embora há
pouco tempo tenha adotado um posicionamento diferente, ontem ou em qualquer
outro momento pretérito em outros termos, ou o fará amanhã, mediante a sucessão
gradativa de disparo de canhões que atiram para todos os lados. Igualmente, sem
preocupação com as consequências.
Às vezes se apercebe, não posso
aquilatar em que proporção e continua bebendo nas mesmas fontes, jornais e seus
assemelhados, praticando verdadeira auto-tortura, contaminando-se de dejetos e
exercendo a mais lídima expressão do sadismo.
Não o digo me excluindo, eu
também me vejo na passarela respectiva de uma Nação inconsciente,
inconsequente, acomodada, omissa que chega ao ponto de estabelecido preço, ou
mesmo sem, por “qualquer duzentos reis” vende seu voto, recebendo pelo mesmo
uma parcela do que lhe foi subtraído. Há casos, muitos, que ainda agradecem,
ficam eternamente submissos no caso político, ao candidato tão bonzinho... Pode ser até porque não saiba, mas está entregando o poder a quem nunca o recebeu
para cumprir seu dever, “como o Brasil de todos espera”.
Fechando os olhos, se alguém
preferir, arregale-os não é difícil, vai-se deparar com milhões de seres de
todas as raças, de todas as cores, de todos os credos, esperanças, pretensões, protegidos
de direito, mas não de fato, pelos mesmos seus DIREITOS FUNDAMENTAIS, nada
menos que entregues ao frenesi do “samba do crioulo doido”.
De tão vilipendiada, a Nação
perde a autoestima que se bem exercida a colocará em situação da mais perfeita
igualdade com quem quer que seja não se sentindo ameaçada de perder o pleno
direito de ir e vir, coadjuvante da liberdade a tudo que da terra vem.
Mais uma gritante sede de poder,
“incapacidade de abster-se do “toma lá, da cá,” da disponibilidade de beber
ininterruptamente” do propino duto, ao qual escandalosamente denominam
“governabilidade” e mediante o qual todos os esforços são envidados em favor de
conveniências pessoais.
Em 2003, Benedito de Lira, então
Deputado Federal, apresentou proposta de emenda constitucional (101/2003) no
sentido de alterar § 4º, art., 57 da Constituição Federal. Não suscitou nenhum
interesse e a proposta foi aumentar o volume de outras apreciações a espera de
decisão pelos magnatas da política.
Estranho, contudo, visto que a redação atual, já emendada já é parte Carta Maior
tem nº 50 e é de 2006. Dance-se repito com esse “samba do crioulo doido”.
É fácil concluir que os
Presidentes do Senado e da Câmara, com apoio tentado sem êxito, velar, pelo
Presidente do STF têm feito de tudo para que o Brasil não dê certo, para que
não haja desenvolvimento. E quem pensa que isto se faz contra o Presidente é
mais ignorante do quanto se possa pensar.
Nada disto, faz-se contra a Pátria, mas a Nação não há de permitir.
Achando-se superpresidente, Maia
está deixando de lado importantes matérias que beneficiariam o povo para fazer
tramitar “com a velocidade da luz” uma proposta que hiberna há 17 anos. E para
ele(s) é muito simples, basta “emendar a Constituição”. Emenda-se o que se
rasgou, Constituição não se rasga, respeita-se. E querem fazer com uma não
simples supressão de uma palavra, máxime pelo juramento de serem fieis a ela
que desde início foi promulgada conforme seu preâmbulo: “Nós”,
representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte
para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento,
a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL.
“O Estado Democrático destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos” está constituída por que querem negar,
por que agir com casuísmos, por que não ter amor a este País, “de tanta
fartura, tanta Paz, e tanto amor”. E o
que não foi alcançado foi por falta de justiça.
“A proteção de Deus só acontecerá
com o máximo respeito à CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.
O texto em vigor estabelece:
Art. 57. O Congresso Nacional
reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e
de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
50, de 2006).
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus
membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006).
Suprima-se a palavra vedada e viveremos
aos pés de um Novo Ditador, Rodrigo Maia, que poderá eternizar-se no poder,
claro que dependendo de ser reeleito, dependendo ser apoiado pelos seus pares e
o Mito que o Brasil ovaciona e constituiu se tornará simples fantoche.
E olha que atrás desses
presidentes malucos há mais de meio milhão de outros, como eles eleitos. “Aceitam
ser galinha depenada, não obstante correm atrás do ditador que a depenou”? Flecha na grande massa dos eleitos que compõem
o Congresso Nacional, para que tenham dignidade e que abandonem se já tiverem
assumido mediante promessas promíscuas
aderir à proposta de Maia o que o tornará imortal, olvidando que um dos pilares
da democracia se constitui na alternância do poder que também está ameaçada.
Marlusse
Pestana Daher Vitória, 23 de abril de
2020 23h04min.
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006.